segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Na Igreja e fora dela, são muitos os que vivem hoje perdidos no labirinto da vida

Imagem daqui

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 1, 35-42, que corresponde ao 2º Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico.

O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto, aqui reproduzido via IHU.


O evangelista João narra os humildes inícios do pequeno grupo de seguidores de Jesus. O seu relato começa de forma misteriosa. Diz-nos que Jesus “passava”. Não sabemos de donde vem nem para onde se dirige. Não se detém junto de João Batista. Vai mais longe do que o seu mundo religioso do deserto. Por isso indica aos Seus discípulos que se fixem Nele: “Este é o Cordeiro de Deus”.

Jesus vem de Deus, não com poder e glória, mas como um cordeiro indefenso e indefeso. Nunca se irá impor pela força; a ninguém forçará que acredite nEle. Um dia será sacrificado numa cruz. Os que queiram segui-lo terão que o acolher livremente.

Os dois discípulos que escutaram João Batista começam a seguir Jesus sem dizer qualquer palavra. Há algo nEle que os atrai apesar de não saberem quem nem para onde os leva. No entanto, para seguir Jesus não basta escutar o que outros dizem Dele. É necessária uma experiência pessoal.

Por isso Jesus volta-se e faz-lhes uma pregunta muito importante: “Que procurais?”. Essas são as primeiras palavras de Jesus a quem o segue. Não se pode caminhar atrás dos Seus passos de qualquer forma. Que esperamos dele? Por que o seguimos? Que procuramos?

Aqueles homens não sabem aonde os pode levar a aventura de seguir Jesus, mas intuem que pode ensiná-los algo que ainda não conhecem: “Mestre, onde vives?”. Não procuram nEle grandes doutrinas. Querem que lhes mostre onde vive, como vive e para quê. Desejam que lhes ensine a viver. Jesus diz-lhes: “Vinde e vereis”.

Na Igreja e fora dela, são bastantes os que vivem hoje perdidos no labirinto da vida, sem caminhos e sem orientação. Alguns começam a sentir com força a necessidade de aprender a viver de forma diferente, mais humana, mais sã e mais digna. Encontrar-se com Jesus pode ser para eles a grande notícia.

É difícil aproximar-se desse Jesus narrado pelos evangelistas sem nos sentirmos atraídos pela Sua pessoa. Jesus abre um horizonte novo para a nossa vida. Ensina a viver desde um Deus que quer para nós o melhor. Pouco a pouco vai-nos libertando de enganos, medos e egoísmos que nos bloqueiam.

Quem se coloca a caminho atrás dele começa a recuperar a alegria e a sensibilidade para com os que sofrem. Começa a viver com mais verdade e generosidade, com mais sentido e esperança. Quando alguém se encontra com Jesus tem a sensação de começa por fim a viver a vida desde a sua raiz, pois começa a viver desde um Deus Bom, mais humano, mais amigo e salvador que todas as nossas teorias. Tudo começa a ser diferente.

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