segunda-feira, 9 de abril de 2012

Jesus aparece para sua mãe


A dor da perda do Filho amado feriu brutalmente o coração de Maria. Porém, a fé que nele habitava, a fazia crer que a morte de Jesus não era o fim e acreditava que seu Deus teria uma resposta a tudo aquilo. E assim ocorreu... O Cristo Ressuscitado era a resposta esperada, a confirmação da certeza há muito sabida no coração daquela que nunca deixou de acreditar.

Santo Inácio de Loyola, em seus Exercícios Espirituais, nos leva a contemplar o encontro entre a Mãe e o Filho Ressuscitado. Inácio chama a atenção para a relação dos dois e sua intensidade, deixando claro que é de se esperar que entre aqueles que tinham tal intimidade e que viviam envolvidos em tamanho amor, que a primeira aparição de Jesus após Sua ressurreição – ainda que não relatada nos Santos Evangelhos – teria sido à sua Mãe. E é razoável e inteligente aceitar essa idéia do Santo. Não só por Jesus ter sido um bom filho e desejar terminar com a dor de sua mãe, mas pelo mérito próprio de Maria: é justo que aquela que primeiro acreditou e aceitou fazer a vontade de Deus e que com seu “sim” mudou a história humana fosse a primeira portadora da grande novidade – a vida venceu a morte!

Ninguém sabe como foi aquele encontro. Podemos apenas crer nele e vê-lo com os olhos da fé e da imaginação. É uma contemplação riquíssima: Mãe e Filho livres da dor e do sofrimento, perdidos no tempo a conversar sobre todos os acontecimentos, cheios de alegria, consolo e glória.

A certeza da ressurreição de Cristo não ficou apenas no encontro entre Mãe e Filho. Maria experimenta primeiro a glória de Deus e logo sai em missão. Como na Anunciação, trabalha no silêncio. Naquele primeiro momento, espera a promessa de Deus se cumprir: a virgem conceberá e Deus proverá para que Seu filho nasça. Deus transforma o coração de José e a Sagrada Família se forma. Maria e José portadores silenciosos do maior tesouro de Deus para a humanidade. Agora, tendo visto o Filho vivo, Maria torna-se também portadora da maior notícia já ouvida pelos homens – Jesus está vivo e é preciso trabalhar por Ele.

Por isso, naqueles primeiros momentos após a ressurreição de Jesus, Maria vai se unir aos apóstolos e será de fundamental importância junto ao grupo de amigos de Jesus. Mãe do Mestre e, por consequência, Mãe daqueles homens confusos pela transformação ocorrida em suas vidas, Maria será quem reunirá em torno de Si o grupo de discípulos, fazendo-o compreender a mensagem daqueles dias. Não é por acaso que estará com eles quando da vinda do Espírito Santo em Pentecostes...

O impacto da ressurreição de Jesus na vida de Sua mãe produz um efeito cicatrizante em um coração ferido pela maldade humana. Maria será, então, capaz de testemunhar vivamente a experiência daquele que viveu a vitória sobre a morte e, assim, torna-se Mãe da humanidade, sendo desta o ponto de apoio para o consolo e entendimento dos acontecimentos não entendidos por todas as gerações futuras.

Maria compreendeu o mistério que cercou a ressurreição de Jesus e nos ensina a também compreendê-Lo, mostrando a atualidade daquele acontecimento perdido em um túmulo de Jerusalém e que continua hoje a acontecer, silenciosa e gloriosamente, em cada vida que renasce, não da morte física, mas da morte do pecado.

- Gilda Carvalho
Reproduzido via Amai-vos

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