segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Car@s Amig@s, um documentário - e o poder do diálogo




Celso Masotti é o autor do documentário Car@s Amig@s, lançado em janeiro, que fala de direitos humanos e tem as minorias LGBT como eixo para outras discussões (e conta com a participação de amigos queridos, como o Lula Ramires, da Pastoral da Diversidade de São Paulo, aos 29:50; o Rev. Marcio Retamero, da ICM, nosso aliado de primeira hora; e Sergio Viula, autor do livro "Em Busca de Mim Mesmo") - você pode assistir a uma prévia no vídeo acima. Pois hoje cedo o Celso postou a seguinte nota em seu Facebook: 

Quando recebo mensagens de estranhos normalmente eu já espero algum palavrão ou alguma ameaça pelo fato de, mesmo sendo heterossexual, ser um defensor ferrenho dos direitos LGBTs. Então, não é sempre que se recebe uma mensagem dessas. Então estou comemorando. E quero comemorar com todos vocês.

"Sr. Masotti. Olha, sou um cara bem comum e chato. Até o final do ano passado eu não gostava de muitas coisas, uma delas era de gay. Sempre achei que gay era um sem vergonha. Um babaca. Que dar a bunda era no mínimo feito por gente que não merecia ser chamado de gente. E sempre achei isso porque aprendi isso. Meu pai e minha mãe falavam isso. O pastor falava isso. Mas, nunca agredi ninguém. Eu cuspi uma vez em um gay. Então eu estava procurando no youtube uma animação pro meu sobrinho. Esta animação se chama Carros. Eu não sei se digitei errado ou algo assim, mas apareceu um filme que me pareceu estar com o título escrito errado. Tinha @ em seu nome. Demorei um pouco para entender que o @ estava no lugar do masculino e do feminino. Eu sou meio lerdo com as coisas, tá? Então eu resolti assistir e vi que falava de gays, lésbicas e desse povo que eu queria cuspir. Tive vontade de desligar o filme e continuar a busca pela animação do meu sobrinho. Mas, continuei. Depois que assisti tudo eu quis saber quem tinha feito o filme. Achei seu nome aqui no facebook. Bem, eu entrei em contato apenas para te agradecer porque eu aprendi com o filme. Ele me tocou. Comecei a ver que as pessoas talvez não tenham culpa por serem gays. Talvez elas venham ao mundo dessa maneira. Estou envergonhado pelo cuspe que lancei naquele cara. Estou me sentindo mal com o que fiz. E antes do filme eu não sentia. Achava que estava certo fazer o que fiz. Até bater era certo. Bem. É isso. Obrigado."

É um raio de esperança, que alimenta nossa crença no poder do diálogo... :-)

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