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Uns peregrinos gregos que vieram celebrar a Pascoa dos judeus aproximaram-se de Felipe com uma petição: «Queremos ver Jesus».
Não é curiosidade. É um desejo profundo de conhecer o mistério que se encerra naquele Homem de Deus. Também a eles lhes pode fazer bem.
Jesus é visto preocupado. Dentro de uns dias será crucificado. Quando lhe comunicam o desejo dos peregrinos gregos, pronuncia umas palavras desconcertantes: «Chega a hora de que seja glorificado o Filho do Homem». Quando for crucificado, todos poderão ver com claridade onde está a Sua verdadeira grandeza e a Sua glória.
Provavelmente ninguém entendeu nada. Mas Jesus, pensando na forma de morte que o espera, insiste: «Quando Eu for elevado sobre a terra, atrairei todos até Mim». Que se esconde no crucificado para que tenha esse poder de atração? Apenas uma coisa: O Seu amor incrível a todos.
O amor é invisível. Só o podemos ver nos gestos, nos sinais e na entrega de quem nos quer bem. Por isso, em Jesus crucificado, na Sua vida entregue até à morte, podemos perceber o amor insondável de Deus.
Na realidade, só começamos a ser cristãos quando nos sentimos atraídos por Jesus. Só começamos a entender algo da fé quando nos sentimos amados por Deus.
Para explicar a força que se encerra na Sua morte na cruz, Jesus utiliza uma imagem simples que todos podemos entender: «Se o grão de trigo não cai na terra e morre, fica infecundo; mas se morre, dá muito fruto».
Se o grão morre, germina e faz brotar a vida, mas se se encerra no seu pequeno invólucro e guarda para si a sua energia vital, permanece estéril.
Esta bela imagem descobre-nos uma lei que atravessa misteriosamente a vida inteira. Não é uma norma moral. Não é uma lei imposta pela religião. É a dinâmica que torna fecunda a vida de quem sofre movido pelo amor. É uma ideia repetida por Jesus em diversas ocasiões: Quem se agarra egoistamente à sua vida, deita-a a perder; quem sabe entrega-la com generosidade gera mais vida.
Não é difícil comprová-lo. Quem vive exclusivamente para o seu bem-estar, o seu dinheiro, o seu êxito, a sua segurança, acaba vivendo uma vida medíocre e estéril: a sua passagem por este mundo não faz a vida mais humana. Quem se arrisca a viver uma atitude aberta e generosa, difunde a vida, irradia alegria, ajuda a viver. Não há uma forma mais apaixonante de viver que fazer a vida dos outros, mais humana e leve.
Como poderemos seguir Jesus se não nos sentimos atraídos pelo Seu estilo de vida?
- José Antonio Pagola
Reproduzido via Amai-vos Tweet
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