Vivendo num mundo de extremos, de tantos lados, de tantos
polos, de tantos certos e errados, de tanto fundamentalismo ou a corda vai
arrebentar de vez e tudo que conhecemos vai ruir ou luzes podem surgir pra
dissipar tanta distopia.
Quero só fazer alguns adendos em algumas observações que
caberiam bem mais em um papo de boteco do que aqui. Acho que é um senso comum
que hoje há um lado falido da democracia, vide os Estados, e outro muito
positivo que é a descentralização dos
polos de emissão de informação com o advento das novas tecnologias. Talvez isto
tenha permitido pautar alguns assuntos que antes andavam a passos lentos e aos
poucos fomentando, por exemplo, um desejo a mais pelo correto, pelo bom ou pelo
mais ético. Quando digo ética, me refiro a ciência responsável por regular a
moral vigente. Enfim...
Esse lenga, lenga toda...é pra contar que achei A Era do
Gelo 4 divertidíssimo e riquíssimo. (Se você não viu e quer ver, pule esse
parágrafo). No filme o CID, fica
responsável por sua vovó que é uma “desajustada pior que ele”, os mamutes
chamam os gambás de família e dizem que a diferença da família de verdade é a
capacidade deles de protegerem uns aos outros num mundo inóspito. Tudo isso
pautado na “moral da história” de forma muito sutil.
A Era do Gelo é só um exemplo, mais há tantos. Sherek e
Fiona e seus desajustes e o que dizer da pauta escolar que são os assuntos de
Glee, bem diferente de por exemplo, das escolas heteronormativas que estávamos acostumados
na nossa infância.
Talvez seja a mídia que esteja refletindo e interferindo neste
namoro entre representação e realidade e esteja projetando uma evolução moral possível
a este tempo em que vivemos. Vejam as TVs, as novelas iniciaram uma discussão, lenta
ainda eu sei, sobre preconceitos, cada vez indo um pouquinho mais longe e por aí
vai.
Claro que os mais apocalípticos e mais pessimistas vão dizer
que os Happy Ends continuam a alienar as massas a enxergar a própria realidade.
Sim, isso continua existindo. Mas, seria este levante, digamos, “mais ajustado ao
nosso tempo” uma resistência? Note que eu não estou falando da TV e do Cinema
ditos mais “alternativos” e fora de circuito. Estou me referindo ao massivo
mesmo produzido pelo capitalismo. Talvez seja só o espetáculo se reinventando, porque
é conveniente pra ele pautar este assunto. Numa analise mais profunda sem
dúvida questões menos rasas que estas minhas de boteco se apresentariam...
Essas questões a meu ver ou esta maré que escolho acreditar,
pode ser uma maré de bom senso que vem banhando muita coisa e ao banhar põe a
mostra muitas outras que não “descem mais”, vide mais um casamento sem futuro que é o
nosso Estado com o fundamentalismo religioso. Isto não surgiu agora, isso está
visível agora. A mesma ideia valeu pro negro, pro escravo, pro judeu e agora
pra homofobia e pro fundamentalismo religioso. Alguma coisa em nossa realidade está
sendo refletida na grande mídia ou a grande mídia deu vida própria ao que circulava
entre nós meio as sombras. O resultado é que simplesmente algumas coisas “não desçam
mais...”
Repetindo, há extremos por todos os lados, em algum ponto
desta tensão eu escolho acreditar no que pode ser melhor, mais amoroso, mais próximo
da ética que escolhi ter pra mim. É uma decisão individual que se une aos
diversos coletivos que vem sendo representados por aí. Ou talvez, posso só chamar de um pouco mais de otimismo.
:)
Um bom dia e fiquem com o vídeo:
Rodolfo Viana
Equipe Diversidade Católica
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