Assim como a revista Time, a publicação LGBT americana The Advocate elegeu o Papa Francisco "Personalidade do Ano" de 2013. Nosso amigo Lula Ramires, da Pastoral da Diversidade, de São Paulo, traduziu a matéria (leia a original aqui) para nós:
Na hora de decidir quem foi a pessoa que mais afetou as vidas das pessoas LGBT em 2013, havia escolhas óbvias. Pelo menos, era o que parecia inicialmente.
Se, por um lado, Edie Windsor, por exemplo, está na lista dos finalistas, não foi a ela que escolhemos para ser a Personalidade do Ano. Windsor é uma heroína para os norte-americanos LGBT por dar o golpe final na luta contra a discriminatória Lei de Defesa do Casamento (DOMA), sendo que a seção 3 deixou de existir. Quando ela saiu da audiência na Suprema Corte, houve uma chuva de aplausos. Na premiação dos Out 100, em que ela recebeu um prêmio por Realizações ao Longo da Vida, gritos de "Edie! Edie!" a saudaram no palco. Na capa de novembro da revista, sorria radiante enquanto segurava uma pomba branca — um símbolo.
De fato, a própria Windsor é um poderoso símbolo representando muitos outros que atuam nos bastidores. Também na Suprema Corte naquele dia, por exemplo, havia quatro demandantes no caso da Proposição 8, vindos da Califórnia, e estas pessoas merecem ser louvadas. Ou qualquer dos seus advogados. Há a equipe hétero de David Boies e Ted Olson, cujo componentes frequentemente se tornam heróis públicos em defesa do avanço do casamento igualitário através do sistema judiciário por meio de entrevistas na TV e nos noticiários. E tem também a promotora Roberta Kaplan, uma de nós, que com eloquência refutou o Presidente da Suprema Corte John Roberts quando este sugeriu que os tempos haviam mudado e que as pessoas LGBT não eram mais uma minoria oprimida.
Não para por aqui. Um punhado de outros casos poderia ter ido para a Suprema Corte este ano, mas não foram escolhidos. Há demandantes e advogados em todos eles. São provenientes de estados que vão de Michigan a Massachusetts. Frequentemente, o apoio para estes casos é dado por pessoas que atuam em organizações de defesa dos direitos LGBT, tais como o Gay and Lesbian Advocates and Defenders (Defensores Gays e Lésbicas) ou o Lambda Legal, ou aliados sem interesse pessoal na causa — caso da União Americana pelas Liberdades Civis. Centenas trabalham nessas organizações e há anos contestam a Lei de Defesa do Casamento nos tribunais. Tome-se, por exemplo, o caso de Gill contra a Secretaria de Administração de Pessoal, ação iniciada em 2009 e que, originalmente, envolvia 19 pessoas.
Edie Windsor é uma heroína, que bem merece ter seu nome registrado nos livros de História que narram os meandros da derrota da DOMA. Mas não é a Personalidade do Ano. Não poderia ser, não para a The Advocate, onde celebramos o trabalho de tantas e tantos que contribuíram para esta vitória na Suprema Corte que é um verdadeiro marco.
Quando Windsor apareceu em terceiro lugar na lista anual de personalidades do ano da revista Time , ela aceitou a comenda de forma digna, como sempre. “É uma honra para mim ter sido escolhida pela Time ," escreveu ela num pronunciamento, "mas sou apenas uma pessoa que tomou parte na extraordinária e ainda inacabada luta pela igualdade no casamento para todas as nossas famílias. Há milhares de pessoas que nos ajudaram a chegar até aqui e ainda temos muito trabalho a fazer."
A pessoa mais influente em 2013 não vem do nosso embate permanente no campo jurídico mas, ao contrário, do mundo espiritual — onde as conquistas são de definição mais difícil. Não foi por causa de nenhum voto ou decisão tomada, e ainda assim uma mudança significativa e sem precedentes aconteceu este ano em termos de como as pessoas LGBT são vistas por uma das maiores comunidades de fé do mundo.
