sábado, 16 de abril de 2011

Porque nada justifica a homofobia. Nem a Bíblia.


Postamos esta semana uma nota sobre alguns exemplos de acolhimento aos gays na Igreja católica, com um comentário do padre italiano Alberto Maggi, biblista e teólogo, acerca de não podermos utilizar a Bíblia para defender ou atacar nenhuma tese, e muito menos para justificar a homofobia com argumentos de cunho religioso - como, aliás, tão bem mostra o documentário Assim me diz a Bíblia, que não cansamos de divulgar. :-)))

Este vídeo, extraído do terceiro episódio da segunda temporada da série americana The West Wing, ficou famoso como uma excelente síntese disso. É antigo, mas nunca é demais rever.

Bom fim de semana para todos. :-)

* * *

Este fim de semana estaremos no nosso retiro de preparação para a Páscoa. Por isso, excepcionalmente, não teremos nossa tradicionalíssima retuitospectiva semanal. Mas compensaremos esse lapso no começo da semana, ok?

Um grande abraço a todos.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A vida, hoje


Depois de todas as tempestades e naufrágios,
o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro.

- Caio Fernando Abreu

Atenção: divulgação de informações equivocadas sobre o Diversidade Católica

Foram publicadas notas em blogs especializados no público LGBT esta semana sobre supostas atividades realizadas pelo Diversidade Católica em São Paulo. Como defensores da inclusão dos gays na Igreja Católica, achamos louváveis iniciativas nesse sentido, mas gostaríamos de esclarecer que não temos nenhuma ligação com as atividades divulgadas pelo Athos GLS, Mix Brasil e CenaG
("Igrejas Católicas de São Paulo vão debater a homossexualidade"), publicada em 12/04. Como sempre, estamos prontos a conversar com veículos de comunicação e todos os interessados no assunto sobre nossas iniciativas pela inclusão dos gays na Igreja e dirimir quaisquer dúvidas, mas, esse esclarecimento se faz necessário. Em vista dos erros encontrados, já entramos em contato com ambos os sites solicitando a imediata retirada das matérias e a publicação de uma correção, a fim de desvincular o nome e imagem do nosso grupo de atividades pelas quais não temos a menor responsabilidade.

Equipe Diversidade Católica

Lázaro e a ressurreição presente na história, aqui e agora


O artigo aqui apresentado encontra-se no livro "Raio-X da Vida: Círculos Bíblicos do Evangelho de João", de Carlos Mesters, Francisco Orofino e Mercedes Lopes, e trata do evangelho do último domingo, sobre o episódio da ressurreição de Lázaro (Jo 11).

A pequena comunidade de Betânia, onde Jesus gostava de hospedar-se, reflete a situação e o estilo de vida das conunidades do Discípulo Amado. Betânia quer dizer “casa dos pobres”. Marta quer dizer “senhora” (coordenadora): uma mulher coordenava a comunidade. Lázaro significa “Deus ajuda”: a comunidade pobre esperava tudo de Deus. Maria significa “amada de Javé”: era a discípula amada, imagem da comunidade. O episódio de Lázaro comunica esta certeza: Jesus traz vida para a comunidade dos pobres. Jesus é fonte de vida para todos os que nele acreditam.

Comentando o texto:

1. Jo 11, 1-16: Uma chave para entender o sétimo sinal, a ressurreição de Lázaro
Lázaro estava doente. As irmãs Marta e Maria mandam chamar Jesus “Aquele a quem amas está doente!” (Jo 11,3). Jesus atende ao pedido e explica: “Essa doença não é mortal, mas é para a glória de Deus, para que por ela seja glorificado o Filho de Deus!” (Jo 11,4). No Evangelho de João, a glorificação de Jesus acontece através da sua morte (Jo 12,23; 17,1). Uma das causas da sua condenação à morte vai ser a ressurreição de Lázaro (Jo 11,50; 12,10). Assim, o sétimo sinal vai ser para manifestar a glória de Deus (Jo 11,4). Os discípulos não entendem (Jo 11,6-8). Jesus fala da morte de Lázaro e eles entendem que esteja falando do sono (Jo 11,12). Ainda não perceberam a identidade de Jesus como vida e luz (Jo 11, 9-10). Porém, mesmo sem entenderem, estão dispostos a ir morrer com ele (Jo 11,16). A doutrina deles é deficiente, mas a fé é correta.

2. João 11,17-19: Jesus chega em Betânia
Lázaro está morto mesmo. Depois de quatro dias, a morte é absolutamente certa, o corpo entra em decomposição e já cheira mal (Jo 11, 39). Muitos judeus estão na casa de Marta e Maria para consolá-las da perda do irmão. Os representantes da Antiga Aliança não trazem vida nova. Só consolam. Jesus é que vai trazer vida nova! Os judeus são os adversários que querem matar Jesus (Jo 10, 31). As duas mulheres criaram um espaço novo de contato entre Jesus e seus adversários. Assim, de um lado, a ameaça de morte contra Jesus; de outro lado, Jesus chegando para vencer a morte! É neste contexto de conflito entre vida e morte que vai ser realizado o sétimo sinal.

3. João 11,20-24: Encontro de Marta com Jesus - promessa de vida e de ressurreição
No encontro com Jesus, Marta diz que crê na ressurreição. Ela está dentro da cultura e da religião do povo do seu tempo. Os fariseus e a maioria do povo já acreditavam na ressurreição (At 23,6-10; Mc 12,18). Acreditavam, mas não a revelavam. Era fé na ressurreição no final dos tempos e não na ressurreição presente na história, aqui e agora. Não renovava a vida. Faltava dar um salto. A vida nova da ressurreição só vai aparecer com Jesus.

4. João 11,25-27: A revelação de Jesus provoca a profissão de fé
Jesus desafia Marta a dar este salto. Não basta crer na ressurrição que vai acontecer no final dos tempos, mas tem que crer que a ressurreição já está presente hoje na pessoa de Jesus e naqueles que acreditam em Jesus. Sobre eles a morte não tem mais nenhum poder, porque Jesus é a “ressurreição e a vida”. Então, Marta, mesmo sem ver o sinal concreto da ressurreição de Lázaro, confessa a sua fé: “Eu creio que tu és o Cristo, o filho de Deus que vem ao mundo”.

5. João 11,28-31: O encontro de Maria com Jesus
Depois da profissão de fé, Marta vai chamar Maria, sua irmã. E o mesmo processo que já encontramos na chamada dos primeiros discípulos: encontrar, experimentar, partilhar, testemunhar, conduzir até Jesus! Maria vai ao encontro de Jesus, que continuava no mesmo lugar onde Marta o tinha encontrado. Tal como a sabedoria, que se manifesta nas ruas e nas encruzilhadas (Pr 1, 20-21), assim Jesus é encontrado no caminho fora do povoado. Hoje, tanta gente busca saídas para os problemas da sua vida nas ruas e nas encruzilhadas! João diz que os judeus acompanhavam Maria. Pensavam que ela fosse ao sepulcro do irmão. Eles só entendiam de morte, e não de vida!

6. João 11,32-37: A resposta de Jesus
Maria repete a mesma frase de Marta: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido” (Jo 11, 21). Ela chora, todos choram. Jesus se comove. Quando os pobres choram, Jesus se emociona e chora. Diante do choro de Jesus, os outros concluem: “Vede como ele o amava!” Esta é a característica das comunidades do Discípulo Amado: o amor mútuo entre Jesus e os membros da comunidade. Alguns ainda não acreditam e levantam dúvidas: “Esse que curou o cego, por que não impediu a morte de Lázaro?”

