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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Saber ler a Bíblia


Nosso querido amigo Teleny, em seu blogo Retorno (G-A-Y), mais uma vez nos veio com uma dica preciosa, que reproduzimos abaixo, com grifos nossos:

São Jerônimo, Doutor da Igreja (n. 347; +420), cuja memória celebramos em 30/09, último dia do mês da Bíblia, disse: "Ignorar as Escrituras é ignorar Cristo" (o que inclui também a capacidade de interpretá-la). É neste contexto que trago hoje um trecho do (surpreendente!) livro de José Lisboa, “Acompamhamento de vocações homossexuais". Antes de ler o próprio texto, vale a pena saber um pouco mais sobre o autor.

Jose Lisboa Moreira de Oliveira, nascido aos 14 de agosto de 1956, é o sacerdote da Sociedade das Divinas Vocações (Vocacionistas), natural de Araci (Bahia), doutor em teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, formador, autor de vários livros e dezenas de artigos sobre o tema da vocação e da animação vocacional, membro da Equipe de Reflexão Teológica da Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil, foi assessor do Setor Vocações e Ministérios da CNBB (1999-2003) e atualmente é Diretor-Presidente do Instituto de Pastoral Vocacional (IPV), gestor do Centro de Reflexão sobre Ética e Antropologia da Religião (CREAR) da Universidade Católica de Brasília, onde também é professor de Antropologia da Religião e Ética.

...com outras palavras, o padre José Lisboa não pertence àquele pequeno grupo de sacerdotes católicos que, tidos pela hierarquia como bizarros, balançam no limiar entre a legitimidade de seu ministério e uma eventual suspensão de ordens ou, até, excomunhão. No contexto de sua ficha, cheia de méritos e reconhecimento, o livro em questão torna-se, de fato, uma leitura que espanta positivamente e desperta a esperança de uma provável mudança de mentalidade. Penso comigo mesmo: os componentes daquele ambiente fechado e petrificado, chamado “alto clero”, têm que ouvir a voz de um dos seus mais próximos e respeitados colaboradores. A não ser que já estejam preparando uma sentença de Pilatos... Vamos, pois, ao texto.
O ser homossexual, em si mesmo, não representa nenhum pecado e nenhuma culpa, assim como o ser heterossexual não é garantia de perfeição e de santidade. O que a Bíblia não aprova é um determinado tipo de prática da homossexualidade que inverte e perverte a dinâmica da sexualidade desejada pelo Criador para a pessoa humana (Cf. Gn 2, 18-25). Ela não condena a homossexualidade em si, uma vez que o ser humano não pode ser condenado por uma situação que ele mesmo não teve a liberdade, a consciência e a responsabilidade suficientes para escolher. (...) Acredito que nessa mesma direção devem ser interpretados os textos oficiais da Igreja Católica que tratam dessa questão. Tomando como referência o Catecismo da Igreja Católica de 1992, aprovado pelo papa João Paulo II, acredito que seja possível fazer essa leitura, superando a mentalidade de que tais documentos discriminam homossexualidade enquanto tal. (...) Cf. Catecismo da Igreja Católica, nn. 2357-2359. Isso fica mais claro quando se analisam os textos bíblicos usados para dar fundamentação às afirmações magisteriais (Gn 19, 1-29; Rm 1, 24-27; 1Cor 6, 10; 1Tm 1-10). Todas essas referências bíblicas são unânimes em condenar os "abusos" (Gn 19, 4), o desrespeito ao corpo e as paixões descontroladas (Rm 1, 24-26), os relacionamentos injustos (1Cor 6, 10) e desregrados (1Tm 1, 10). Nenhum deles condena a identidade sexual da pessoa, mas a depravação, ou seja, um exercício da sexualidade que degrada e avilta a pessoa humana, imagem e semelhança do Criador. Na verdade o que é detestável é a "prostituição", isto é, toda forma de relação sexual-genital que torna a pessoa menos humana e que, por isso, ofende o Criador. Por essa mesma razão, a Bíblia condena também as relações sexual-genitais entre pessoas heterossexuais que não dignificam o ser humano e que o transformam em objeto. O que está em jogo e é detestável é a coisificação, a manipulação, da pessoa humana. Uma relação sexual-genital narcisista, voltada para a pura satisfação egoísta, custe o que custar (cf. 1Ts 4, 3-8; 1Cor 6, 15-20; 2Cor 12, 21; Gl 5, 19; Rm 1, 26-27).
Fonte: Pe. José Lisboa Moreira de Oliveira, "Acompanhamento de vocações homossexuais", Editora Paulus, São Paulo, 2007, pp. 13 e 15

Gostamos tanto, mas tanto dessa passagem, que amanhã publicamos mais. Aguardem! ;-)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