O Papa Francisco é o líder de 1,2 bilhão de católicos romanos em todo o mundo. Existem três vezes mais católicos no mundo do que cidadãos nos Estados Unidos. Goste-se ou não, o que ele diz faz diferença. Claro, todos sabemos que os católicos dão “um jeitinho” quando se trata de cumprir as regras da religião que envolvem questões de moral. Há muito desacordo quanto ao papel das mulheres, a contracepção e outras questões. Mas nenhuma delas deveria nos levar a subestimar a capacidade do papa de convencer corações e mentes a se abrirem para as pessoas LGBT — e não somente nos EUA, mas no mundo inteiro.
É mais provável que os redutos contrários à aceitação dos LGBT na religião ainda existentes, aqueles que impedem o avanço no trabalho que resta ser feito, se deixem convencer por uma figura que conheçam. Assim como o Presidente Obama transformou a política ao expor a evolução de seu entendimento dos direitos civis dos LGBT, uma mudança partindo do papa pode ter um efeito duradouro sobre a religião.
A notória diferença na retórica do Papa Francisco [leia nosso comentário aqui] em relação à de seus dois predecessores —ambos os quais já estiveram presentes entre os agraciados com o Prêmio Fobia que a The Advocate distribui todos os anos — aumenta ainda mais a ousadia de seus gestos em 2013. Primeiro, temos o Papa João Paulo II, contra quem os militantes pelos direitos LGBT protestaram durante sua visita aos Estados Unidos em 1987, que ganhou muito destaque em função daquela que viria a ficar conhecida como a “Carta do Rat(o)” — uma condenação sem precedentes da homossexualidade como “intrinsecamente má”. Foi escrita por um dos seus cardeais, Joseph Ratzinger, que viria a se tornar o Papa Bento XVI. Desde 1978, o Vaticano esteve sob o comando de um dos dois — até este ano.
Quando a revista Time indicou o Papa Francisco como Personalidade do Ano, na semana passada, corretamente assinalou a dificuldade da Igreja Católica para realizar mudanças com rapidez, chamando-a de "um lugar onde a mudança é medida em séculos". O Papa Francisco ainda não é a favor dos gays segundo os padrões atuais. Após assumiu o cargo, em julho ele lançou uma encíclica conjunta com Bento, na qual reiteram que o casamento deve ser uma “união estável entre homem e mulher”. O texto continua: “essa união nasce do seu amor mútuo, como sinal e presença do próprio amor de Deus, e do reconhecimento e aceitação do bem que é a diferenciação sexual”.
Enquanto arcebispo na Argentina, o Cardeal Jorge Bergoglio se opôs à aprovação do casamento igualitário naquele país, afirmando em 2010 que se trata de um “atraque destrutivo ao plano de Deus”. Quando Bergoglio se tornou papa, a GLAAD logo assinalou que ele certa vez havia dito que a adoção por casais do mesmo sexo era uma forma de discriminação contra as crianças.
Mas foi, de fato, durante o tempo do Papa Francisco como cardeal que sua diferença em relação a Bento e prelados de linha dura da Igreja se evidenciou. À medida que o casamento entre pessoas do mesmo sexo parecia mais próximo da legalização na Argentina, Bergoglio argumentava privadamente que a Igreja deveria assumir a defesa das uniões civis, pois seria "o menor de dois males" — isso, segundo o biógrafo autorizado do Papa Francisco, Sergio Rubin. O militante gay argentino Marcelo Márquez confirmou essa versão, declarando ao The New York Times, em março, que Bergoglio "ouviu os meus pontos de vista com muito respeito. Disse que os homossexuais precisavam ter seus direitos reconhecidos e que ele apoiava as uniões civis, mas não o casamento entre pessoas do mesmo sexo".
Como papa, ele ainda não disse que a Igreja Católica apoia as uniões civis. Mas o que Francisco de fato tem dito sobre as pessoas LGBT vem causando reflexão e consternação no interior de sua igreja. O momento que chegou às manchetes foi durante um voo do Brasil para Roma. Quando indagado acerca de padres gays, o Papa Francisco disse aos repórteres, de acordo com a tradução do italiano, "Se alguém é gay e busca o Senhor com boa vontade, quem sou eu para julgar?".