7. João 11,38-40: Retirem a pedra!
Pela terceira vez, Jesus se comove (Jo 11, 33.35.38) É assim que João acentua a humanidade de Jesus contra aqueles que, no fim do século 1, espiritualizavam a fé e negavam a humanidade de Jesus. Jesus manda tirar a pedra. Marta reage: “Senhor, já cheira mal! E o quarto dia!” Novamente, Jesus a desafia apelando para a fé na ressurreição, aqui e agora, como um sinal da glória de Deus: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?”

8. João 11,41-44: A ressurreição de Lázaro
Retiraram a pedra. Diante do sepulcro aberto e diante da incredulidade das pessoas, Jesus se dirige ao Pai. Na sua prece, primeiro, faz ação de graças: “Pai, dou-te graças, porque me ouviste. Eu sabia que tu sempre me ouves!” O Pai de Jesus é o mesmo Deus que sempre escuta o grito do pobre (Ex 2, 24:37). Jesus conhece o Pai e confia nele. Mas agora ele pede um sinal por causa da multidão que o rodeia, para que possa acreditar que ele, Jesus, é o enviado do Pai. Em seguida, grita em alta voz: “Lázaro, vem para fora!” E Lázaro vem para fora. É o triunfo da vida sobre a morte, da fé sobre a incredulidade! Um agricultor do interior de Minas comentou: “A nós cabe retirar a pedra! E aí Deus ressuscita a comunidade. Tem gente que não quer tirar a pedra, e por isso a comunidade deles não tem vida!

9. João 11,45-54: O resultado do sétimo sinal no meio do povo
O capítulo 11 descreveu o último sinal, o mais importante dos sete: a ressurreição de Lázaro (Jo 11, 1-44). E o ponto alto da revelação que Jesus vinha fazendo. Terminada a revelação, vem a descrição do resultado: muita gente começa a crer em Jesus (Jo 11,45). Outros ficam em cima do muro e fazem a denúncia (Jo 11,46). Os líderes, preocupados com o crescimento da liderança de Jesus e não querendo perder a sua própria posição, decidem matar Jesus (Jo 11,47-53). O resultado final é que Jesus tem que viver na clandestinidade (Jo 11,54). Da mesma maneira, na época em que foi escrito o evangelho, a comunidade que trazia a vida para os outros se via obrigada a viver na clandestinidade.

A confissão de Marta e o significado da ressurreição
Se lemos todo o capítulo 11, vamos encontrar em seu centro a revelação de Jesus como ressurreição e vida, provocando como resposta a profissão de fé, proclamada publicamente por Marta (Jo 11, 25-27). Em Jo 11,4, Jesus afirma que a doença de Lázaro não é para a morte, mas para afirmar seu poder sobre a morte. Jesus é a vida e nele está a vida (Jo 1, 4). Este é um aspecto muito importante da identidade de Jesus para as comunidades do Discípulo Amado. A força de vida que há nele manifesta que ele é verdadeiramente o Messias e Filho de Deus, capaz de trazer um morto de volta à vida. Marta acolhe esta revelação mesmo antes de ver o sinal que revela o poder de Jesus sobre a morte, manifestado na ressurreição de Lázaro. Assim Marta recebe a bem-aventurança: “Felizes os que não viram e creram" (Jo 20,28) e torna-se um modelo para as pessoas que desejam seguir Jesus.

A vitória de Jesus sobre a morte mudou a seqüência dos tempos históricos. O que era próprio do tempo final entrou para o tempo presente. Por isso, o Jesus apresentado pelo Evangelho de João pode afirmar: “Quem vive e crê em mim jamais morrerá!” (Jo 11,26). Como é que Jesus pode afirmar que viveremos para sempre? Na Primeira Carta de João, este mistério é esclarecido: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos” (1Jo 3, 14). O amor é a força mais poderosa que existe. Ele transforma as pessoas e os acontecimentos. O amor faz o futuro virar presente e a ressurreição acontecer hoje. É interessante a comparação de Mt 16,16-17 com Jo 11,27. Em Mateus, a profissão de fé está na boca de Pedro, que por esse motivo foi reconhecido nas comunidades apostólicas como autoridade.

Em João a confissão de fé está na boca de Marta. É uma tríplice confissão: “Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que vem ao mundo” (Jo 1 1,27). Marta confessa que Jesus é Senhor, Messias e Filho de Deus. Isto indica que nas comunidades do Discípulo Amado é Marta quem desempenha um papel semelhante ao de Pedro nas comunidades apostólicas. Sua confissão de fé está repetida em Jo 20, 31, indicando o objetivo do evangelho: “foi escrito para que acreditem que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenham a vida em seu nome".

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A Igreja da acolhida para os homossexuais


Dez anos de atuação do Kairòs na Itália, quatro anos de atuação do Diversidade Católica no Brasil, um mês de atuação da Pastoral da Diversidade em São Paulo...

O bispo mexicano Raul Vera Lopez virou notícia ao declarar, em sua homilia de 27 de março, que a Igreja é a casa também dos LGBTs. "Jesus fundou a Igreja para reunir aqui dentro os que estavam fora, para acolher os que sofrem exclusão e rejeição (…) para que também estes encontrem o amor de Deus”. Em sua diocese - El Satillo, no norte do México, célebre bastião de defesa dos direitos humanos - a inclusão de gays na Igreja Católica agora é uma prioridade. Além de recentemente se haver ali realizado o “IV Fórum da Diversidade Sexual, Familiar e Religiosa”, há agora um ministério para gays, que defende a ampliação não só dos direitos humanos dos LGBTs mas também do senso de dignidade daqueles cuja emergência das margens da sociedade é causa de tantos conflitos para tantos católicos.

Nesse sentido, a diocese apóia, por exemplo, a criação de uma associação que congregará famílias que têm filhos ou filhas que apresentam preferências sexuais diversas - iniciativa defendida pelo IV Fórum da Diversidade Sexual, Familiar e Religiosa. Será a primeira associação do gênero a contar com o apoio oficial de uma diocese no México.

Pouco a pouco, pois, a história vai se desenrolando e o caminho da transformação - não sem suas dificuldades e percalços - vai sendo percorrido. Passo a passo. É diante dessa constatação, e num espírito de esperança e fé na constante conversão da Igreja ao Evangelho de Jesus, que reproduzimos a matéria abaixo.

Uma religião do amor ou das regras? Do prêmio ou do dom? Sexta-feira passada, em Florença, na Itália, o grupo de cristãos homossexuais Kairòs, por ocasião dos seus primeiros dez anos de atividade, organizou um encontro com o padre Alberto Maggi, biblista e teólogo (áudio em italiano disponível para download aqui).

A reportagem é de Delia Vaccarello, publicada no jornal L'Unità, 11-04-2011, e reproduzida pelo IHU em 12-04-11. A tradução é de Moisés Sbardelotto. Os grifos são nossos.

"Sob as volutas da antiga e sugestiva ex-igreja das Leopoldinas de Florença, éramos muitos amigos do Kairòs, católicos homo, fiéis provenientes das paróquias da cidade e de algumas Igrejas evangélicas... Todos diferentes, em idade (muitos jovens) e em histórias de fé", conta Innocenzo Pontillo, do Kairòs.

Pouco antes do encontro, foi possível conversar por telefone com o padre Maggi. Pergunto-lhe se verdadeiramente o Antigo Testamento contém referências de condenação à homossexualidade.

