sábado, 30 de março de 2013
Feliz Páscoa!
A história da Páscoa é uma história de triunfo contra a adversidade, de superação do ódio e do escárnio. Portanto, ela é preciosa para a população LGBT religiosa ou não. A recente decisão do Padre Edward Salmon diretor do colégio jesuíta de Rochester, Nova Iorque de permitir um casal gay de participar da cerimônia de formatura sinaliza uma possibilidade de renovação da Igreja Católica Apostólica Romana, especialmente porque o padre justificou sua decisão baseado no chamado à luz do Papa Francisco.
Padre Edward Salmon, diretor do colégio jesuíta McQuaid de Rochester se deparou com um dilema: dois adolescentes gays assumidos pediram permissão para participar da formatura do ensino fundamental como um casal e lançaram uma petição na Internet pedindo apoio. A petição aparentemente atraiu muita atenção e gerou muita discussão.
Logo depois da petição entrar na Internet, Padre Salmon enviou uma longa carta aos pais dos adolescentes dizendo, “Se nossos irmãos que pediram para comparecer ao Baile de Formatura do Ensino Fundamental querem faze-lo, são bem-vindos”.
Padre Salom justificou sua decisão se referindo ao Papa Francisco. Sua carta apropriada para a Páscoa tem mensagens de esperança, luz, amor, carinho e renovação.
Ele escreveu, “Nosso novo Santo Padre, Papa Francisco, em sua primeira homilia, emitiu palavras encorajadoras: ‘Hoje em meio a tanta escuridão precisamos ver a luz da esperança e sermos homens e mulheres que trazem esperança para todos. Proteger a criação e proteger todos os homens e mulheres, cuidar de todos com carinho e amor, é abrir um horizonte de esperança, é deixar entrar um raio de luz penetrar nuvens negras.”.
Padre Salmon continuou, “A escuridão e as nuvens negras apareceram aqui recentemente por falta de informação, medo, falta de compreensão e até mesmo ódio. Tudo porque dois dos nossos irmãos pediram para ir ao Baile de Formatura juntos. Em meio a tudo isso, junto ao Papa Francisco, eu convido e encorajo todos nós da família McQuaid a sermos homens e mulheres que trazem esperança uns para os outros. Eu convido e encorajo todos nós da família McQuaid a sermos homens e mulheres que cuidam uns dos outros com carinho e amor. Eu convido e encorajo todos nós da família McQuaid a abrir um horizonte de esperança, a deixar um raio de luz penetrar as nuvens negras.”.
Padre Salmon também citou a carta pastoral da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos de 1997 dirigidos aos pais de gays e lésbicas americanos, intitulada “Nossos filhos para sempre”, um documento que tem sido ignorado pela hierarquia da Igreja Católica desde o aumento da oposição ao casamento gay e aos direitos humanos da população LGBT.
“Eu e a Conferência dos Bispos dos Estados Unidos [...] convocamos todos os Cristãos e cidadãos de boa vontade a enfrentar sua própria homofobia e combater as piadas e a discriminação que ofendem os homossexuais. Entendemos que ter uma orientação homossexual já traz ansiedade, dor e questões de autoestima, a sociedade não pode discriminar.”
Ele acrescentou, “os bispos foram claros – ‘Nada na Bíblia ou na Doutrina pode ser usado para justificar o preconceito ou a discriminação’ [...] A Doutrina deixa claro que os direitos humanos fundamentais dos homossexuais devem ser defendidos e que todos nós devemos lutar para eliminar todas as formas de injustiça, opressão ou violência contra eles.”.
Ele esclarece que ao permitir que o casal gay participe da Festa de Formatura, ele não está “contradizendo a Doutrina da Igreja Católica Romana com relação à sexualidade humana; Eu não estou encorajando nem condenando a atividade homossexual da mesma forma que eu também não estou encorajando nem condenando a atividade heterossexual no baile.”.
Ele conclui, “Nós não devemos ter medo da bondade e do carinho.”.
Apesar da admirável carta do Padre Salmon não representar uma revisão da Doutrina Católica, o tom é completamente diferente do que é comumente utilizado pela hierarquia da Igreja.
Esperamos que o novo Papa continue inspirando uma renovação da missão da Igreja Católica de promover a compaixão e a justiça.
Claude J. Summers
Tradução e adaptação: Hugo Nogueira
Foto: Padre Edward Salmon
Fonte Tweet
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