Escultura: Oldenburg and Van Bruggen
É curioso como às vezes ocorrem certas sincronicidades. Na mesma semana em que postamos o artigo de Enzo Bianchi intitulado "Maldito o homem que confia no homem" (aqui), que chama cada cristão à sua responsabilidade magisterial e fala da necessidade de, diante da amarga situação da Igreja, “escutar novamente a Palavra de Deus, escutar o magistério silencioso dos cristãos cotidianos, combatendo o bom combate da fé”; na mesma semana em que postamos o artigo em que John L. Allen Jr. adverte contra o perigo da crença na "eclesiologia púrpura" (aqui), isto é, o mito de que a "Igreja" se reduz à sua dimensão institucional, esquecendo-se da multidão de leigos que justamente dão sentido a todo esse aparato - vejam só como Fabrício Cunha aborda, em seu blog, questões muito parecidas:
"Fé é algo sagrado. O coração das pessoas também.
Manipular a fé de outrem para que gravitem em torno de alguém ou de uma instituição é pecado.
Muitas instituições fazem com que as pessoas vivam em função delas. Geram, assim, indivíduos tímidos em relação à vida, dependentes em relação à fé e confusos em relação a si mesmos.
A Igreja existe para viver em função das pessoas, gerando pessoas autônomas que sabem viver a vida como um todo de um jeito cristão e, cuja fé madura, sabe discernir entre o bem e o mal sem a necessidade de um tutor.
Assim, pastor é um guia espiritual para o rebanho e não um oráculo ao qual devemos obediência irrestrita. E ele não guia sozinho, o faz com a ajuda dos irmãos mais maduros na fé, todos guiados pelo Espírito Santo à luz das Escrituras.
Portanto, gente querida, confiem mas desconfiem. A régua é a Bíblia Sagrada. A chancela é o Espírito Santo que habita nossos corações. Tudo o mais está comprometido pelo pecado, uns mais, outros menos." Tweet
Nenhum comentário:
Postar um comentário