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domingo, 9 de outubro de 2011

Lendo o “antigo” Leonardo Boff num domingo de manhã e pensando em teologia, sexualidade, política e economia

Foto: Anna Aden

Do livro “A Trindade e a sociedade”.

“Dois seres totalmente distintos, entre os quais pouco há de comum, dificilmente podem estabelecer laços de comunhão. Entre recíprocos e conaturais vigora certa atração; quanto maior, mais perfeita se apresenta a comunhão; nunca haverá fusão, pois cada parte conserva sua identidade; mas o desejo e o impulso de fusão, de tornar-se um com o outro, caracterizam o nível de profundidade da comunhão”.

“O eu nunca existe sozinho; ele é habitado por muitos, suas raízes penetram os outros, como ele é penetrado pelos outros. Daí podemos dizer que o próprio do humano não é viver, mas con-viver, não é ser mas existir em comunhão com os semelhantes mesmo os mais distantes, é deixar-se penetrar pelos outros e penetrar também os outros”.

“A unidade societária que existe na Trindade funda a unidade humana; esta vem inserida naquela. As pessoas não são anuladas, mas potenciadas. (...) amor que se comunica e estabelece comunhão. (...) É um encontro absoluto e eterno. Mas não é um amor de amantes enclausurados ele se expande”.

“conter um ao outro, inabitar (morar um no outro), estar um no outro. (...) uma pessoa está dentro da outra, envolve a outra por todos os lados (circum), ocupa o mesmo espaço que a outra, enchendo-a com sua presença. (...) interpentração de uma Pessoa na outra e com a outra. (...) cada uma penetre sempre a outra”.

“Esse regime [liberal-capitalista] introduziu as mais radicais divisões que se tem notícia (...). As sociedades sob o regime capitalista contradizem por sua prática e por sua teoria as interpelações e convites da comunhão trinitária”.

“O social não é realizado em todas as dimensões, a partir de baixo, nos relacionamentos pessoais, na constituição de rede de comunidades, a partir das quais se organiza a sociedade civil com seu aparelho de articulação e condução que é o Estado. O social burocraticamente imposto não gera uma sociedade de iguais dentro das diferenças respeitadas, mas a coletivização com traços de massificação”.

“Uma sociedade que se deixa inspirar pela comunhão trinitária não pode tolerar as classes, as dominações a partir de um poder (econômico, sexual ou ideológico) que submete e marginaliza os demais diferentes”.

- André Musskopf
Reproduzido via blog do autor

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