domingo, 27 de abril de 2014

Comungar em outra paróquia


Já imaginou escrever uma carta para o papa e, meses depois, receber um telefonema dele em pessoa e, para completar, ser autorizado a fazer algo que a Igreja tradicionalmente não permite? Isso teria acontecido com a argentina Jaqueline Lisbona, uma mulher casada com um homem divorciado que escreveu para o papa Francisco para dizer que havia sido impedida de comungar e mesmo de confessar pelo padre de sua paróquia.
"Existem padres que são mais papistas do que o papa", teria dito Francisco a Jaqueline, segundo relatos dela própria em entrevista à rádio argentina La Red Am910. "Ele me disse para ir comungar em outra paróquia."
O suposto telefonema do papa repercutiu fortemente na Argentina e foi noticiado pelo site Vatican Insider, do grupo italiano La Stampa, especializado em cobrir a Igreja Católica.
Lisbona contou ser casada com Julio Sabetta há 19 anos apenas no civil, por ele ser divorciado. O casal tem duas filhas. Ainda assim, a argentina teria tido a comunhão recusada pelo padre local, assim como também não teria podido fazer sua confissão. "(Ele me disse que) quando eu retornasse para casa, retomaria uma vida de pecado", conta.
A mulher decidiu então escrever para seu compatriota Jorge Mario Bergoglio, o cardeal argentino que se tornara papa havia alguns meses. "Escrevi a carta espontaneamente porque ele é argentino, ouve as pessoas e porque eu acredito em milagres", disse à rádio.
De acordo com o relato, a carta foi enviada em setembro de 2013 e, na última segunda-feira (21), o telefone teria tocado na casa do casal. "O telefone tocou, meu marido atendeu e a pessoa (do outro lado da linha) pediu para falar comigo. 'Quem fala?', ele perguntou e a voz respondeu 'Fr. Bergoglio'. Meu marido perguntou se era realmente ele, o Papa, e ele disse que sim e que estava telefonando em resposta à carta datada de setembro", contou.
O marido Julio Sabetta relatou o telefonema do papa em sua conta no Facebook:

Segundo Jaqueline, o papa teria dito que "estaria lidando com a questão" do casamento de divorciados, um dos temas que podem vir a ser tratados no Sínodo dos Bispos ainda em 2014 e em 2015. "Ele disse que a minha carta fora útil para ajudá-lo a refletir sobre o assunto", completou.
"Ele agiu de forma absolutamente normal no telefone e eu fique muito emocionada de falar com o papa Francisco. Disse que voltaria a escrever depois que comungasse novamente", contou Lisbona.

De acordo com o site Vatican Insider, a assessoria de imprensa do Vaticano não confirmou nem negou o telefonema. Apenas disse não comentar sobre conversas privadas do papa.

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