Que neste domingo de celebração da Sagrada Família possamos todos nos lembrar, inspirados pelas palavras do Papa Francisco sobre o drama dos refugiados, de tantos LGBTs no Brasil e no mundo que vivem o estigma da exclusão e sofrem com a violência e o exílio de suas famílias e da sociedade como um todo, que com tanta frequência nega a legitimidade das nossas famílias, as de origem e as que construímos.
Sigamos construindo um mundo de menos julgamento e mais hospitalidade, em que sejamos cada vez mais capazes de enxergar, para além dos estereótipos e preconceitos, a verdadeira e humana face de cada irmão.
O papa lamentou este domingo, durante a oração do 'Angelus', em Roma, "o drama dos migrantes e dos refugiados", forçados ao exílio como a Sagrada Família em fuga para o Egito, celebração que os católicos assinalam hoje.
Citando o Evangelho, Francisco lembrou à multidão na Praça de São Pedro que "José, Maria e Jesus experimentaram a situação dramática dos refugiados, uma impressão de medo, de incerteza e de privações".
"Infelizmente, hoje, milhões de famílias podem rever-se nesta triste realidade", disse o papa, lamentando que estes refugiados não tenham "sempre direito a uma casa, respeito e reconhecimento dos seus valores", a que têm direito.
Jesus queria pertencer a uma família humana, que venceu essas dificuldades, acrescentou.
Antes de propor à multidão que ouvisse a sua oração dedicada à Sagrada Família, que é celebrada tradicionalmente no último domingo de dezembro - o primeiro depois do Natal -, o papa encorajou "as famílias a perceberem a sua importância na Igreja e na sociedade".
Neste texto, escrito pelo próprio papa, Francisco desejou que o próximo Sínodo dos Bispos, que se realizará em outubro de 2014, "possa despertar em todos a consciência do caráter sagrado e inviolável da família".
(...) "Muitas vezes eu acho que, para saber como está uma família, é suficiente ver como trata as crianças e os idosos", acrescentou Francisco.
O 'Angelus' foi transmitido ao vivo para missas celebradas em várias cidades do mundo, como Nazaré, Madrid, Barcelona e Loreto.
Desviando-se do seu texto oficial, Francisco também lembrou as "três palavras" que ajudam as famílias a viver na "alegria e na paz" - "por favor, obrigado e perdão" -, palavras que fez repetir à multidão.
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)
E que as palavras de Francisco em sua oração à Sagrada Família nos acompanhem...
Jesus, Maria e José,
em Vós, contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
a Vós, com confiança, nos dirigimos.
Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
escolas autênticas do Evangelho
e pequenas Igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais se faça, nas famílias, experiência
de violência, egoísmo e divisão:
quem ficou ferido ou escandalizado
depressa conheça consolação e cura.
Sagrada Família de Nazaré,
que o próximo Sínodo dos Bispos
possa despertar, em todos, a consciência
do carácter sagrado e inviolável da família,
a sua beleza no projecto de Deus.
Jesus, Maria e José,
escutai, atendei a nossa súplica. Tweet
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