"Não podemos utilizar a Bíblia pró ou contra uma tese. A homossexualidade não estava entre os conhecimentos da época", indica, referindo-se depois ao hoje: "É preciso ter em conta que a Igreja tem a capacidade de dar novas respostas às novas necessidades".*

O encontro de Florença é um sinal da Igreja da acolhida. "Nós, do Kairòs, estamos hospedados em várias paróquias da cidade e sentimos muito próximas as comunidades batista e valdense", acrescenta Pontillo. O Kairòs nasceu porque três rapazes tocados pelo suicídio de Alfredo Ormando diante de São Pedro se perguntaram "como fazer para criar espaços de acolhida para os cristãos homossexuais dentro da Igreja".

Ainda em 2007, sacudidos pelo suicídio do jovem Matteo em Turim, lançaram a ideia de uma vigília em memória de todas as vítimas da homofobia. Foi a primeira de muitas. A vigília é uma oportunidade; Kairòs é a palavra grega que quer dizer "o momento em que a história de cada indivíduo pode empreender um novo caminho rompendo os laços com o passado".

O padre Maggi, por telefone, destaca a diferença entre "a antiga religião baseada nas leis e a nova que se funda sobre a acolhida e sobre o amor. Deus olha para as necessidades e não para os méritos; não Se concede como um prêmio, mas como um dom. Se compreendermos isso, a vida muda totalmente. É fundamental viver a mensagem de libertação de Jesus que nos convida a colocar à frente de tudo o bem do outro e não a regra, a obrigação, o preceito".

E os marginalizados dos quais se fala nos Evangelhos, o leproso, o publicano? "Jesus os busca", acrescenta padre Maggi. Os marginalizados de hoje são também os homossexuais? "As pessoas não devem ser etiquetadas, são pessoas. Jesus as busca para lhes dar a felicidade que se obtém dando-se aos outros".

Foram muitos os momentos intensos do curso daquela noite. O discurso do biblista mostrou como Jesus infringia a lei judaica quando se aproximava dos outros, fossem o leproso ou o publicano, considerados impuros. Infringe-a para fazer sentir a proximidade de Deus.

Pontillo refere alguns testemunhos: "Matteo contou que, há alguns anos, enquanto fazia a catequese, uma outra catequista havia explicado às crianças que a Aids era a justa punição criada por Deus para prostitutas e homossexuais. Matteo havia ficado em silêncio, sentindo-se como o leproso, condenado só por aquilo que era".

O Kairòs conta com 40 pessoas, entre homens e mulheres, que são chamados pelas comunidades cristãs, pelas escolas e pelas paróquias a levar o seu testemunho. Muitos, conclui Pontillo, "depois dos encontros, nos dizem: confrontando-se com vocês, podem ser derrubados muitos preconceitos inúteis".

Testemunhos também com vídeos: no YouTube, Dario, Caterina, Bernardo, Natascia, Andrea, Alessandra, cristãos homossexuais relatam porque irão para o Europride [festa europeia do orgulho gay] de junho em Roma (informações em www.gionata.org).

_______________
* O Pe. Maggi refere-se ao fato de que os textos bíblicos foram escritos num período da história em que não se reconhecia a existência de pessoas com uma orientação sexual específica e permanente para outros do mesmo sexo. As referências encontradas na Bíblia, portanto, são a atos homossexuais de indivíduos tidos como heterossexuais - como todos então. Tais atos eram tidos como condenáveis não pela homossexualidade em si, mas pelo contexto em que aconteciam. Você encontra mais informações aqui e no filme Assim me diz a Bíblia.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sejamos gays. Juntos.



12-04-11

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.

Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Quero então compartilhar essa ideia com todos.

Sejamos gays.

Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY

Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:

1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY

2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com

3) É só. :-)

Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.

A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.

Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.

As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.

Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —

* * *

13-04-11

Muito. Muito. Muito obrigada.

Eu e meus amigos que estamos acompanhando a resposta dessa campanha estamos emocionados com o que vocês estão nos enviando. Mesmo. E lembro a todos que as fotos enviadas para o e-mail projetoeusougay@gmail.com devem conter a mensagem #EUSOUGAY em alguma parte da foto, com um pedaço de papel, post-it ou mesmo escrito na mão como algumas pessoas já enviaram. E sim, todos podem e devem enviar imagens: héteros, gays, negros, brancos, emos, punks, vizinhos, amigos. Todos vocês, usem e abusem da imaginação para passar essa mensagem: #EuSouGay

Tendo isto dito, gostaria apenas de acrescentar mais algumas informações ao projeto:

Este não é um projeto apenas contra a homofobia, é um projeto contra a intolerância, contra o ódio. Não podemos, não devemos e não vamos viver nesse ambiente. Portanto, lá vai:

Eu sou gay, eu sou negro, eu sou nordestino, eu sou criança vulnerável, eu sou mulher vítima de violência doméstica, eu sou gordo, eu sou faminto, eu sou vítima do trânsito, eu não ando armado.

Eu sou aquele que diz basta a essa falta de compaixão e de respeito ao próximo. Eu sou pela paz. Eu sou a favor de um mundo melhor. Este é o movimento que começamos agora. Eu, você, nós brasileiros que acreditamos na força da opinião pública e das redes sociais para combater a intolerância contra a diferença e contra as minorias.

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Mais informações no blog do projeto, aqui.


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Atualização em 15/04/11:
O blog do @delucca publicou uma entrevista exclusiva com a jornalista Carol Almeida, criadora do #EuSouGay. Vale conferir!

terça-feira, 12 de abril de 2011

A secreta cumplicidade entre o humanismo de Jesus e o humanismo secular


“As relações do cristianismo e da modernidade foram relações de exclusão recíproca. Isto é principalmente verdade para o cristianismo sob a forma do catolicismo romano”, defende o teólogo francês Claude Geffré, que fala nesta entrevista sobre as complexas relações de diálogo, sejam elas entre cristianismo e modernidade ou entre as diversas denominações religiosas. “Muitos historiadores se perguntam se o cristianismo não foi ele mesmo um vetor de modernidade, mesmo que ele, finalmente, tenha sido sua vítima”. Mas, segundo o teólogo, o fim da função social do cristianismo não origina necessariamente o fim do cristianismo como experiência vivida e como crença pessoal.

Claude Geffré, juntamente com Régis Debray, é autor do livro Avec ou sans Dieu? - Le philosophe et le théologien (Paris: Bayard, 2006). Além disso, em 2006, publicou o livro De Babel à Pentecôte - Essais de théologie interreligieuse (Paris: Cerf, 2006). Em português, a Editora Vozes traduziu o livro Crer e interpretar, em 2004. Confira as entrevistas exclusivas que Claude Geffré concedeu à revista IHU On-Line, na edição número 207, de 04-12-2006, e ao site do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, www.unisinos.br/ihu, intitulada “Religião com ou sem Deus? Um diálogo de Régis Debray com um teólogo”.

(Publicado originalmente na revista IHU On-Line, na edição número 248, de 17-12-2007. Grifos nossos.)

Quem é Jesus? O que destacaria dele a partir de sua reflexão teológica?

