terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O clube das esposas desavisadas


Nosso amigo Tony Goes postou recentemente este vídeo, com o comentário a seguir:

"Já conheci algumas mulheres que só descobriram que seus maridos eram gays muitos anos depois de casadas. Claro que nenhuma reagiu bem à notícia: a sensação de ter sido lubridiada é acachapante, assim como a de não ter sido gostosa o suficiente para convertê-lo. Algumas nutrem um ódio pelo ex- durante anos, sem perceber que ele também é vítima da mesma sociedade cruel. A própria Igreja Católica já disse que a homossexualidade é um desafio enviado por Deus, uma tentação a ser evitada a qualquer custo. Como se a vida fosse um 'reality show' e Deus, uma espécie de Boninho ainda mais sádico, que quer atazanar suas criaturas com provas cada vez mais impossíveis. Enfim, as coisas estão mudando, e hoje já vemos mulheres que apoiam seus ex-maridos gays na busca pela felicidade - é o caso da ex-esposa do jogador de rugby Gareth Thomas. Ontem fiquei sabendo da existência de uma organização americana com quase 20 anos de estrada, a Rede das Esposas Heterossexuais. É um grupo de apoio para para mulheres que passaram pelo mesmo que sua fundadora, Amity Buxton. Esta senhora vivaz de 82 anos simplesmente não quer que ninguém mais caia nessa armadilha, e defende ardorosamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Se ele existisse, diz ela, quantas lágrimas não seriam poupadas? Ela também se recusa a seguir o que o prega o Vaticano sobre o assunto, mas não abdica da fé católica. Que brava mulher. Será que já existe algo parecido por aqui?"

Alguém conhece alguma iniciativa similar por estas bandas de cá?

2 comentários:

Unknown disse...

Acho que não concordo muito. A grande maioria das mulheres de gays enrustidos que eu conheci na já minha longa vida foram, sim, vítimas e muitos desses eram misóginos e machistas. É fácil falar do "ódio das ex", mas se esquecem, convenientemente do quanto elas foram usadas pelos seus maridos, interessados estes na manutenção da imagem heterossexual muito mais que elas. Muitas prefeririam a sinceridade e a autenticidade. Um gay pode até ser enrustido, cabe-me respeitar, mas ele não pode nunca se utilizar de outros ou outras para a manutenção do seu armário. Infelizmente, quem é enrustido faz um monte de infelizes ao seu redor, mulheres e filh@s, sempre. Podemos compreender, até. Mas não justifica. É preciso que esses gays enrustidos ou ex-enrustidos também assumam, ao sairem dos seus armários, todo o sofrimento que causaram, a responsabilidade não pode ser isentada.
Beijos,
Ricardo Aguieiras
aguieiras2002@yahoo.com.br

Equipe Diversidade Católica disse...

Saudades dos seus comentários sempre preciosos, Ricardo! :-)

Entendemos o que você quer dizer e concordamos que cada um tem responsabilidade por suas escolhas - mas, pensando individualmente, a história de cada um às vezes pode ser também um processo tão complicado e doloroso...

Talvez, a esse ponto da responsabilidade que vc tão bem tocou, possamos juntar outro elemento fundamental: o perdão. Não no sentido de esquecer nem de ignorar responsabilidades, mas no de superar o ressentimento e a vitimização, libertar-se para poder seguir em frente - algo igualmente fundamental para quem sofreu e para quem causou sofrimento (inadvertidamente ou não).

Beijo imenso!

Equipe Diversidade Católica

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