"Lavagem cerebral": modo de usar


Nosso amigo Teleny mais uma vez nos surpreendeu com uma de suas análises precisas e oportunas - desta vez, acerca de toda a manipulação da opinião pública que se vem promovendo acerca do Programa Escola sem Homofobia. Por uma questão de esclarecimento, reproduzimos aqui seu post de ontem:

As tentativas de obter a definição do termo “lavagem cerebral” (conhecida também como reforma de pensamento, estupro da mente ou reeducação ideológica), remetem-nos ao passado sombrio do nazismo de Hitler, da União Soviética de Stalin e da “revolução cultural” de Mao Tsé-tung, entre outros, tristes marcos da história. Em seguida, aparece o assustador fenômeno (ainda atual!) das seitas religiosas, capazes de destruir a vida de seus adeptos. A respeito disso, vale à pena ler a matéria publicada no portal “Universo Católico” (aqui). O artigo menciona vários métodos de lavagem cerebral, entre os quais chamam minha atenção, especialmente:

1. Uso de estereótipos: O doutrinador utiliza estereótipos para criar impressões fixas sobre determinado grupo de pessoas ou povos. A propaganda incentiva o estereótipo, seja com conotações positivas ou negativas, para angariar simpatia à mensagem propagada e criar ou aprofundar a hostilidade a outras ideias. É a mais poderosa arma psicológica usada pelas seitas para incrementar o preconceito é criar estereótipos tanto para si mesma, e seus adeptos, quanto para seus rivais.

2. Seleção e indução: o doutrinador seleciona cuidadosamente a informação para que os pontos destacados estimulem os leitores ou ouvintes para as conclusões que, espera-se, eles atinjam. Informações são cuidadosamente omitidas quando são inúteis para influenciar a conclusão final. Indução é uma forma de argumentação onde toda a evidência (verdadeira ou falsa) é simbolicamente empilhada, em ordem, de modo que sejam lidas ou ditas uma a uma, em seqüência, fazendo com que no final a única conclusão, possível, seja aquela que o doutrinador quer ver aceita.

3. Distorções e falsidade: A falsidade é um método comumente usado pelos doutrinadores que fabricam, torcem, esticam ou omitem evidências utilizadas na doutrinação, obtendo resultados eficazes. É necessário para esse fim, dramatizar situações, ressaltar ou inventar fatos tendo em vista a despertar a ira e o desprezo de seus adeptos pelos oponentes. Não há limite ético ou moral nesse recurso, deseja-se apenas que o membro da seita acredite na mentira que lhe é passada, afinal, não dispondo de informações que contradigam os argumentos da seita, fatalmente o adepto não discutirá as fontes e nem a procedência da informação, principalmente quando vê citadas tantas fontes aparentemente fidedignas.

4. Repetição: o doutrinador usa a repetição para gravar a mensagem nas mentes da audiência. Joseph Goebbles, ministro da propaganda de Adolf Hitler, sustentava: "Se uma mentira for repetida mil vezes, sempre com convicção, tornar-se-á uma verdade". Portanto, se uma palavra ou frase for usada repetidas vezes, depois de algum tempo será aceita, tendo significado verdadeiro ou não.

5. A doutrina do medo: o mais terrível estágio da doutrinação que tem graves desdobramentos e, não raro, conduz a graves danos psicológicos e morais. O adepto é conduzido a ter medo da própria seita, não de forma direta, mas através de vários conceitos que lhe são impostos. A seita, a todo o tempo, se ocupa de manter sob seu controle os membros já conquistados.

Depois desta introdução, transcrevo alguns trechos do texto assinado pelo Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, Arcebispo de Sorocaba – SP. O seu artigo, sob o sugestivo título “Alerta aos Educadores”, encontra-se no site da CNBB (aqui):

Acabo de ler o seguinte conteúdo em Biblioteca Virtual Católica da Espanha: “As autoridades educacionais levam a pornografia e a masturbação à escola. Os professores obrigam meninos de 12 anos a examinar detidamente revistas pornográficas na classe. Isso está acontecendo na Espanha. Os professores obrigam os meninos em classe a falar de masturbar-se. A pornografia chegou à escola onde levamos nossos filhos..." (...) Sabemos que no Brasil há um grupo no Ministério da Educação que pretende impor às nossas escolas coisas muito semelhantes. (...) A propósito de medidas educativas para proteção das pessoas de condição homossexual, a presidente teria afirmado que o assunto deve ser mais debatido pela sociedade. Fica, pois, claro, que o que se propunha foi elaborado por um grupo restrito que não representa nem de longe o pensamento da maioria dos educadores de nosso país. (...) Na verdade a proposta do referido grupo tinha o objetivo de inculturar o homossexualismo - as práticas homossexuais - e não comprender a homossexualidade e como trabalhar a questão do ponto de vista pedagógico.
Gostaria de dizer ao autor do texto acima que a manipulação, irmã gêmea da mentira, é um dos métodos de lavagem cerebral. Com o seu artigo, o Arcebispo equiparou (de novo esta palavra!) a Igreja Católica às mais perigosas seitas (sem falar de Hitler, Stalin, Mao Tsé-tung e outros). Jesus disse: "A verdade vos libertará" (Jo 8, 32). E, também: "(O diabo) não se manteve na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele fala mentira, fala o que é próprio dele, pois ele é mentiroso e pai da mentira" (Jo 8, 44).