Jesus de Nazaré é proclamado o próprio Filho de Deus pela primeira comunidade cristã, a partir de sua vida, sua morte e sua ressurreição. Em função de minha reflexão teológica, eu realçaria, sobretudo, dois aspectos: o realismo da encarnação e a morte de Jesus como manifestação do amor de Deus. Em Jesus, Deus não se faz somente corpo, mas carne: “O Verbo se fez carne” (João 1,14) significa que ele assumiu um corpo de carne, um corpo terrestre, “nascido de uma mulher” (Gálatasl 4,4), enquanto ele permanece sendo Deus em sua Alteridade transcendente. A maior lição da encarnação é, ao mesmo tempo, a afirmação da infinita vulnerabilidade de Deus e da eminente dignidade do corpo humano. Não se pode dissociar encarnação e ressurreição. A “descida” na carne não tem outra finalidade senão transformá-la, transfigurá-la para dar-lhe o poder de fazer explodir a vida das próprias profundezas da morte. De outra parte, a morte de Jesus é menos o sacrifício do Filho único pela redenção do pecado dos homens do que a manifestação do amor infinito de Deus, que se faz solidário do sofrimento e da morte de todo ser humano. Neste sentido, a cruz é a Boa Nova de um Deus diferente do Deus “bem conhecido” do teísmo filosófico e teológico.

Em que sentido a modernidade e a contemporaneidade podem ter ajudado para uma melhor compreensão de Jesus e de sua proposta?

As relações do cristianismo e da modernidade foram relações de exclusão recíproca. Isto é principalmente verdade para o cristianismo sob a forma do catolicismo romano. O catolicismo se quis resolutamente antimoderno, na medida em que a razão das Luzes solapava a autoridade da revelação e da tradição e na qual o acontecimento das sociedades democráticas contestava diretamente o princípio hierárquico da sociedade-Igreja. Atualmente, parece que o cristianismo está maduro para uma nova negociação com a modernidade, quando, durante mais de dois séculos, se tratava de duas irmãs inimigas. Muitos historiadores se perguntam se o cristianismo não foi ele mesmo um vetor de modernidade, mesmo que, finalmente, tenha sido sua vítima. Seria o desenvolvimento das virtualidades próprias ao cristianismo, em particular a emergência do sujeito humano como autônomo e como agente da história que estaria na origem do mundo moderno. Após o crescente sucesso da modernidade, a religião cristã não é mais fator de coesão social e se pode interpretar seu destino como o de seu desaparecimento progressivo. Mas o fim da função social do cristianismo não origina necessariamente o fim do cristianismo como experiência vivida e como crença pessoal. Pode-se pensar que, entre as religiões do mundo, o cristianismo continua sendo uma religião plena de futuro, pois há uma secreta cumplicidade entre o humanismo evangélico, de que dá testemunho a mensagem de Jesus, e o humanismo secular, que constitui o objeto do consenso da consciência humana universal.

É possível manter a centralidade constitutiva de Jesus Cristo e a sensibilidade inter-religiosa? Esta idéia parece ser uma tese defendida pelo senhor, como também por Jacques Dupuis, em favor de um inclusivismo pluralista, não é verdade?

A tarefa de uma teologia das religiões é de manter unidas a vontade divina universal de salvação e a unicidade da mediação do Cristo para a salvação. Na linha de Jacques Dupuis, eu defendo, pois, ao mesmo tempo, um cristocentrismo constitutivo e um pluralismo inclusivo, a saber, os valores salutares de que as outras religiões podem ser portadoras. Para favorecer o diálogo inter-religioso, não penso que seja necessário adotar uma postura pluralista que sacrifique a centralidade do Cristo a um teísmo indeterminado. No cristianismo não se pode, com efeito, opor o teocentrismo e o cristocentrismo. Nós só conhecemos o Deus da revelação cristã em Jesus Cristo. É antes aprofundando o mistério da encarnação, isto é, o Verbo feito carne, que podemos fundamentar teologicamente o diálogo inter-religioso.

É correto dizer, na sua visão, que o cristocentrismo não é recusado, mas que é aprofundando o mistério da encarnação que se garante, assim, o caráter dialogal do cristianismo?

Após a era apostólica, a Igreja confessa Jesus como Filho de Deus. Mas a teologia deve evitar identificar o elemento histórico e contingente de Jesus e seu elemento crístico e divino. A manifestação do absoluto de Deus na particularidade histórica de Jesus de Nazaré ajuda-nos a compreender que a unicidade do Cristo não é excludente de outras manifestações de Deus na história. É insistindo na própria palavra da encarnação, ou seja, da união do absolutamente universal e do absolutamente concreto (cf. Paul Tillich ) que se está em condições de des-absolutizar o cristianismo como religião histórica e de verificar seu caráter dialogal. Após vinte séculos, nenhum dos cristianismos históricos pode ter a pretensão de encarnar a essência do cristianismo como religião da revelação final sobre o mistério de Deus. Não se pode, pois, confundir a universalidade do Cristo como Verbo encarnado e a universalidade do cristianismo como religião histórica. Tem-se, assim, o direito de dizer que a verdade de que dá testemunho o cristianismo não é nem exclusiva, nem mesmo inclusiva de toda outra verdade de ordem religiosa.

Como repensar, nestes tempos de pluralismo religioso, a noção de que no Cristo se cumpriram todos os valores das outras religiões? Em que medida tal tese respeita o que existe de irredutível e irrevocável nas outras tradições religiosas?

A noção de cumprimento deve ser mantida, mas é preciso reinterpretá-la num sentido não totalitário. Falando de pluralismo religioso inclusivo, se quer significar que os germes de verdade e de bondade disseminados nas outras tradições religiosas podem ser a expressão do Espírito do Cristo, sempre em ação na história. Mas é preciso respeitar sua diferença própria em relação ao cristianismo. Por isso, parece-me abusivo falar de valores implicitamente cristãos segundo a simples lógica do implícito e do explícito, ou da preparação e do cumprimento. É preferível falar de valores crísticos. Entendo, com isso, germes de verdade, de bondade e mesmo de santidade que têm um lugar secreto na cristianidade de todo ser humano, criado não somente à imagem de Deus, mas à imagem do Cristo como novo Adão. E é em sua própria diferença que eles encontrarão seu cumprimento em Jesus Cristo no além da própria história, se eles não encontrarem sua explicitação visível no cristianismo. O pensamento cristão deve suportar o enigma de uma pluralidade de tradições religiosas em sua diferença irredutível. Elas não se deixam harmonizar facilmente com o cristianismo e seria desconhecer o privilégio da revelação cristã querer procurar completá-la a partir das verdades incompletas das outras religiões. Mas quanto melhor conhecermos as riquezas das outras religiões tanto melhor estaremos na condição de proceder a uma reinterpretação criadora das verdades que realçam a singularidade cristã.

O cristianismo, como o demonstrou E. Schillebeeckx , “não é, em primeiro lugar, uma mensagem, mas uma experiência que se tornou uma mensagem”. Em que medida o trabalho hermenêutico que procura evocar esta experiência seria atualmente fundamental para o diálogo inter-religioso?

A fórmula de Schillebeeckx tem a vantagem de sublinhar que nós só atingimos a experiência cristã fundamental dos primeiros cristãos a partir de um texto que já é uma interpretação. O texto do Novo Testamento só é Palavra de Deus, para nós hoje em dia, se engendrar uma experiência que seja contemporânea da experiência dos primeiros discípulos em presença de Jesus, como evento de salvação. Isto só é possível entregando-nos a uma reinterpretação de nossos textos fundadores e de sua tradição na história a partir de nossa própria experiência histórica na Igreja do século XXI. O diálogo com as outras religiões pertence a esta experiência com uma acuidade nova e, como eu já disse, ele nos permite explicitar certas virtualidades da mensagem cristã. As exigências do diálogo inter-religioso sublinham a importância de uma aproximação hermenêutica, em oposição a uma leitura fundamentalista dos textos. Trata-se de visar o alcance religioso de um texto, além de sua expressão literal ligada a uma época histórica. E, mais em geral, a prática do diálogo inter-religioso nos convida a comungar numa plenitude de verdade que está sempre além da particularidade histórica e textual de tal ou tal tradição religiosa.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Bolsonaro, obrigado pelo seu insensato coração!





