sexta-feira, 5 de julho de 2013

Cristo morto no sepulcro



"Na sua obra O Idiota, Fiódor Mikhailovich Dostoiévski faz o protagonista — o príncipe Myskin — dizer, à vista do quadro de Cristo morto no sepulcro, pintado por Hans Holbein o Jovem: « Aquele quadro poderia mesmo fazer perder a fé a alguém »;de facto, o quadro representa, de forma muito crua, os efeitos destruidores da morte no corpo de Cristo. E todavia é precisamente na contemplação da morte de Jesus que a fé se reforça e recebe uma luz fulgurante, é quando ela se revela como fé no seu amor inabalável por nós, que é capaz de penetrar na morte para nos salvar. Neste amor que não se subtraiu à morte para manifestar quanto me ama, é possível crer; a sua totalidade vence toda e qualquer suspeita e permite confiar-nos plenamente a Cristo."

Carta Encíclica Lumen fidei de Sua Santidade Francisco, 29 de junho de 2013

A esposa de Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski registrou em diário a perturbação do escritor diante do quadro O Cristo Morto, de Hans Holbein, num museu da Basiléia:

"A visão do rosto inchado de Cristo após seu martírio desumano era terrível. (...) Fiodor permaneceu em pé diante do quadro com uma expressão oprimida. Olhá-lo me fazia mal, então fui para outra sala. Voltei 20 minutos depois e ele ainda estava lá, na mesma posição diante do quadro. Seu olhar exprimia medo. Levei-o para outra sala, ele se acalmou lentamente, mas insistiu ainda em tornar a ver o quadro que tanto o perturbara".

Fonte

Imagem:

Hans Holbein.
The Body of the Dead Christ in the Tomb.
1521.
Oil on wood.
Kunstmuseum Basel, Basel, Suíça.

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