terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Não se deve julgar um livro pela capa
O livro “The Pope Is Not Gay!”, tradução para o Inglês de “No, No, No! Ratzy non è gay!” de Angelo Quattrochi pode passar a impressão de ser uma crítica irresponsável sobre as vestimentas do Papa Bento XVI e sobre a sua relação com o assistente Georg Gänswein.
Na realidade é um estudo bem fundamentado sobre o uso da imagem e as relações de poder no Vaticano. Além disso, apresenta um material rico de estudo: a íntegra de todos os documentos sancionados pelo Papa Bento XVI que tratam da homossexualidade até o ano 2007 em que o livro foi lançado.
Todos os documentos condenam qualquer reivindicação por direitos iguais aos homossexuais, o que é interpretado como uma reivindicação por direitos especiais baseada na falsa assunção de que a homossexualidade não é uma condição desordenada.
No entanto encontramos um parágrafo que poderia e deveria servir de norte para uma postura diferente e quiçá mais verdadeiramente cristã. É o parágrafo 16 da “Carta sobre a cura pastoral das pessoas homossexuais – Homosexualitatis problema (Epistula de pastorali personarum homosexualium cura), 1° de outubro de 1986:
A pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, não pode definir-se cabalmente por uma simples e redutiva referência à sua orientação sexual. Toda e qualquer pessoa que vive sobre a face da terra conhece problemas e dificuldades pessoais, mas possui também oportunidades de crescimento, recursos, talentos e dons próprios. A Igreja oferece ao atendimento da pessoa humana aquele contexto de que hoje se sente a exigência extrema, e o faz exatamente quando se recusa a considerar a pessoa meramente como um “heterossexual” ou um “homossexual”, sublinhando que todos têm uma mesma identidade fundamental: ser criatura e, pela graça, filho de Deus, herdeiro da vida eterna.
Resenha: Hugo Nogueira
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