Quem quiser conhecer o propósito do kit anti-homofobia, ouça a entrevista com Juliana Luvizaro, emitida pela Rádio CBN:


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Padre coordena grupo que lançou consultoria online para público LGBT

Ilustração: Esther Aarts

Publicado há pouco no jornal O Globo:

RIO - Entre os religiosos que defendem o reconhecimento dos direitos dos homossexuais, o padre Luís Corrêa Lima, professor do Departamento de Teologia da PUC, ressalta que o Brasil não está longe da questão do batismo de crianças criadas por casal homoafetivo. E defende que convém considerar o que for melhor para a criança. Luís Corrêa Lima dirige o Grupo de Pesquisa Diversidade Sexual, Cidadania e Religião da PUC, formado por professores e alunos de teologia, psicologia e pedagogia.

NOVO OLHAR: Padre contraria CNBB e elogia decisão do Supremo de reconhecer união de casais homossexuais

O grupo acaba de lançar um serviço de consultoria online para público LGBT, no portal Amai-Vos. Ali a pessoa pode tirar dúvidas sobre como proceder em questões ligadas à violência, direitos humanos, religião e espiritualidade. Entre os colunistas do site estão Frei Betto, Leonardo Boff, Luiz Eduardo Soares e Luiz Paulo Horta.

Confira a entrevista com o padre Luís Correa Lima:

O GLOBO - O Grupo de Pesquisa Diversidade Sexual, Cidadania e Religião sofreu alguma resistência dentro da Igreja Católica do Brasil?

LCL - Felizmente, não. Nós estamos em uma universidade, onde a liberdade acadêmica é fundamental para a produção do conhecimento, que se realiza através de debates, pesquisas, eventos e publicações.

O GLOBO - Como o senhor recebeu a decisão do Supremo quanto à união civil homoafetiva?

LCL -Há coisas positivas nesta decisão. Ao contrário do senso comum, existem elementos de convergência entre a decisão do Supremo e a doutrina da Igreja. Um documento do Vaticano, de 2003, trata do reconhecimento civil da união entre pessoas do mesmo sexo. Ele se opõe à equiparação desta forma de união àquela entre homem e mulher, bem como a mudanças no direito familiar neste sentido. No entanto, o Vaticano afirma que se podem reconhecer direitos decorrentes da convivência homossexual.

Este passo é muito importante. Se não houver nenhum reconhecimento social ou proteção legal às uniões homoafetivas, a homofobia presente na sociedade vai pressionar os gays a contraírem uniões héteros, para fugirem de um preconceito que é muito forte. Isto já acontece há séculos, traz muito sofrimento e precisa parar. O sacramento do matrimônio nestas circunstâncias é inválido. É preciso que os fiéis saibam disto. O casamento tradicional não é, de modo algum, solução para a pessoa homossexual.

O GLOBO - A posição da CNBB, expresso em documento público, é consensual?

LCL - Tudo indica que sim, por ser da Presidência da entidade. Alguns bispos individualmente se manifestaram a favor de direitos dos conviventes homossexuais, mas frisando que não se deve considerar esta convivência como família.

O GLOBO - Como o senhor se posiciona sobre o casamento religioso entre pessoas do mesmo sexo?

LCL - O casamento religioso está fortemente enraizado na tradição judaico-cristã, que desde os tempos bíblicos é heterossexual. Em países escandinavos e em regiões onde as uniões homoafetivas são comuns, igrejas como a Anglicana e a Luterana realizam bênçãos para estes conviventes, embora distinguindo estas uniões do casamento. Mudanças na tradição não são impossíveis de acontecer, mas é difícil saber o que vai permanecer, o que vai mudar e quanto tempo vai levar.

O GLOBO - O senhor defende o batismo de crianças criadas por casais homoafetivos?

