domingo, 28 de julho de 2013

Três chamados de Jesus


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 11, 1-13, que corresponde ao 17º Domingo do Tempo Ordinário, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto, aqui reproduzido via IHU.

“Todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta” (Lc 11,10). É possível que Jesus tenha pronunciado estas palavras quando ele andava pelas aldeias da Galileia pedindo alguma coisa para comer, procurando ser acolhido e batendo na porta da casa dos vizinhos. Ele sabia aproveitar as experiências mais simples da vida para despertar a confiança de seus seguidores no Pai de todos.

Curiosamente, em nenhum momento é dito para nós o que devemos pedir ou buscar nem em qual porta devemos bater. O mais importante para Jesus é a atitude. Diante do Pai, devemos viver como pobres que pedem o que precisam para viver, como os perdidos que procuram um caminho que ainda não conhecem bem, como desamparados que batem à porta de Deus.

Nas três chamadas de Jesus, somos convidados a despertar a confiança no Pai. Este convite é realizado com diferentes matizes. “Pedir” é a atitude própria do pobre. Devemos pedir a Deus aquilo que não podemos dar a nós mesmos: o sopro da vida, o perdão, a paz interior, a salvação. “Buscar” não é somente pedir; é dar passos para conseguir o que não está ao nosso alcance. Assim devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça: um mundo mais humano e digno para todos. “Chamar” é bater na porta, insistir, gritar a Deus quando o sentimos longe.

A confiança de Jesus no Pai é absoluta. Ele quer que seus seguidores não esqueçam nunca: “todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta”. Jesus não disse que recebem concretamente o que estão pedindo, que encontram o que estão procurando ou que atingem aquilo pelo que clamam. Sua promessa é outra: para quem confia nele, Deus se dá a eles; quem recorre a ele, dele recebe “coisas boas”.

Jesus não oferece explicações difíceis. Apresenta três exemplos que podem entender os pais e as mães de todos os tempos. Quem é o pai ou a mãe que, quando um filho pede um pedaço de pão, lhe dá uma pedra como aquelas que estão nos caminhos? Ou se pede um peixe lhe dá uma cobra? Ou ainda: se pede um ovo, será que vai lhe dar um escorpião daqueles que estão na beira do lago? (Lc 11, 11-12).

Os pais não zombam dos filhos. Não os enganam nem dão aquilo que possa machucá-los, mas somente "coisas boas". Jesus dá rapidamente uma conclusão: “quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo àqueles que o pedirem” (Lc 11,13). Para Jesus, o melhor que podemos pedir e receber de Deus é Seu sopro que sustenta e salva nossa vida.

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