Neste últimos dias em que as declarações de Bolsonaro remexeram a opinião pública, irei me manifestar com uma proposta de reflexão bem simples.

Primeiramente, quero salientar o ponto de vista de um autor muito estudado por qualquer pessoa que se interesse pelo tema TV e Cultura - Jesús Martín-Barbero. Grande parte de sua trajetória acadêmica versa sobre um profundo estudo das relações sociais formadas e pautadas a partir da TV. Barbero é, digamos, o maior especialista no campo da pesquisa latino-americana a respeito do assunto. Para saber um pouco mais clique aqui.

Seu trabalho é muito amplo, em linhas gerais, ele consegue distinguir, ou mesmos separar aquilo que “sai” da Cultura para TV e da TV para a Cultura. Seu principal objeto de estudo são as telenovelas, onde o autor salienta em suas pesquisas pelos países latinos que elas ocupam uma posição estratégica por conectar memórias e sensibilidades, mesmo que seja para (re)construir os imaginários coletivos.

Parando por aí pra não tornar este post demasiado longo, o que fica de Barbero para nós é o fato de que a novela, especialmente no Brasil devido aos altos índices de audiência, ocupa uma posição capaz de pautar assuntos que somente ela é capaz de fazer. Nossas características socioculturais, fazem com que especificamente o produto “Novela” seja o único dispositivo, ou pelo menos o mais eficiente, de comunicação capaz de conectar classes sociais de demografias muito distintas.

Pense que quando a questão da leucemia foi levantada em Laços de Familia, a mesma madame do Leblon que acompanhava sensibilizado o drama da personagem Camila (Carolina Dieckmann), era também acompanhada pela domestica que limpava sua casa, e em linhas gerais, é neste momento em que a domestica e a madame tem assunto pra conversar no elevador, é o que defende Barbero.

Há uma lógica bastante interessante e algumas questões. Até que ponto está a responsabilidade social de uma emissora em pautar determinado assunto? É da “mídia” ou do governo pautar as discussões de políticas publicas e/ou sociais? Eita, muito pano pra manga aí...

Não adianta chamar a emissora de boba, feia e chata. Quando Globo veio a público se retratar (veja aqui) dizendo que não haveria beijo gay na TV em Insensato Coração, houve uma revolta da militância. Mas ora, ela é uma empresa privada e tem obrigações comercias a cumprir. Segundo sua lógica, se for danoso pro seu negocio, não vai rolar. Aí meu caro, ou você reza pra que haja uma revolução socialista pra que se mude as lógicas capitalistas ou dialoga com as atuais e se propõe a entender seus sistemas lógicos pra ver se dessas pedras saem leite pras questões LGBT.

Mais uma vez, as vozes dissonantes das diversas instituições sociais conseguem fazer um barulho, ainda baixo, pra mostrar que não vamos esperar que os governantes se cocem ou quando um dia for lucrativo pra qualquer emissora pautar o tema, com devida construção de imaginários coletivos mais sensíveis as nossas causas.

De acordo com minhas compreensões de como este assunto deve chegar na boca do povo da forma mais positiva possível para nós, penso que as questões comerciais devem, sim, ser levadas em consideração. Estas relações existem, são fortes e rígidas. Como diria Foucault, colocar esta força contra si, talvez seja o mais inteligente e eficaz do que se chocar com ela.

Observando os últimos fatos, arrisco um palpite como esta força midiática vai se dobrar contra si.

Indiscutível, por exemplo, que Bolsonaro irritou a população brasileira quase de forma hegemônica. Todos os veículos de comunicação em matérias e manchetes representaram a sensibilidade popular que este imbecil foi capaz de incitar. A partir desta discussão social, deste levante coletivo que entra outro componente que arremata a discussão no âmbito almejado por nós, a representação figurativa desta realidade, onde aquela domestica lá do Leblon, da casa da madame passa a entender o que está acontecendo. Ou seja, para o grande público só a representação desta realidade será capaz de criar imaginários coletivos a favor das causas LGBTs.

E é neste ensaio lógico que entra a Novela, pautando, as discussões em âmbito nacional de amplo alcance. Vocë que está de frente pra este blog não é parâmetro, meu caro. Quando este assunto ganhar os bares, botequins, bodegas, elevadores, fofocas aí será o momento do gap de qualquer emissora levantar a bola. Claro que pode ser o contrario, mas quando se fala neste nível de risco, e me refiro a rejeição pública para o horário mais caro da TV brasileira, quem no lugar do executivo que decide o caso não teria cautela?

Em suma, Bolsonaro mexeu na consciência brasileira que fez eco nos veículos formadores de opinião, que por sua vez ganha o grande público com a Novela e como afirma Barbero, num viés sensível capaz de formar memórias e elos sociais.

Clique aqui e confira como Insensato Coração se manifestou.

Acredito que seja por aí que a banda vai tocar. Esta reflexão também se aplica a lógica do Diversidade Católica. Afinal, estamos aqui fazendo eco nas assembléias de nossas paróquias, sendo voz num ano importantíssimo e contribuindo da nossa maneira. Aguardem...rs!

Mais uma vez, obrigado Bolsonaro, graças a sua colaboração você acelerou e/ou permitiu que o grande público pudesse ter pautado em suas discussões tudo o que você falou.

Páscoa: escravidão e liberdade


Cada ano festejamos Pessach porque a liberdade, para os indivíduos e para a sociedade, é sempre uma travessia, nunca um ponto de chegada, e ela só é possível porque se alimenta do exemplo e das lutas das gerações passadas.

Pessach é um momento de reflexão sobre o que nos faz escravos, permitindo que a opressão se instale no nosso interior e nas nossas relações. Por isto, festejar a liberdade exige refletir sobre a servidão, sobre o Faraó que cada um leva dentro de si:

• O Faraó que só percebe a si mesmo.
• O Faraó que deseja que os outros o obedeçam.
• O Faraó que não aceita que cada pessoa seja diferente.
• O Faraó que julga antes de compreender.
• O Faraó que divide tudo em certo e errado.
• O Faraó que fala para não ouvir.
• O Faraó que teme ideias diferentes das suas.
• O Faraó que ri dos outros sem ser capaz de rir de si mesmo.
• O Faraó que confunde solidez com rigidez.

Pessach nos lembra de que o poder material, econômico ou político não deve ser confundido com o poder de ser internamente livre. Porque a liberdade não se compra nem se impõe, só pode ser construída por cada um e na convivência, inspirando-se em exemplos, mas seguindo caminhos que são sempre singulares. Por isso:

• Só a liberdade nos leva a valorizar perguntas que questionam nossas certezas e a duvidar de respostas que confirmam nossas crenças.
• Só a liberdade nos permite amar nossos seres queridos sem querer transformá-los em espelhos de nós mesmos.
• Só a liberdade nos permite levar a vida a sério, sem nunca deixar de brincar.
• Só a liberdade nos permite aprender coisas diferentes que questionam nossas crenças.
• Só a liberdade nos permite entender nossas mudanças e das pessoas que nos circundam.
• Só a liberdade nos ensina que a vida nunca se reduz ou pode ser contida em leis e conceitos aparentemente rigorosos.
• Só a liberdade nos dá o sentido da ironia e do humor.
• Só a liberdade nos permite entender que toda fronteira usada para classificar os outros é precária e que nunca deve ser transformada numa forma de desclassificar.
• Só a liberdade permite que a tradição seja uma fonte de sabedoria e não uma camisa de força.

