Ilustração: Sandhi Schimmel Gold
Ave, mãe, cheia de raça, o amor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, bendito é o vosso ventre e vossa luz. Quanta magia existe no teu olhar, senhora dos nossos passos e de muitos abraços, agora e na hora que nos deste a vida.
Mãe nossa, que estás em casa, no trabalho, na escola, ou no abrigo das nossas mais caras lembranças, santificado seja o vosso nome, venha a nós a vossa proteção, seja feita a vossa vontade de nos ver felizes, assim na terra como no ar, no mar ou até mesmo no bar.
O pão nosso de cada dia continue nos dando hoje, ou o almoço de amanhã, ou aquela sobremesa maravilhosa que só a senhora sabe fazer. Perdoai as nossas ofensas, as nossas omissões e desatenções, e não nos deixeis cair na besteira de sair de casa tão cedo. Livrai-nos do mal e, se possível, também do cheque especial e de perder o Gre-Nal.
Salve, rainha, princesa, duquesa, pois mereces todos os títulos da nobreza. Vida, doçura, esperança, que vontade de ser novamente criança para ganhar um colo cada vez que vierem as lágrimas. Por vós suspiramos em silêncio, advogada nossa, professora, médica, faxineira, cientista, empresária, secretária, presidente, ascensorista, senhora de tantos ofícios, sem renúncia ao mais sublime de todos, que é levar pela mão o filho do ventre ou do coração.
Creio em teus poderes de bondade, perseverança, tolerância e sabedoria materna. Seríamos ainda mais abençoados se tivesses vida eterna.
Glória à mãe, aos filhos nem sempre santos e a esse espírito de gratidão que por vezes nos leva aos prantos. Assim como era no princípio, que o seja para sempre.
Senhora, fazei de mim um instrumento de vossa paz e de vossa infinita ternura. Onde houver uma mulher, pois todas são mães por sentença genética ou divina, que eu e os demais filhos e filhas levemos o agradecimento, a alegria, o reconhecimento de que elas merecem muito mais do que um dia.
Amém!
- Nilson Souza
Publicado no jornal Zero Hora, 07-05-2011, e reproduzido via IHU Tweet
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