A retórica do Papa Francisco em
sua recente entrevista foi muito elogiada, porém, em relação às suas ações
parece que não houve muitas mudanças. O padre Greg Reynolds, australiano, foi
excomungado por apoiar a igualdade LGBT e a ordenação de mulheres. Segundo
Reynolds: a excomunhão no passado era algo extremo, mas hoje a hierarquia
perdeu essa confiança e respeito (o que lembra o caso do Padre Beto no Brasil).
Francisco também manteve o
Arcebispo Gerhard Mueller na Congregação pela Doutrina e a Fé. Mueller tem
trabalhado contra freiras liberais nos EUA que advogam a igualdade LGBT e
administram o controle do dano provocado pela Igreja em relação ao abuso de
crianças.
São decisões que contradizem a
retórica de Francisco. Pelo menos, sinaliza que se ele se recusa a responder à
questão se ele aprova a homossexualidade é porque não há razão para acreditar
que ele o faça. Ele pode não se importar se padres são gays, mas ele claramente
se preocupa se eles seguem o ensinamento antigay da Igreja. A sua ênfase nas
questões relativas à pobreza é louvável, mas a discriminação contra a população
LGBT não é mais tolerável só porque o enquadre é diferente. Até Francisco
orientar diretamente bispos ao redor do mundo para gastar menos tempo, energia,
e dinheiro em campanhas contra o casamento igualitário e outras questões
importantes para famílias homossexuais, qualquer alegação de mudança dentro da
Igreja em relação à homossexualidade é prematura.
Zack Ford
Tradução e Adaptação: Hugo F Nogueira
Tweet
Um comentário:
As mudanças doutrinais são possíveis (eu acredito!), mas são muito lentas. Eu acho que podemos perceber pequenos sinais de primavera, mas sem nos empolgarmos, pensando que tenha sido o pleno verão.
Quanto ao padre australiano, descobri outros fatos que contribuíram para a excomunhão dele. Escrevi algo sobre isso (http://teleny-retorno.blogspot.com.br/2013/09/luta-livre-ou-vale-tudo.html) - é um texto meio longo, mas contém algumas referências de fontes (eu acho) fidedignas.
Grande abraço!
Postar um comentário