No dia 19 de Agosto saiu uma reportagem da Revista IstoÉ com o seguinte título:
“O novo retrato da fé no Brasil”
Confira o original na IstoÉ.Olho com muita desconfiança para os dados frios apresentados por pesquisas, ainda que acadêmicas. Quando terminei de ler a matéria tive a pergunta, “por que as pessoas de fato migram tanto?”. Depois pensei, “ah besteira...a matéria já explica isso...”.
Sim de fato explica, àquele universo que se propõe a explicar. Pois, fico pensando naquelas pessoas que conheço e até mesmo minha historia em que a religião faz parte da minha cultura, educação e parte da formação de meus valores que dificilmente mudaria de religião. Obvio, falo por mim e pela Gabriela, aquela que “nasceu assim, cresceu assim...GABRIEEELA...!”
Minha sina é discordar do meio religioso que pratico, o que me leva a crer que o foco de resistência pessoal e no Grupo que participo é fundamental e de extrema importância pra mim e a minha Igreja. Sim, minha...oras, levando em consideração que se eu tivesse que escrever aquelas autobiografias cafonas, Ela seria parte integrante.
Embora, a opinião da gente seja uma concha de retalhos, desconfio muito dessa tal “liberdade” que confere direito ao ser de cambiar de religião e/ou crença quando bem se entende. Sei lá, me parece algo desconexo da identidade destes indivíduos, ou pelo menos me parecem que não fizeram questão de ir um pouquinho mais fundo naquilo que ele realmente precisa pra “religar-se”. Este Mult-Market de ofertas arrasadoras de Igrejas e credos, me leva a crer que o pobre do ser tá mais acorrentado à busca do que de fato, livre.
Parece que minha avó em sua imensa sabedoria tem toda razão... “esse mundo tá perdido”, ela vive repetindo.
Perdido mesmo, a religião virou o palco emotivo das sensações que a vida cotidiana não consegue mais proporcionar. O hiperestímulo sensacional é mais forte que uma busca a transcender-se ou o vinculo com a história pessoal. É preferível amputar-se e viver mutilando-se em busca de alguma razão que sempre muda e ganha nova justificativa.
Minha avó, tem mesmo toda a razão!Talvez ela que conheceu pessoas que viveu no fim do século XIX, apenas passou adiante o que lhe repetiam – “este mundo está perdido minha filha”.
Sincero era a figura do Flâneur lá da Paris do Fim de Século...ele sim transitava e buscava as novas sensações cientes de que a vida no mundo estava mudando. Deve ter sido, porque ele “nasceu assim, cresceu assim...”
Ah, mas deixa pra lá!É só uma opinião rabugenta de quem não quer mudar, porque nasceu assim e cresceu assim.
Viva a Gabriela!
Rodolfo Viana
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