domingo, 2 de setembro de 2012
Mas o que amo, amando-te?
“Mas o que amo, amando-Te? Não uma beleza corpórea, não uma graça transitória, não um fulgor como o da luz, que agrada a estes olhos, não doces melodias de cantos de todo tipo, não o suave perfume de flores, de unguentos e de aromas, não o maná e o mel, não membros joviais ao abraço carnal. Não são essas coisas que amo, amando o meu Deus. E, no entanto, por assim dizer, amo uma luz, uma voz, um perfume, um alimento e um abraço quando amo o meu Deus: luz, voz, perfume, alimento e abraço do homem interior que está em mim, onde resplandece em minha alma uma luz que não se dissipa no lugar, onde ressoa uma voz que o tempo não rouba, onde exala um perfume que o vento não dispersa, onde provo um sabor que a voracidade não reduz, onde me aperta um abraço que a saciedade nunca dissolve. É isso o que eu amo quando amo o meu Deus.”
- Santo Agostinho
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