Foto: Martin Zalba
Acho muito interessante a frase do meu amigo Peter Rollins : “To believe is human; to doubt divine” – Acreditar é humano; duvidar é divino. Ou seja, onde não houver espaço para a dúvida, também não haverá espaço para especular sobre o que a fé, no sentido mais amplo, significa – Basta analisar a realidade dos personagens bíblicos.
A fé é nostalgia. É um nó na garganta. A fé é mais um passo adiante do que uma posição, mais um pressentimento do que uma certeza.
A fé é espera. Ela está caminhando no tempo e no espaço.
Portanto, se alguém se achega a mim e me pede ( o que acontece com frequência) para falar sobre minha fé, é exatamente sobre essa jornada no tempo e no espaço que falo. Os altos e baixos das lágrimas, os sonhos, os momentos particulares, as intuições. Falo sobre a sensação ocasional que tenho de que a vida não é uma sequência de eventos que gera outros eventos tão a esmo, quanto uma tacada no jogo de bilhar faz que as bolas se afastem em diferentes direções, mas que a vida tem um roteiro, assim como num romance – aqueles eventos que, de algum modo, nos levam a algum lugar.
Embora passe a vida à busca de Deus, com frequência sinto que Deus está na próxima curva do caminho, ali atrás da próxima árvore na floresta. Continuo andando porque gosto de onde a jornada me levou até agora, pois outros caminhos parecem ainda mais problemáticos do que o meu próprio e porque anseio pela conclusão do plano. Conheço pouco das tragédias da vida. Provei sua comédia. Continuo andando porque creio no conto de fadas de que um Deus forte e sábio o suficiente para criar um mundo marcado por tal beleza e bondade será fiel em restaurar sua aparência original. Quero me esforçar para cooperar nesse projeto, e coloco todas as minhas fichas na firme promessa de Cristo, de que, no final , tudo sairá bem. Tanto para mim quanto para todos!
- Nelson Costa Jr.
(Fonte: A fé absurda) Tweet
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