A concisão dessa declaração e a enorme atenção que obteve de imediato são evidências da influência do papa. A pergunta simples, com fortes raízes cristãs, proposta nesse contexto por esse homem — "Quem sou eu para julgar?" — foi encarada por católicos e pelo mundo como um sinal de que o novo papa não é como o anterior.
A visão de Francisco sobre o modo como a Igreja Católica deve abordar as pessoas LGBT foi bem explicada por ele mesmo em uma entrevista detalhada para a revista America, em setembro, quando ele recordou: “uma pessoa uma vez me perguntou, de forma provocativa, se eu aprovava a homossexualidade. Respondi com outra pergunta: ‘Diga-me: quando Deus olha para um gay, ele endossa a existência dessa pessoa com amor ou será que Ele rejeita ou condena esta pessoa?’ Devemos sempre levar a pessoa em consideração”.
Quando ainda era cardeal, disse, “eu costumava receber cartas de pessoas homossexuais que estavam ‘socialmente feridas’ porque me diziam que tinham a sensação de que a Igreja sempre as condenava. Mas a Igreja não tem essa intenção. Durante um [recente] voo de volta, vindo do Rio de Janeiro, eu disse que se uma pessoa homossexual tem boa vontade e busca a Deus, não sou ninguém para julgá-la. Ao dizer isso, repeti o que diz o catecismo. A religião tem o direito de expressar sua opinião a serviço do povo, mas Deus em sua criação nos fez livres: não é possível interferir espiritualmente na vida de uma pessoa.”
Ele continua, afirmando que “não podemos insistir somente nas questões relacionadas ao aborto, ao casamento gay e aos uso de métodos anticoncepcionais. Não é possível. Não tenho falado muito sobre estas coisas e fui repreendido por esse motivo. Mas, quando falamos dessas questões, temos de abordá-las num contexto. O ensinamento da Igreja, neste aspecto, é claro, e eu sou um filho da Igreja; mas não é necessário ficar repetindo estes pontos o tempo todo”.
Autêntico em suas palavras, o Papa Francisco não se valeu de seus grandes momentos quando esteve sob os holofotes do mundo para condenar as pessoas LGBT, como Bento costumava fazer. Nesta mesma época, no ano passado, o Papa Bento tinha acabado de lançar sua mensagem pelo Dia Mundial da Paz, celebrado pela Igreja Católica em 1º de janeiro, advertindo que os esforços em prol do casamento de gays e lésbicas "na verdade prejudicam e ajudam a desestabilizar o matrimônio, obscurecendo sua natureza especifica e seu papel indispensável na sociedade". Bento descreveu o casamento igualitário como "uma ofensa contra a verdade da pessoa humana". Em contrapartida, o Papa Francisco lançou sua primeira mensagem pelo Dia Mundial da Paz na semana passada [leia aqui].
A fraternidade, diz ele, "é o fundamento e o caminho para a paz". Ele retoma a história de Caim e Abel como exemplo da incapacidade da humanidade de reconhecer seus irmãos e, pelo contrário, fazer inimigos. "Em Cristo, o outro é acolhido e amado como filho ou filha de Deus, como um irmão ou irmã, não como um estranho, e muito menos como um rival ou mesmo um inimigo. Na família de Deus, todos são filhos e filhas do mesmo Pai". E prossegue: "Todo homem e toda mulher desfrutam de uma mesma e inviolável dignidade. Somos todas e todos amados por Deus".
O Papa Francisco dedica seu tempo a discorrer contra os malefícios da cobiça e a falta de foco na justiça e no enfrentamento da pobreza. Por isso, conservadores como Rush Limbaugh o atacam, chamado-o de marxista. Mas Francisco prega a igualdade quanto ao direito de cada um à auto-realização. "Os seres humanos necessitam e são capazes de algo maior do que maximizar seus interesses individuais", diz o Papa em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz.
Poderíamos nos indagar como a aceitação das pessoas LGBT se adéqua à atitude do Papa com relação ao amor que se deve dar a cada ser humano e à valorização da contribuição de cada um à sociedade. Em menos de um ano como papa, Francisco ainda precisa mostrar se suas aspirações se limitam a simplesmente não ser nosso inimigo. Será ele um agente ativo na luta contra a discriminação dos LGBTs no mundo inteiro?
