quinta-feira, 19 de julho de 2012

O que que custa acreditar?!




Vivendo num mundo de extremos, de tantos lados, de tantos polos, de tantos certos e errados, de tanto fundamentalismo ou a corda vai arrebentar de vez e tudo que conhecemos vai ruir ou luzes podem surgir pra dissipar tanta distopia. 

Quero só fazer alguns adendos em algumas observações que caberiam bem mais em um papo de boteco do que aqui. Acho que é um senso comum que hoje há um lado falido da democracia, vide os Estados, e outro muito positivo que  é a descentralização dos polos de emissão de informação com o advento das novas tecnologias. Talvez isto tenha permitido pautar alguns assuntos que antes andavam a passos lentos e aos poucos fomentando, por exemplo, um desejo a mais pelo correto, pelo bom ou pelo mais ético. Quando digo ética, me refiro a ciência responsável por regular a moral vigente. Enfim...

Esse lenga, lenga toda...é pra contar que achei A Era do Gelo 4 divertidíssimo e riquíssimo. (Se você não viu e quer ver, pule esse parágrafo).  No filme o CID, fica responsável por sua vovó que é uma “desajustada pior que ele”, os mamutes chamam os gambás de família e dizem que a diferença da família de verdade é a capacidade deles de protegerem uns aos outros num mundo inóspito. Tudo isso pautado na “moral da história” de forma muito sutil. 

A Era do Gelo é só um exemplo, mais há tantos. Sherek e Fiona e seus desajustes e o que dizer da pauta escolar que são os assuntos de Glee, bem diferente de por exemplo, das escolas heteronormativas que estávamos acostumados na nossa infância. 

Talvez seja a mídia que esteja refletindo e interferindo neste namoro entre representação e realidade e esteja projetando uma evolução moral possível a este tempo em que vivemos. Vejam as TVs,  as novelas iniciaram uma discussão, lenta ainda eu sei, sobre preconceitos, cada vez indo um pouquinho mais longe e por aí vai.

Claro que os mais apocalípticos e mais pessimistas vão dizer que os Happy Ends continuam a alienar as massas a enxergar a própria realidade. Sim, isso continua existindo. Mas, seria este levante, digamos, “mais ajustado ao nosso tempo” uma resistência? Note que eu não estou falando da TV e do Cinema ditos mais “alternativos” e fora de circuito. Estou me referindo ao massivo mesmo produzido pelo capitalismo. Talvez seja só o espetáculo se reinventando, porque é conveniente pra ele pautar este assunto. Numa analise mais profunda sem dúvida questões menos rasas que estas minhas de boteco se apresentariam... 

Essas questões a meu ver ou esta maré que escolho acreditar, pode ser uma maré de bom senso que vem banhando muita coisa e ao banhar põe a mostra muitas outras que não “descem mais”, vide mais um casamento sem futuro que é o nosso Estado com o fundamentalismo religioso. Isto não surgiu agora, isso está visível agora. A mesma ideia valeu pro negro, pro escravo, pro judeu e agora pra homofobia e pro fundamentalismo religioso. Alguma coisa em nossa realidade está sendo refletida na grande mídia ou a grande mídia deu vida própria ao que circulava entre nós meio as sombras. O resultado é que simplesmente algumas coisas “não desçam mais...”

Repetindo, há extremos por todos os lados, em algum ponto desta tensão eu escolho acreditar no que pode ser melhor, mais amoroso, mais próximo da ética que escolhi ter pra mim. É uma decisão individual que se une aos diversos coletivos que vem sendo representados por aí. Ou talvez, posso só chamar de um pouco mais de otimismo. 

:)


 Um bom dia e fiquem com o vídeo:



Rodolfo Viana
Equipe Diversidade Católica
 

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