A afirmação da liberdade é um caminho que exige rompimentos e distanciamentos de um mundo conhecido e aparentemente seguro. Mas nada pode eliminar a angustia nem as incertezas. Ou nos refugiamos na repetição mecânica e em crenças cegas que sufocam a curiosidade, fogem do desconhecido e temem o que está fora de nosso controle, ou as transformamos numa energia que nos impele a descobrimentos e que nos faz crescer, transformando a vida num processo de aprendizagem permanente.

Só podemos lutar contra a servidão se enfrentamos o opressor e o oprimido que cada um de nós carrega. Porque a escravidão individual é produzida por traumas que nos deixam inseguros e por medos que nos paralisam e nos transformam em pessoas rígidas e oprimidas:

• Um oprimido que se esconde dele mesmo procurando ser igual ao resto.
• Um oprimido que transforma, por insegurança, o amor em possessão.
• Um oprimido que odeia o que não controla e o que não se ajusta à sua vontade.
• Um oprimido que foge da mudança, no lugar de se enriquecer com ela.
• Um oprimido que teme o futuro e a passagem do tempo no lugar de vivê-lo intensamente.
• Um oprimido que inferioriza os outros para se sentir superior.
• Um oprimido que se refugia em grupos e comunidades em torno das quais cria muralhas que desumanizam os que se encontram fora.

A liberdade pessoal só pode ser plenamente realizada em comunidades que permitem a livre expressão de cada indivíduo. Devemos, portanto, lutar contra toda forma de opressão política e social. Porque o autoritarismo se alimenta do ódio, estigmatiza quem discorda, transforma o opositor em inimigo e os indivíduos em membros de manadas. Lembrando sempre que não há comunidade onde não existe justiça social, pois a pobreza e a miséria geram excluídos.

Porque aspiramos a ser livres, mas nunca nos desprenderemos totalmente dos desejos de pressão, lembramos as grandezas, nem por isso destituídas por vezes de fraquezas, de nossos antepassados. A todos eles, e a todas as pessoas justas de todos os povos e culturas, que fizeram o possível para que hoje possamos brindar à vida e à liberdade:

Shehechyanu, ve´quimanau ve’higuyanu lazman haze.
Que vivemos, que existimos, que chegamos a este momento.

- Bernardo Sorj
Publicado originalmente no Amai-vos. Grifos nossos.

domingo, 10 de abril de 2011

Tuitagens da semana (#tragedianorio)



Foto: AllVoices

...com um dia de atraso, mas chegou a hora...

@divcatolica O programa Inclusão com o tema Homofobia e Direitos Humanos já está disponível em nossa página http://ht.ly/4sCIv Obrigado. RT@tvsenado

"Quem esteve nas Forças Armadas sabe...": sobre Bolsonaro, forças armadas e os sargentos gays http://bit.ly/fUt1ow

Deputado Ronaldo Medeiros (PT-AL) protocola projeto que beneficia homossexuais http://bit.ly/grPTNv

Após crítica a deputado, site da ABGLT é hackeado http://bit.ly/fRZpUH via tantasnoticiasx1

Trecho do livro A Cama na Varanda, de @reginanavarro http://bit.ly/g1ma6N

Brasil tem Conselho Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais http://bit.ly/hAKJGl

Nota da ABGLT sobre a invasão do seu site http://bit.ly/hVDYyW

Trailer: "Sexualidade e Crimes de Ódio" http://bit.ly/eDz78A

Os efeitos do extremismo! http://bit.ly/guTsxn

Violência numa escola em Alagoas - Brasil. PLC122 URGENTE http://bit.ly/eELpMU

Manifestação Fora Bolsonaro - terça-feira (05/04) às 17 horas na Cinelândia http://bit.ly/e5xTcG

Papa vai se reunir com entidade gays em setembro http://www.athosgls.com.br/v.php?c=31034

Papo com Marcelo Galo sobre terrorismo de genero, teorias queer e fascismos no mundo gay. http://yfrog.com/hss4gmtj RT@MapeamentoLGBT

Artur Xexéo: O deputado me envergonha http://glo.bo/gFOLAD

Daniel Piza, "O penhor dessa igualdade": "o deputado tem o direito d dizer o q pensa, mas temos o dever d criticá-lo" http://bit.ly/h2fuVz

25 gangues apavoram gays e negros nas ruas de S. Paulo (Folha de S. Paulo) http://bit.ly/dRHNyb

As poucas mulheres com responsabilidade na Igreja procuram visibilidade http://bit.ly/es07yO

Beatificação de Romero: Uma espera consciente das dificuldades http://bit.ly/fsABew

@blogentrenos: #forabolsonaro Saiba como exigir que os deputados abram processo por quebra de decoro contra Bolsonaro http://bit.ly/f8b6TY

A homossexualidade e as drogas http://bit.ly/h7xVSJ

Presidente da Câmara dos Deputados diz que Brasil precisa criar mecanismos legais que coíbam a homofobia http://bit.ly/hJl3Do

DZI CROQUETTES, gays e revolucionários http://bit.ly/fYHR6t

As religiões irão perder a mulher pelo patriarcado http://bit.ly/fKGKkd

Mais de mil mexicanos abandonam diariamente a Igreja Católica http://bit.ly/ib5b1p

O amplo fôlego da História: um livro que explica períodos seculares numa perspectiva universal. http://bit.ly/gFc7Kj

Marta Suplicy apresenta emendas ao PLC 122 p atender igrejas: http://lgbtt.blogspot.com/2011/03/npva-redacao-do-plc-122-pune.html RT@artgays

A depressão nos homossexuais: o peso da homofobia http://paradiversidade.com.br/2010/?p=2434 RT@paradiversidade

Inscrições prorrogadas para o VIII Seminário de Educação, Gênero e Infância na UFT. Saiba mais no Blog do Evento: http://bit.ly/hoV8Zr RT@PedagogiaQueer

"Que Dilma tenha a firmeza para implementar medidas mais efetivas que a alardeada legalização do aborto no país" http://bit.ly/h9iyT9 RT@_ihu

VII Congresso Nacional de Representações de Gêneros e Sexualidade em Campina Grande-PB http://bit.ly/h81ozZ RT@PedagogiaQueer

Para melhor enxergar nossa própria identidade: porque "ver" é um milagre. http://bit.ly/gew7n6

A cada um dia e meio, 1 homossexual é assassinado no Brasil, vítima de ódio, expõe relatório http://migre.me/4bewM RT@Bob_Fernandes

Fé cega, faca amolada - http://t.co/w RT@jeanwyllys_real

Bolsonaros e a rua Lima e Silva, ou: distorções da democracia http://bit.ly/euCCuX RT@SomosLGBT

Conselho Nacional de Justiça promove Seminário sobre "#EstadoLaico e Liberdade Religiosa": http://migre.me/4bhu7 RT@Wedge_Issue

ILGA Europa promove documentação sobre direitos LGBT: Europa - a região europeia da Associação Internacional de ... http://bit.ly/eEee0Z RT@Gay_1

http://bit.ly/egMk4L 24 Congresso Internacional Religiao e Educaçao da Sociedade de Teologos e Estudos da Religiao RT@pepaulodalladea

