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No contexto da 93ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Mexicana (CEM), cujo tema é a família e as dificuldades e ameaças por ela enfrentadas atualmente, Víctor René Rodríguez Gómez, secretário-geral da CEM, observou que a Igreja não exclui as uniões entre pessoas do mesmo sexo:
"Os casais do mesmo sexo que formam uma família nunca estiveram excluídos da Igreja; o que queremos deixar muito claro é que o matrimônio é entre um homem e uma mulher, e o consideramos um patrimônio da humanidade. A Igreja Católica está longe de considerar uma exclusão ou separação de quem pensa diferente, mas também é nossa missão deixar muito claro, conforme o Evangelho, o que o Senhor nos revelou com relação à vida, à família e à instituição matrimonial."
Embora insistisse em que a visão da Igreja e do Evangelho é a família baseada no amor entre um homem e uma mulher abertos à vida e na capacidade de auto-doação, Rodríguez Gómez disse que a Igreja também respeita e valoriza outros tipos de convivência, como aqueles constituídos por mães e seus filhos ou avós e netos, devido à migração dos pais.
Um adendo: a rigor, os textos bíblicos foram escritos em uma época muito anterior à concepção do amor como fundamento da família, na qual o vínculo matrimonial tinha um caráter muito mais utilitário e econômico do que afetivo. Salientam, sim, o respeito entre os cônjuges, mas nada falam do "amor" no sentido do amor romântico, em vigor no Ocidente há menos de três séculos - como vimos na excelente retrospectiva histórica publicada aqui ontem. Ademais, de todo modo, nada impede que um casal gay seja igualmente aberto à possibilidade de ter filhos e ao exercício da auto-doação.
Juan Pedro Juárez Meléndez, bispo de Tula, referiu-se aos desafios enfrentados pelas famílias que vivem com um ou dois salários mínimos, renda com a qual é impossível ter uma existência digna; assinalou ainda que a falta de emprego é outra das situações difíceis que afetam gravemente as famílias mexicanas, assim como o problema da migração.
Jorge Patrón Wong, bispo-auxiliar de Papantla, mencionou a perda de valores e de solidariedade, assim como o aumento da pobreza e a ampliação das desigualdades econômicas. Sobre este último ponto, Rodríguez Gómez lamentou que, cada vez mais, muitos tenham pouco e poucos tenham muito.
Apesar das mudanças cada vez mais evidentes, é difícil prever quanto tempo a Igreja levará para rever sua doutrina com relação à sexualidade em geral e ao matrimônio em particular, bem como à questão da homossexualidade. Porém, o combate à violência, a defesa da dignidade das pessoas diante das dificuldades sociais e econômicas e a valorização e disseminação dos valores da solidariedade, fraternidade, apoio mútuo, respeito, diálogo e empatia, a capacidade de colocar-se no lugar do outro: esses constituem, de fato, importantes desafios à sociedade e às famílias de todos os formatos e tipos. Que a Igreja, e cada um dos cristãos em suas relações e vidas diárias, cumpramos nossa vocação de ajudar as sociedades latino-americanas e em todo o mundo a encará-los de frente. E, como sublinhou o secretário-geral da CEM, sem exclusões. :-)
Com amor,
Cris
Com informações de La Jornada (México). Colaboração do amigo @wrighini. Tweet
2 comentários:
As conferências episcopais tem demonstrado como são verdadeiros sindicatos para a defesa da justiça social, não representam e nunca representarão a Igreja Católica, se tentam é por usurpação, comum no progressismo que está mais preocupado em ser simpático, que em salvar almas.
É só perguntar se eles tem a mesma disposição para defender a fé, a doutrina, a Igreja e a Deus?
Bom, Alex... a Igreja é, por doutrina e tradição, colegial. A multiplicidade de vozes é necessária para que o sopro do Espírito se faça ouvir. :-)
Um abraço,
Equipe DC
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