A revista Time assinala que um incomum grupo de oito bispos foi selecionado pelo Papa Francisco para aconselhá-lo periodicamente. Entre eles está o Cardeal Oswald Gracias, da Índia, que neste mês condenou publicamente a criminalização da homossexualidade em seu país. A Suprema Corte da Índia acaba de emitir uma decisão escandalosa, restabelecendo a pena de até 10 anos de prisão para o sexo entre gays. “A Igreja Católica nunca se opôs à descriminalização da homossexualidade, pois nunca consideramos que os gays fossem criminosos," sublinhou o cardeal, segundo o Asia News. "A Igreja Católica se opõe à legalização do casamento gay, mas ensina que os homossexuais têm a mesma dignidade de todos os demais seres humanos e condena todas as formas de discriminação injusta, de assédio ou abuso." Mais cedo em 2013, ele havia declarado a um grupo LGBT da Índia, segundo a revista Time, que “é equivocado afirmar que os que têm outra orientação sexual sejam pecadores” e que “devemos buscar uma maior sensibilidade em nossas homilias e nossa maneira de falar em público, e é essa a recomendação que farei aos nossos padres”.
O jornal italiano La Repubblica relatou que um grupo LGBT católico daquele país, o Kairós, de Florença, escreveu uma carta ao papa em junho, pedindo "abertura e diálogo" e observando que a falta desses dois elementos "sempre alimenta a homofobia". Os católicos LGBT haviam escrito para os papas anteriores, mas Francisco é o primeiro a dar uma resposta. Os dois lados mantêm privado o conteúdo da conversa, exceto pela indicação de certo assombro por o Papa ter dado sua benção ao grupo LGBT.
Uma coisa que aprendemos em 2013 foi que, por mais que nossos militantes se dediquem, no fim somos sempre confrontados com algum hétero que decide o nosso destino. Será que as nove pessoas que têm assento na Suprema Corte americana — seis das quais são católicas romanas — algum dia emitirão uma decisão abrangente que torne o casamento igualitário legal em todos os 50 estados dos EUA? Será que os deputados americanos — cerca de um terço dos quais professa o catolicismo, a religião com maior número de representantes — aprovará a Lei de Não Discriminação no Emprego? Será que algum deles levará em conta a recomendação do papa no sentido de não se julgar os homossexuais?
Nada disso vai afetar o possível retorno dos americanos LGBT que abandonaram a Igreja Católica. O impacto do gesto do papa nada tem a ver com nossa decisão quanto a voltarmos ou não às igrejas, mas afeta as pessoas que já estão sentadas em seus bancos. Afeta também aqueles e aquelas que vão às igrejas todo domingo, e também durante a semana, bem como aqueles que se dedicam ao trabalho voluntário em obras filantrópicas — que são, muitas vezes, nossos mais ardorosos opositores.
Ainda assim, os católicos LGBT que permanecem na Igreja de fato têm mais motivos para ter esperança de que uma mudança se aproxima. Basta ouvir as reações ao "Quem sou eu para julgar?" do papa.
"O Papa Francisco expressou hoje algumas das palavras mais encorajadoras já usadas por um pontífice a respeito das pessoas gays e lésbicas", diz uma declaração [leia a nota original aqui] da organização LGBT católica Equally Blessed ("Igualmente Abençoados") [Eles participaram do evento que realizamos durante a JMJ, como contamos aqui]. "Ao fazê-lo, deu um grande exemplo para os católicos de todo o mundo". A nota prossegue, com expectativa crescente: "os líderes católicos que insistem em depreciar gays e lésbicas não podem mais afirmar que seus comentários inflamados representam os sentimentos do papa. Os bispos que se opõem à ampliação de direitos civis básicos — tal como pôr fim à discriminação no ambiente de trabalho — não podem mais alegar que o papa aprova seu discurso discriminatório. O Papa Francisco não expressa nenhuma mudança na doutrina da Igreja, mas fala com compaixão — e, ao fazê-lo, incentiva um diálogo já animado, que talvez um dia possibilite à Igreja acolher integralmente os católicos que são gays e lésbicas".
(Tradução livre de Lula Ramires e revisão de Cristiana Serra) Tweet
3 comentários:
Olá!
