Foto: Luca Pierro
Nosso amigo Teleny mais uma vez nos surpreendeu com uma de suas análises precisas e oportunas - desta vez, acerca de toda a manipulação da opinião pública que se vem promovendo acerca do Programa Escola sem Homofobia. Por uma questão de esclarecimento, reproduzimos aqui seu post de ontem:
As tentativas de obter a definição do termo “lavagem cerebral” (conhecida também como reforma de pensamento, estupro da mente ou reeducação ideológica), remetem-nos ao passado sombrio do nazismo de Hitler, da União Soviética de Stalin e da “revolução cultural” de Mao Tsé-tung, entre outros, tristes marcos da história. Em seguida, aparece o assustador fenômeno (ainda atual!) das seitas religiosas, capazes de destruir a vida de seus adeptos. A respeito disso, vale à pena ler a matéria publicada no portal “Universo Católico” (aqui). O artigo menciona vários métodos de lavagem cerebral, entre os quais chamam minha atenção, especialmente:
1. Uso de estereótipos: O doutrinador utiliza estereótipos para criar impressões fixas sobre determinado grupo de pessoas ou povos. A propaganda incentiva o estereótipo, seja com conotações positivas ou negativas, para angariar simpatia à mensagem propagada e criar ou aprofundar a hostilidade a outras ideias. É a mais poderosa arma psicológica usada pelas seitas para incrementar o preconceito é criar estereótipos tanto para si mesma, e seus adeptos, quanto para seus rivais.
2. Seleção e indução: o doutrinador seleciona cuidadosamente a informação para que os pontos destacados estimulem os leitores ou ouvintes para as conclusões que, espera-se, eles atinjam. Informações são cuidadosamente omitidas quando são inúteis para influenciar a conclusão final. Indução é uma forma de argumentação onde toda a evidência (verdadeira ou falsa) é simbolicamente empilhada, em ordem, de modo que sejam lidas ou ditas uma a uma, em seqüência, fazendo com que no final a única conclusão, possível, seja aquela que o doutrinador quer ver aceita.
3. Distorções e falsidade: A falsidade é um método comumente usado pelos doutrinadores que fabricam, torcem, esticam ou omitem evidências utilizadas na doutrinação, obtendo resultados eficazes. É necessário para esse fim, dramatizar situações, ressaltar ou inventar fatos tendo em vista a despertar a ira e o desprezo de seus adeptos pelos oponentes. Não há limite ético ou moral nesse recurso, deseja-se apenas que o membro da seita acredite na mentira que lhe é passada, afinal, não dispondo de informações que contradigam os argumentos da seita, fatalmente o adepto não discutirá as fontes e nem a procedência da informação, principalmente quando vê citadas tantas fontes aparentemente fidedignas.
4. Repetição: o doutrinador usa a repetição para gravar a mensagem nas mentes da audiência. Joseph Goebbles, ministro da propaganda de Adolf Hitler, sustentava: "Se uma mentira for repetida mil vezes, sempre com convicção, tornar-se-á uma verdade". Portanto, se uma palavra ou frase for usada repetidas vezes, depois de algum tempo será aceita, tendo significado verdadeiro ou não.
5. A doutrina do medo: o mais terrível estágio da doutrinação que tem graves desdobramentos e, não raro, conduz a graves danos psicológicos e morais. O adepto é conduzido a ter medo da própria seita, não de forma direta, mas através de vários conceitos que lhe são impostos. A seita, a todo o tempo, se ocupa de manter sob seu controle os membros já conquistados.
Depois desta introdução, transcrevo alguns trechos do texto assinado pelo Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, Arcebispo de Sorocaba – SP. O seu artigo, sob o sugestivo título “Alerta aos Educadores”, encontra-se no site da CNBB (aqui):
Acabo de ler o seguinte conteúdo em Biblioteca Virtual Católica da Espanha: “As autoridades educacionais levam a pornografia e a masturbação à escola. Os professores obrigam meninos de 12 anos a examinar detidamente revistas pornográficas na classe. Isso está acontecendo na Espanha. Os professores obrigam os meninos em classe a falar de masturbar-se. A pornografia chegou à escola onde levamos nossos filhos..." (...) Sabemos que no Brasil há um grupo no Ministério da Educação que pretende impor às nossas escolas coisas muito semelhantes. (...) A propósito de medidas educativas para proteção das pessoas de condição homossexual, a presidente teria afirmado que o assunto deve ser mais debatido pela sociedade. Fica, pois, claro, que o que se propunha foi elaborado por um grupo restrito que não representa nem de longe o pensamento da maioria dos educadores de nosso país. (...) Na verdade a proposta do referido grupo tinha o objetivo de inculturar o homossexualismo - as práticas homossexuais - e não comprender a homossexualidade e como trabalhar a questão do ponto de vista pedagógico.Gostaria de dizer ao autor do texto acima que a manipulação, irmã gêmea da mentira, é um dos métodos de lavagem cerebral. Com o seu artigo, o Arcebispo equiparou (de novo esta palavra!) a Igreja Católica às mais perigosas seitas (sem falar de Hitler, Stalin, Mao Tsé-tung e outros). Jesus disse: "A verdade vos libertará" (Jo 8, 32). E, também: "(O diabo) não se manteve na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele fala mentira, fala o que é próprio dele, pois ele é mentiroso e pai da mentira" (Jo 8, 44).
Quem quiser conhecer o propósito do kit anti-homofobia, ouça a entrevista com Juliana Luvizaro, emitida pela Rádio CBN:
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