sexta-feira, 25 de março de 2011

O maior de todos é o amor



Recebemos esta semana num de nossos posts mais populares, "Deus criou os homossexuais", o comentário de um leitor que acabou me levando a receber uma imensa graça, que eu gostaria de compartilhar com vocês. O leitor parte da suposição muito comum, com a qual estamos tristemente familiarizados, de que a homossexualidade é algo condenável à luz da moral católica. Creio que vale conferir a troca de ideias que se seguiu nos comentários do referido post, mas minha partilha aqui é outra.

Naquele dia, em meu momento de oração diária e colocando o ocorrido aqui no blog diante de Cristo, acabei deparando-me com uma passagem da primeira epístola de Paulo aos coríntios: o trecho do cap. 12, vers. 12, até o cap. 13, vers. 13. O alerta de Paulo para a imperfeição de tudo que sabemos, para a inutilidade e pretensão de qualquer julgamento do outro e para a prerrogativa do amor, pelo qual devem pautar-se todas as nossas atitudes, tocou-me profundamente.

Segue o trecho, com grifos meus, para nossa reflexão neste dia de hoje.

12Pois, como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo, assim também Cristo. 13De fato, num só Espírito, fomos todos batizados para formar um só corpo, judeus e gregos, escravos ou livres, e todos bebemos de um só Espírito.

14O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. 15Se o pé dissesse: «Uma vez que não sou mão, não faço parte do corpo», nem por isso deixaria de pertencer ao corpo. 16E se o ouvido dissesse: «Uma vez que não sou olho, não faço parte do corpo», nem por isso deixaria de pertencer ao corpo. 17Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfato?

18Deus, porém, dispôs os membros no corpo, cada um conforme lhe pareceu melhor. 19Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? 20Há, pois, muitos membros, mas um só corpo. 21Não pode o olho dizer à mão: «Não tenho necessidade de ti», nem tão pouco a cabeça dizer aos pés: «Não tenho necessidade de vós.» 22Pelo contrário, quanto mais fracos parecem ser os membros do corpo, tanto mais são necessários, 23e aqueles que parecem ser os menos honrosos do corpo, a esses rodeamos de maior honra, e aqueles que são menos decentes, nós os tratamos com mais decoro; 24os que são decentes, não têm necessidade disso.

Mas Deus dispôs o corpo, de modo a dar maior honra ao que dela carecia, 25para não haver divisão no corpo e os membros terem a mesma solicitude uns para com os outros. 26Assim, se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria.

27Vós sois o corpo de Cristo e cada um, pela sua parte, é um membro. 28E aqueles que Deus estabeleceu na Igreja são, em primeiro lugar, apóstolos; em segundo, profetas; em terceiro, mestres; em seguida, há o dom dos milagres, depois o das curas, o das obras de assistência, o de governo e o das diversas línguas. 29Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? Fazem todos milagres? 30Possuem todos o dom das curas? Todos falam línguas? Todos as interpretam? 31Aspirai, porém, aos melhores dons.

Aliás, vou mostrar-vos um caminho que ultrapassa todos os outros.

[Cap. 13: Cântico do amor]
1Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver amor, sou como um bronze que soa

ou um címbalo que retine.

2Ainda que eu tenha o dom da profecia
e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas,
se não tiver amor, nada sou.

3Ainda que eu distribua todos os meus bens
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor, de nada me aproveita.

4O amor é paciente,
o amor é prestável,
não é invejoso,
não é arrogante nem orgulhoso,

5nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita nem guarda ressentimento.

6Não se alegra com a injustiça,
mas rejubila com a verdade.

7Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.

8O amor jamais passará.
As profecias terão o seu fim,
o dom das línguas terminará
e a ciência vai ser inútil.

9Pois o nosso conhecimento é imperfeito
e também imperfeita é a nossa profecia.


10Mas, quando vier o que é perfeito,
o que é imperfeito desaparecerá.

11Quando eu era criança,
falava como criança,
pensava como criança,
raciocinava como criança.
Mas, quando me tornei homem,
deixei o que era próprio de criança.

12Agora, vemos como num espelho,
de maneira confusa;
depois, veremos face a face.
Agora, conheço de modo imperfeito;
depois, conhecerei como sou conhecido.


13Agora permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança e o amor;
mas a maior de todas é o amor.


(Fonte: Capuchinhos)

Para refletir:
"A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum" (1Cor 12, 7). Como eu tenho colocado meus dons a serviço da construção de um mundo melhor?

Um grande abraço a todos :-)

Um comentário:

Rodolfo Viana disse...

Incrível!
Como é desconcertante ver as coisas por outro vieis.

Essa passagem bastaria pra encerrar qualquer discussão.

Fiquei profundamente emocionado.


Bjuu à todos e bom final de semana!

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