Vale a pena: Div. Sexual e Dir. Homoafetivo. Sem dúvida, 1 marco p/ dar + visibilidade e impor respeito às diferenças. http://bit.ly/eTehTZ

Pesquisa revela que maioria dos católicos praticantes é a favor do casamento gay - nos EUA http://bit.ly/fr9BM6

Não deixem de ler: "Bolsonaro: a cepa de 1964 segue viva em 2011" http://bit.ly/dKRXUi

Isto é amor. Isto, estupidez. :-) http://twitpic.com/4gz8q5

"Ponto fraco" do HIV abre caminho para vacina. Leia: http://www.vivacazuza.org.br/sec_noticias.php?page=1&id=432 RT@VivaCazuza

EUA podem ter primeiro presidente gay: Candidado republicano apoia abertamente o casamento gay http://bit.ly/fx3N5i RT@GayNewsBrazil

Começa esta semana! Curso Diversidade Sexual, Cidadania e Fé Cristã, no Centro Loyola. 7/4-9/6, toda 5a, em Botafogo. http://migre.me/3Krop

Acessem o site o video da semana é o relato da mãe de uma vítima da homofobia http://www.plc122.com.br/ via @ismaelramos RT@EleicoesHoJE

ABGLT divulga Manifesto Convocatório para a II Marcha Nacional Contra a Homofobia http://bit.ly/gtKAsK

A sociedade e o menosprezo ao feminino http://bit.ly/i8SiUN (RT @bloghomosapiens)

From impossibility to responsibility: developing new narratives for gay catholic living - James Alison http://bit.ly/dRl0q4 (em inglês)

The Fulcrum of Discovery or: how the “gay thing” is good news for the Catholic Church - James Alison (em inglês) http://bit.ly/dH17LX

O possível primeiro retrato de Jesus http://bit.ly/fXDHJu

Brilhante artigo do Presidente da OAB-RJ para o @jornalodia , Wadih Damous: Pregação do ódio http://bit.ly/hhXK4h RT@CarlosTufveson

Carta de um padre católico a um jovem homossexual http://bit.ly/hoFy9g

Marcelo Tas dá 'lição' em Bolsonaro ao falar sobre filha homossexual http://bit.ly/fwfHTW @marcelotas foi lindo belo exemplo e parabens! RT@CarlosTufveson

Livro: Márcio Retamero: Pode a Bíblia incluir? http://bit.ly/hpGaNH

CASO BOLSONARO -- A censura e outras confusões [Deonísio da Silva] http://bit.ly/hpXQFM RT@observatorio

"Vinte e quatro anos. E daí?" http://bit.ly/eER21g

O poder das palavras: mude suas palavras, mude o mundo http://bit.ly/dEvKHH

Em entrevista ao "Roda Vida", Gilberto Kassab se declara a favor da adoção gay http://t.co/7PV9q RT@ACapacombr

Retiro de Páscoa no Centro Loyola, Rio de Janeiro 16-17/4 de abril http://bit.ly/fOi8YT http://twitpic.com/4hcdiv

30 IDEIAS para ajudar a causa LGBT do seu jeito http://bit.ly/eJIqGV

Evento do Itaú debate a invisibilidade dos homossexuais no mercado brasileiro http://t.co/mSm6K RT@ACapacombr

URUGUAY. Habrá matrimonio igualitario antes de fin de año. El Parlamento estudia ya un proyecto que tiene el apoyo... http://fb.me/ySV5yZk1 RT@Pedro_Zerolo

SBT libera beijo gay em nova novela http://bit.ly/e65EMt via tantasnoticiasx1

"Número de gays assassinados no Brasil é um absurdo", diz ministra Maria do Rosário http://bit.ly/hzxZux via tantasnoticiasx1

Escola só pune estudante que bateu em colega depois de vídeo da agressão vazar na internet http://bit.ly/fMxwOC via tantasnoticiasx1

Campanha: "I was born gay, were you born hateful?" / "Eu nasci gay. E você, nasceu com ódio?". Espalhe essa ideia! http://twitpic.com/4hk7re

Parlamento Europeu apela a protecção para LGBTs que pedem asilo: Os membros do Parlamento Europeu votaram hoje a... http://bit.ly/f5abhN RT@Gay_1

ÉPOCA – Paulo Moreira Leite: Bolsonaro tem um “lado bom”? http://glo.bo/h4vCH9

Blog do Herval Junior: Você conhece a " direita raivosa " ? http://bit.ly/eOjjdE

Annie Lennox: Sing | Video para campanha de conscientização AIDS/HIV na África do Sul http://bit.ly/eGIydj

Declaração de IR deve feita em nome de um dos homoafetivos: Aqueles que vivem em união homoafetiva tendo vida e... http://bit.ly/gqVv5M RT@GayNewsBrazil

Reencontrando sua alma: Você é um átomo de Urânio Enriquecido http://bit.ly/fVCjZy

Livro: Cine Arco-Iris - 100 Anos de Cinema Lgbt nas Telas Brasileiras http://t.co/5SVQU2C RT@homorrealidade

Homossexualidade debaixo do tapete do gramado. http://t.co/kZ0pgxD (RT @MarkosOliveira via @Jadilsonr)

"O que você faria se tivesse um filho heterossexual?" http://bit.ly/dQlclQ

ha...A Gaga polemizando! http://tinyurl.com/5wlol4n RT@CineclubeLGBT

#Vôlei Futuro aciona Justiça Desportiva, após jogador Michel sofrer ataque homofobico oblogentrenos.blogspot.com/2011/04/volei-… #homofobianao RT@blogentrenos

Igreja, teologia pastoral e adolescentes: Texto muito lúcido sobre a sexualidade e a Igreja http://t.co/xgkSe4G RT@pepaulodalladea

Corregedoria da Câmara notifica Bolsonaro em investigação por racismo e homofobia http://bit.ly/hHchZw

Paulo impede q a teologia se feche e expõe o crente à pura gratuidade da salvação outorgada incondicionalmente p/ Deus. http://bit.ly/hCfW4e

Você se lembra do homem das cavernas? http://bit.ly/esOaOs

Legislativo tem medo de avançar na questão LGBT - Entrevista com Marta Suplicy - http://t.co/cGkDct2 RT@homorrealidade

Livro interessante: "Homofobia - História e crítica de um preconceito" http://bit.ly/ijBBAe

Dossiê de agências ecumênicas denuncia repressão a movimentos sociais e ativistas de direitos humanos no Brasil http://bit.ly/fJYFLB

Há 61 anos, nascia o Dia Mundial sem Sexo RT@pepaulodalladea http://bit.ly/i55sUv

"Sempre fui uma mulher aviadada", diz Claudia Raia a revista gay: http://bit.ly/hST9X5 RT@GayNewsBrazil

Um minuto de silêncio http://bit.ly/hOWwV2 #tragedianorio

Support luto pelas crianças do massacre do Rio: add a #PicBadge to your image - http://picbadges.com/?p=1512890

TV pública é TV laica http://bit.ly/gLzi55

Governo federal defende criminalização da homofobia http://bit.ly/fLixQb

Sopa de Letrinhas? – Movimento homossexual e produção de identidades coletivas nos anos 90 http://bit.ly/gbVTte

II Conferência Nacional LGBT - 15 a 18 de dezembro de 2011 http://bit.ly/hgbRQ0

O Brasil repudia Bolsonaro: atos em Salvador, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. http://bit.ly/ed7exH

