Desde o final do ano passado, todos os domingos à tarde publicamos algumas perguntas da seção "Perguntas frequentes" do site do Diversidade Católica. Você pode acessar a série completa no próprio site do DC, ou na tag "perguntas frequentes". :-)
"O discurso da Igreja, contrário aos gays, favorece atos homofóbicos violentos?"
Apesar da postura contrária da Igreja em relação ao reconhecimento de uma série de direitos dos cidadãos LGBTT e da classificação das relações entre pessoas do mesmo sexo como “intrinsecamente desordenadas”, não se pode acusar a Igreja de incitar atos de violência contra os homossexuais.
Em seus documentos, o Magistério da Igreja reconhece que a pessoa humana é maior que a sua orientação sexual, que todos são criados por Deus e destinados à salvação. Isto é uma dignidade que a todos abrange.
Nem todos lêem na íntegra os documentos e a grande mídia só explicita as partes mais controversas. Uma pessoa com alto grau de homofobia pode confundir a condenação dos atos homossexuais por parte do Magistério com a condenação da pessoa homossexual.
Contudo, os documentos a respeito da homossexualidade apresentam um paradoxo. Por um lado, se ressalta a dignidade inerente a toda a pessoa humana e se afirma que a tendência homossexual não é pecaminosa - mas os atos homossexuais são vistos como desvio e não são dignos. Pela brecha assim aberta com frequência se instala uma mentalidade de "odeie o pecado, ame o pecador" - a qual é intrinsecamente contraditória, uma vez que não é possível separar a pessoa de seus atos. Essa brecha por vezes acaba sendo utilizada para justificar certas exclusões e segregações por parte de membros da comunidade, religiosos ou leigos - o que, nunca é demais repetir, contraria a recomendação de respeito e acolhimento expressa no catecismo.
Ainda que defenda a dignidade de toda a pessoa humana, a posição da Igreja conhecida pela sociedade é a da condenação à homossexualidade, o que colabora para o clima de rejeição e preconceito às pessoas LGBTT e dessas pessoas com relação à própria condição homossexual.
Uma bela contribuição dos gays cristãos europeus a essa discussão se deu através de uma carta aberta do Fórum Europeu LGBT ao papa, escrita no ano passado, pedindo que o Magistério se posicione frontal e abertamente contra as violências perpetradas contra os LGBTTs. Leia aqui.
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