domingo, 15 de abril de 2012

Quando a ética deixa de ser ética e vira instrumento para julgar


"Havia pessoas ruins no mundo e pessoas boas no mundo. Fomos criados acreditando nisso. Se as pessoas eram más, nós as tratávamos como se fossem o próprio mal ou alvo de caridade: se elas eram más e ricas, eram o mal. Se eram más e pobres, eram caridade. O Cristianismo esteve sempre certo; estávamos sempre acima de todos os outros. E eu odiava isso, odiava com toda força. Tudo em minha alma me dizia que isso era errado. A mim parecia tão errado quanto um pecado.

"Eu queria era amar todo mundo, eu queria que tudo fosse legal. Sei que isso soa como tolerância, mas é exatamente o que queria. Eu queria tolerância. Eu queria que todo mundo deixasse os outros em paz, independente de suas crenças religiosas, independente de suas afiliações políticas. Eu queria que as pessoas gostassem das outras. A mim o ódio parecia fruto da ignorância. Eu estava cansado de ver a ética religiosa ser utilizada como ferramenta para julgar as pessoas.

"Eu estava cansado de líderes cristãos se valerem de princípios bíblicos para preservar seu poder, para separar uma linha na areia separando o exército bom do ruim. A verdade é que eu tinha encontrado o inimigo na floresta e descoberto que ele não era o inimigo."


(Trecho do livro "Como os pinguins me ensinaram a entender Deus", reproduzido do blog Acasos Afortunados, via Diário de Luísa Stern. Fica para reflexão.)

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