LCL - O número de crianças criadas por casais homoafetivos não é muito. Mas este número deve aumentar devido ao crescente reconhecimento destas uniões. Os bispos americanos se depararam com esta questão em 2006. Eles se posicionaram contra este tipo de paternidade, chamada homoparentalidade. Mas aceitam que estas crianças sejam batizadas desde que possam ser educadas na fé da Igreja. No Brasil, não estamos longe desta questão e convém considerar o que for melhor para a criança.

* * *

É também por sacerdotes sérios como este que insistimos em fazer parte da Igreja, apesar de toda a dificuldade. A estes o nosso obrigado, por serem exemplos de Bons Pastores nesta semana temática.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Rio de Janeiro e Cidadania LGBT




Como todos estão acompanhando, o Rio vem fazendo jus ao titulo de principal destino LGBT do mundo (embora haja controvérsias) rs!

Mas é inegável que a CEDS (Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual) da prefeitura do Rio vem fazendo um trabalho que é exemplo pra todo o país. Divulgue o site:

http://www.cedsrio.com.br/home.html

Hoje no Globo você pode conferir o apanhado de iniciativas da CEDS, clicando aqui.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O afeto é subversivo


Foto: arquivo pessoal

"Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos,
se tiverdes amor uns aos outros." (João 13:35)

É com uma triste frequência que nos deparamos com notícias que dão conta de violência sofrida por casais gays pelo fato de terem demonstrado afeição em público, quer seja através de um simples carinho, um abraço, um beijo ou mesmo andar de mãos dadas.

Eu me pergunto: o que será que mobiliza esse tipo de reação? Que tipo de emoção ou energia represada no íntimo dos seres humanos é emulada a ponto de se manifestar em desrespeito e violência? Na raiz das duas representações, tanto naquela manifesta pelo carinho entre representantes do mesmo sexo quanto na que transborda em agressividade como resposta, reside o mesmo elemento propulsor: o afeto.

No século XXI o pensamento humano ainda está firmemente condicionado à lógica fundada por Descartes, que pensava o mundo através da oposição corpo/alma. O primeiro elemento seria o repositório de todo o caos gerado pelos sentidos, enquanto o segundo estaria destinado a ordenar sob a égide da razão o universo do pensamento e dos conceitos.

Assim sendo, ao corpo caberia lidar desordenadamente com os afetos, pois que se originam do irrealizado do irracional, do incontrolável, obedecendo a esquemas muito mais tarde mapeados pela psicanálise como mecanismos ligados ao inconsciente. Através dessa mesma lógica cartesiana é que a cultura elegeu a psicanálise como o instrumento que, aliado à razão, teria como tarefa primordial desvendar as profundezas insanas da mente humana de forma a ordená-la em paradigmas lógicos.

O afeto está na gênese do ser humano. É uma força tão poderosa e insondável que Freud por diversas vezes em sua obra tangenciou conceituá-la sem obter grandes sucessos, pois que insistia em tematizá-la em termos de uma energia objetivável. É o afeto que mobiliza o homem em direção àquilo que ele considera bom ou útil para a garantia da sua sobrevivência, inicialmente através dos sentidos e, posteriormente, justificado por uma série de esquemas lógicos que compõe o pensamento racional - este último condicionado, obviamente, por todo um processo cognitivo que insere o ser humano em determinados contextos históricos, sociais, culturais, educacionais, familiares etc, etc, etc. Grosso modo significaria dizer que o afeto é a primeira instância que vai dar ao homem as noções do que, mais tarde, ele vai objetivar intelectualmente como "aquilo pelo que é imprescindível lutar."

Dessa forma, podemos pensar tanto os grandes movimentos sociais quanto as piores tragédias da humanidade em termos de mobilização maciça de afeto em prol da união de seres humanos pela defesa de pontos de vista e/ou questões supostamente vitais para a sobrevivência e permânencia da raça. A ansiedade, a angústia com que a experiência dos sentidos comunica ao homem a necessidade de adaptar a ordem estabelecida (porém já obsoleta) às novas necessidades desencadeia o início do processo que vai inquirir, questionar, pensar, desarticular e, por fim, romper com hierarquias e organizações, abrindo campo para a gênese do novo.

O afeto une, congrega, aproxima. O afeto cria laços. O afeto é subversivo.

Também Jesus e os apóstolos foram vistos com imensa desconfiança pelos mantenedores da ordem quando saíam juntos a propagar a doutrina cristã, toda ela firmemente plantada na força propulsora e grandiosa do afeto. Também os primeiros cristãos eram olhados por uns com admiração, por outros com desdém quando deles se dizia: "vede, como se amam..." (Tertuliano. In: Apologético 39,7; 5)

Daí o porquê de um beijo entre dois homens ou duas mulheres mexer tão radicalmente com afetos que ainda não foram organizados de forma a dar lugar ao verdadeiro e profundo sentimento de compreensão de humanidade.

Mr. MM
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