sábado, 12 de maio de 2012

Quem ama como Jesus aprende a olhar os rostos das pessoas com compaixão

Imagem daqui

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 15, 9-17 que corresponde ao Domingo 6º da Páscoa, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto, aqui reproduzido via IHU.


Jesus despede-se dos seus discípulos. Amou-os com o mesmo amor com que o amou o Pai. Agora tem de deixá-los. Conhece o seu egoísmo. Não sabe querer-se. Ve-os discutindo entre si para obter os primeiros lugares. Que será deles?
As palavras de Jesus adquirem um tom solene. Precisam ficar bem gravadas em todos: "Este é o meu mandato: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei". Jesus não quer que o seu estilo de amar se perda. Se um dia o esquecem, ninguém os poderá reconhecer como discípulos.

De Jesus ficou uma recordação inesquecível. As primeiras gerações resumiam assim a sua vida: "Passou por toda a parte fazendo o bem". Era bom encontrar-se com ele. Procurava sempre o bem das pessoas. Ajudava a viver. Sua vida foi uma Boa Nova. Podia-se descobrir nele a proximidade boa de Deus.

Jesus tem um estilo de amar inconfundível. É muito sensível ao sofrimento das pessoas. Não pode passar ao lado de quem está a sofrer. Ao entrar um dia na pequena aldeia de Naín, encontra-se com um enterro: uma viúva vai a enterrar o seu filho único. Sai de dentro de Jesus o seu amor para com aquela desconhecida: "Mulher, não chores". Quem ama como Jesus vive aliviando o sofrimento e secando lágrimas.

Os evangelhos recordam em diversas ocasiões como Jesus captava com o seu olhar o sofrimento das pessoas. Olhava-as e comovia-se: via-as sofrendo, ou abatidas ou como ovelhas sem pastor. Rapidamente punha-se a curar aos mais doentes ou a alimentá-las com as suas palavras. Quem ama como Jesus aprende a olhar os rostos das pessoas com compaixão.

É admirável a disponibilidade de Jesus para fazer o bem. Não pensa em si mesmo. Está atento a qualquer chamada, disposto sempre a fazer o que possa. A um mendigo cego que lhe pede compaixão quando passa, acolhe-o com estas palavras: "Que queres que faça por ti?".

Jesus sabe estar junto aos mais desvalidos. Ele faz o que pode para curar as suas doenças, libertar as suas consciências ou contagiar confiança em Deus. Mas não pode resolver todos os problemas daquelas pessoas.

Então, dedica-se a fazer gestos de bondade: abraça as crianças da rua; não quer que ninguém se sinta órfão; abençoa os doentes: não quer que se sintam esquecidos por Deus; acaricia a pele dos leprosos: não quer que se vejam excluídos. Assim são os gestos de quem ama como Jesus.

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