sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

Foto: Fabio Candeias

Paixão. 1. Sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade. 2. Amor ardente. 3. Entusiasmo muito vivo. 4. Atividade, hábito ou vício dominador. 5. O Objeto da paixão. 6. Desgosto, mágoa. 7. Rel. O martírio de Cristo.

A última descrição para o verbete Paixão que o dicionário Aurélio apresenta é justamente o sentido religioso do termo: a morte de Jesus Cristo. As demais descrições – apresentadas sob alguma lógica que não cabe aqui discutir – acabam, possivelmente sem qualquer intenção, por demonstrar o itinerário que levaria o Filho de Deus à cruz: a intensidade do amor trinitário pela humanidade, amor ardente e entusiasmado que se transforma em quase vício – há que se salvar a criatura humana, objeto de sua paixão. Esta, porém, em sua limitação não compreende o amor oferecido por Jesus e toda Sua missão acaba em sofrimento e morte.

Não poderia existir termo mais próprio: Paixão de Cristo. O sofrimento maior que um homem pode sentir – o aniquilar-se física e moralmente, o abandono, a dor, o tornar-se farrapo, sujo, nu, só. E dessa profunda humilhação ressurge glorioso para tornar a – eternamente – oferecer Seu amor ao amado.

A Paixão de Cristo é tão somente a sua entrega total à humanidade. Na pureza de Seu amor, Jesus não poderia ferir a liberdade dos homens que preferiram eliminá-lo a aceitá-lo como Messias. Seguir Jesus não seria uma tarefa fácil – significava ter que se desalojar, sair de si, eliminar os resquícios do comodismo e do egoísmo, tornar-se novo. E isso não é tarefa fácil para homens e mulheres.

O povo de Deus não aceitou Seu filho, não compreendeu que naquele carpinteiro de Nazaré estava o Messias. Talvez esperasse mais de Seu Senhor, talvez estivesse com a visão enevoada pela deturpação da lei e do entendimento sobre o amor de Deus. Enfim, aquele que só amou, terá sua paixão levada ao limite, sofrerá por amor, sofrerá pela incompreensão, sofrerá por não ser correspondido em sua paixão.

O apaixonado Jesus entregou-se, então, de vez à limitação do objeto de Seu amor. Permitiu-lhe que Lhe tirasse a vida e, ainda assim, por Sua ressurreição resgatará a salvação humana, ainda que esta tenha que passar pelas cruzes da vida e pela Cruz da Vida.

Para sua reflexão: Jo 18, 1-19,42

- Gilda Carvalho
Publicado originalmente no Amai-vos. Grifos nossos.

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