Nem sei por que estou aqui, não se trata de discutir o assunto em pauta, mas apenas de desabafar minha raiva. Antes da opressão do catolicismo, do papa, do fundamentalismo no texto bíblico o que nos diminui é mesmo a hipocrisia de religiosos e religiosas. Falo por que sou vítima de uma lésbica, homofóbica, hipócrita e freira, minha suposta amiga de quase 20 anos. Me senti humilhada diminuída e ameaçada todos os dias que tive que trabalhar com ela, após assumir minha homossexualidade, foram 2 anos de tantas ameaças e repressões que me senti como que fugindo, Eu e minha companheira fomos viver num estado distante das nossas famílias e amigos. Procuro não saber dela, nem deixar que ela saiba de mim, nem endereço, apesar de saber que aqui ela não pode tirar meu emprego e me fazer mendigar pela bondade dela, como sempre gostou de deixar claro que seria assim, tenho pavor até de escutar o nome dela, de saber notícias. Então antes de boa reflexão sobre documentos e posição do Papa sejam humanos em aceitar, realmente sem reservas, quem se aproxima, querer que todo mundo viva fingindo para caber dentro dessa igreja é a pior morte que se pode propor a alguém. Preciso de ajuda pra acreditar que alguém nessa igreja é diferente, pois pra mim resta uma fé que não tem onde comungar, pois com isso eu não comungo. Meu catolicismo é solitário e dou trabalho pra acreditar que vocês são o que dizem: diversidade católica, já que a pessoa em questão sempre se apresentou assim no discurso, mas pratica mesmo é a opressão a felicidade alheia. Se não vão publicar tudo bem, hoje precisava desabafar, mesmo que apenas pra mim mesma. Que Deus não me permita o ódio, mais não me deixe dormente a injustiça e opressão.
Querida leitora, em primeiro lugar, desculpe pela demora da nossa resposta.
Lamentamos profundamente pelo que aconteceu com você. Muitos de nós também vivemos experiências de rejeição e exclusão, nem sempre de maneira explícita - e a exclusão, sobretudo quando se dá de maneira sutil, disfarçada sob o verniz de uma aparente aceitação que fica só no discurso, é ainda mais cruel. "Eu te aceito desde que você mude" NÃO é aceitação. O amor da Igreja - e aqui nos referimos não só ao Magistério, mas a todos os batizados - deve ser, como bem nos lembra o Papa Francisco, semelhante ao amor do Pai: irrestrito e incondicional. ESSA é a "Boa Nova" do Evangelho: que o amor e o acolhimento do Pai é para TODOS e cada um de nós. E cada um é como é, e ser como o Pai nos criou é uma dádiva e um dom.
Temos certeza de que, apesar de tão dolorosa, sua experiência pode talvez até ganhar um novo sentido, caso você erga a sua voz, como fez aqui, para denunciar as hipocrisias e ajudar aqueles que, como você, são atingidos por ela.
Mas, olha, precisamos dar também o testemunho de que nossa Igreja é de verdade muito diversa. Muitos de nós também relatam experiências de amor, de acolhimento, de inclusão, de diálogo. Por isso formamos grupos de partilha, para nos ajudarmos uns aos outros na caminhada, compartilhando dores e delícias a fim de renovar as forças e as esperanças para nossa jornada.
Caso você esteja perto do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Ribeirão Preto, Recife/Olinda ou Brasília, por favor aceite nosso convite para conhecer os grupos de LGBTs católicos presentes ou se organizando nessas cidades. Procuramos ser a Igreja que queremos ver no mundo, um trabalho que requer paciência e atenção, pois as tentações são muitas. Será maravilhoso se você puder ajudar a gente a permanecer fiel à mensagem de amor e inclusão do Evangelho.
Que Deus te acompanhe (Ele sempre acompanha) e à sua companheira, e cubra de bênçãos a união de vocês (Ele sempre cobre). ;-)
Paz e bem!
Equipe Diversidade Católica
PS: Caso queira entrar em contato com um dos grupos de LGBTs católicos que mencionamos acima, escreva para contato@diversidadecatolica.com.br, e nossa equipe de acolhida vai poder tirar suas dúvidas e te dar todas as informações. :-)
Um abraço!
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