Assassinada a sangue-frio. O Brasil deve agir agora para impedir as mortes de LGBTs http://bit.ly/gPySQe

Jovem é acusado de matar mãe e irmão após discussão sobre opção sexual em Manaus http://glo.bo/epXEqo via tantasnoticiasx1

Calendário de Paradas gays no estado do RJ http://bit.ly/gRQvhp

Video: Michael do Vôlei Futuro é chamado de "bicha" por torcida do Cruzeiro http://bit.ly/fb9GwP

Igreja e Comunicação no Brasil: o impulso do Vaticano II http://t.co/UywgYTj RT@diegolem

Brasil ganha rede social exclusiva para público LGBT http://www.athosgls.com.br/v.php?c=31057 RT@Athosgls

Justiça admite união estável entre gays http://www.athosgls.com.br/v.php?c=31056 RT@Athosgls

Asociación Mexicana del Derecho a la Información: Exigen comunicólogos erradicar homofobia de medios de comunicación http://bit.ly/gu9At8

RT @Gay_1: Palavras deixam marcas... http://bit.ly/grOrxV ( @gutoangelico )

Massacre em escola escocesa levou Grã-Bretanha a proibir armas em 1997 http://glo.bo/ihLg1W RT@tsitonio

Na Câmara, propostas ampliam possibilidades de porte de arma http://glo.bo/g9mhDS RT@tsitonio

Para combater a corrupção: curso virtual "Controle Social e Cidadania", pela #CGU http://bit.ly/dRuDOz RT@MarxismoOnline

Filme gay peruano que estreia hoje conta história de amor em vila de pescadores http://mixbrasil.uol.com.br/t/IkTBTd

Quando a tragédia se abate sobre nós e nos sentimos à mercê do mal... http://bit.ly/eXBWHS #tragedianorio

"Assassino de Realengo: uma história cristã" - Leia e RT o artigo de Renato Hoffmann no Blog #SaiNaUrina - http://bit.ly/hENzU9 RT@Leo_Rossetti

Excelente: Doze mitos sobre a homossexualidade no Brasil http://bit.ly/g6fHSS

Vôlei Futuro 'pinta' ginásio de rosa e bate Cruzeiro. Líbero usou camisa arco-íris com mensagem contra o preconceito http://bit.ly/hMDfgK

@LeonardoBoff sobre José Comblin: "Um desafio à intelligentzia acadêmica" http://ow.ly/4wnvU

Sugestão de livro: "Reflexões sobre a questão gay", Didier Eribon. Ed. Companhia de Freud. http://bit.ly/hvzdDm

Vaticano convoca blogueiros do mundo em Roma, dia 2 de maio http://bit.ly/eJDpO0 Objetivo: possibilitar o diál… (cont) http://deck.ly/~3AxQH

"Os nomes do pai": sobre a formação das masculinidades http://bit.ly/icv2a2 RT@MarceloSpitzner

http://bit.ly/dMX4dL Assassino de Realengo procurava nas vitimas caracteristicas de quem fez Bullying com ele

Preconceito entre os gays: as barbies, os ursos, os afeminados, as mulheres, os mais velhos.... http://bit.ly/g0akXq

Polícia evita confronto entre manifestantes pró-Bolsonaro e do movimento gay http://glo.bo/h6UaZN

Chega a 11 total de detidos em manifestação de grupos pró e contra deputado Bolsonaro http://bit.ly/iey0Zd

Livro O último triângulo rosa: "Eu sabia da existência dos campos e sabia que os judeus eram enviados para Aus… (cont) http://deck.ly/~yW6BY

Bispo mexicano diz a gays e lésbicas: "a Igreja é a casa de vocês" (em inglês) http://bit.ly/f8kz8x

Deus trabalha

Ilustração: Dan-ah Kim

Jesus respondeu aos judeus: “Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho”. Então, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque, além de violar o sábado, chamava Deus o seu Pai, fazendo-se, assim, igual a Deus. (Jo 5,17-18) Estas palavras iniciais do Evangelho de quarta-feira passada (Jo 5,17-30) ajudam-nos a entrar no clima, cada vez mais tenso, no meio do qual Jesus se aproximava à realização plena de sua missão, através da paixão, morte na cruz e ressurreição. A liturgia quaresmal procura fazer com que acompanhemos, passo a passo, o Nosso Senhor. O texto do Evangelho lido na quarta é a continuação da passagem de terça (Jo 5,1-16) que falava sobre a cura de um paralítico. Os judeus, assim como em tantas outras ocasiões parecidas, criticavam o fato de o milagre ter sido realizado no dia de sábado. As respostas de Jesus, em diversas ocasiões, resumem toda a revelação (a Boa Nova), que Ele mesmo trouxe, a respeito dos preceitos judaicos e da maneira correta de cumpri-los: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado". (Mc 2,27) "Em dia de sábado, o que é permitido: fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou matar?" (Mc 3,4) Um pequeno trecho do Evangelho de terça mostra, também, a firmeza daquele que tinha experimentado a graça de Jesus e compreendido o seu ensinamento: Os judeus disseram ao homem que tinha sido curado: “É sábado! Não te é permitido carregar tua cama”. Ele respondeu-lhes: “Aquele que me curou disse: ‘Pega tua cama e anda’”. (Jo 5, 10-11) Podemos, neste momento, recordar a análise da mentalidade judaica da época, apresentada pelo padre Helminiak e citada aqui. A palavra-chave parece ser a "abominação". Certamente, para os acusadores do paralítico curado, o ato de carregar a cama no dia de sábado, era uma abominação. Entretanto, a resposta do homem foi clara: aquele que me curou disse "Pega a tua cama e anda". Realmente, no entendimento dos judeus, realizar qualquer trabalho no dia de sábado, era um pecado grave. Pensavam que, ao trabalhar nesse dia, os homens ofendiam a Deus. Foi neste contexto que Jesus disse: "Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho". (Jo 5, 17) É muito importante esta reflexão! Como é que o Pai do céu, Deus todo-poderoso "trabalha sempre"? Existe, entre várias correntes de pensamento, o chamado "deísmo" que aceita a existência de um Deus, mas nega qualquer intervenção dele na história do universo. É como o fabricante de um mecanismo qualquer (fala-se, por exemplo, de um "Deus-relojoeiro") que, depois de ter criado e colocado em movimento a sua obra, nunca mais se interessou por ela. As palavras de Jesus descartam totalmente tal ideia. Como, então, Deus "trabalha"? A resposta vem no salmo responsorial e na I leitura de quarta-feira: "Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura. O Senhor é amor fiel em sua palavra, é santidade em toda obra que ele faz. Ele sustenta todo aquele que vacila e levanta todo aquele que tombou. É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente". (Sl 144, 8-9. 14. 17-18) E Ele mesmo diz (na I leitura - Is 49,8-15): "Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém não me esquecerei de ti". (v. 15) Como uma mãe carinhosa e vigilante, Deus trabalha, cuidando de cada um de nós. Trabalha sempre. 24 horas por dia. E foi exatamente disso que se esqueciam os adversários de Jesus, preocupados com a obediência cega aos preceitos. Jesus, em outra ocasião, dizia-lhes: "Sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus apegando-vos à vossa tradição". (Mc 7,9). Compreendeu isso perfeitamente o Apóstolo Paulo, ao escrever: "A letra mata, o Espírito é que dá a vida". (2Cor 3,6)

- "Teleny"
Reproduzido com a gentil autorização do autor.
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