Desta vez este evento foi realizado em Niterói (RJ), com o intuito de conversar e partilhar relatos sobre os novos formatos familiares e a relação dos gays com suas famílias, abrindo espaço para a troca de experiências entre pais e mães de gays e gays que são pais, mães, tios, etc.
Foi a primeira vez que participei de um evento público. Até então só tinha participado das reuniões do grupo, que possuem outra dinâmica.
Apesar do pouco tempo de preparação e de divulgação, só posso render elogios a todos que "vestiram a camisa" e puderam juntos realizar este evento. Contratempos e correrias que, ao final, foram recompensados com os rostos que viram, nos relatos ao longo do dia, uma esperança contra o preconceito que ainda sofre a comunidade LGBT.
O pequeno espaço físico não foi em nenhum momento motivo de desconforto, pelo contrário, foi bem providencial! Permitiu uma postura acolhedora entre todos reunidos, sem lacunas de locais vazios.
Estar reunido com aproximadamente outras 50 pessoas, a grande maioria delas presentes ali com o grupo pela primeira vez, me fez notar o quanto esse assunto, apesar de "polêmico", é de grande (e urgente) importância neste século.
A questão gay vs. católico sempre foi questionável dentro da Igreja. Porém o assunto despertou uma nova esperança quando, após os dias festivos cheios de espiritualidade e de fé vividos durante a JMJ 2013 no Rio de Janeiro, vimos a postura acolhedora do Papa Francisco ao ser indagado sobre gays na Igreja.
E foi com esse sentimento, renovado pelas palavras do Sumo Pontífice, que algumas pessoas presentes relataram suas vivências. Foi muito bom ver um grupo de pessoas ali receptivas ao que todos tinham a dizer, desarmados de preconceitos ou convicções religiosas. Os presentes estavam ali para fazer o que pouco se faz hoje em dia: apenas ouvir.
Gays que têm filhos, gays que abandonaram casamentos convencionais para assumir um amor homossexual, tio que reconhece felicidade no casamento gay da sobrinha, gays que sofreram em assumir sua natureza por serem católicos... Enfim, relatos dos mais variados tipos foram partilhados neste dia. Todos eles de grande e valiosa importância, não somente para quem estava ali ouvindo, mas acredito, também importante para quem teve a sensibilidade e disponibilidade de expor um pouco de sua vida ao grupo.
Gostaria de destacar dois relatos que me tocaram profundamente: o dos pais de gays. Um casal, presente com seu filho, demonstrou seu amor incondicional ao filho. Não importa se ele é gay, canhoto, careca, gordo, negro... O amor sem limites dos progenitores demonstrou o que realmente o amor é: AMOR! Simples assim.
O outro relato, de uma mãe, encantou a todos pela simplicidade, pelas suas palavras, pelo seu testemunho de vida... Enfim, resumindo, as expressões de amor e afeto se faziam presentes e reais enquanto ela falava, podia-se sentir o seu amor pelo filho com sua narrativa. O filho presente se mostrava muito orgulhoso da sua mãe. E quem não ficaria?
A tarde agradável teve seu encerramento com um lanche onde a confraternização permitiu diálogo entre todos. A conversa com quem conhecia a proposta do grupo rendia elogios, dúvidas e agradecimentos. Muito bom ver aquele espírito de fraternidade entre "novos" e "antigos".
Para o Diversidade Católica fica a missão que esses tipos de encontro são importantes e transformadores.
Como rezamos, fica cada vez mais nítido que o Espírito Santo, que invocamos no início do encontro, tem renovado a face da terra e que o Pai Nosso, oração realizada ao final, traz cada vez mais o Seu Reino para o nosso meio. Amém!
Cristiano Pinto
Membro do Diversidade Católica Tweet
Um comentário:
Lindo encontro, parabéns a todos!
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