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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O que eu espero de 2014?


Aproveito este espaço para registrar um comentário da querida Majú Giorgi, do Mães pela Igualdade, publicada em sua coluna desta semana no iG. Em seu texto sobre suas expectativas para 2014, que pode (e deve! rs) ser lido na íntegra aqui, ela observa com agudeza os novos ventos que estão soprando na CNBB e sublinha que o perigo não está nas religiões, mas no fundamentalismo, seja em que contexto for:
Apesar de não ter religião, apenas religiosidade, e muito mais simpatia pelas orientais que pelas Cristãs, eu tenho um carinho imenso pelo Diversidade Católica, e acredito que 2014 será um ano de grandes conquistas. 
(...) os países com maioria católica são os que somam mais avanços no movimento LGBTT, vide Portugal, Uruguai e Argentina. E em 2013 vimos a CNBB lançar novas diretrizes, não tentar parar nem por um segundo o PLC 122 e ainda com o plus da assinatura do CONIC na carta de apoio ao PLC (leia aqui). Quem me dera voltássemos a ser um país 80% católico, sem a ameaça obscura do fundamentalismo. Tomando aqui o cuidado de não desmerecer nenhuma religião, agradeço aos protestantes também, pelo apoio ao PLC 122 em 2013. No Brasil, religiões não se dedicam a perseguir ninguém, isso é uma exclusividade dos LÍDERES das trevas pentecostais.  
Vou continuar gritando dentro do alcance da minha voz, os desmandos a hipocrisia e o falso moralismo dos vendilhões do templo, dos comerciantes da fé, mas com verdade porque o movimento LGBTT, não precisa lançar mão de artimanhas sujas e de mentiras como eles fazem.  
Vou lutar pela Democracia e pelo Estado Laico e para que essa nuvem nefasta de proselitismo religioso saia de cima do Poder Legislativo, para que meus filhos e todas as futuras gerações possam viver em um país livre, laico e democrático, independente de fé, raça ou sexualidade.
É isso aí, Majú: o problema é o fundamentalismo que inviabiliza qualquer possibilidade de diálogo; o problema é a apropriação nefasta das igrejas em prol de interesses políticos e para fins de manipulação e opressão; o problema é a inaceitável contaminação da política pelo proselitismo e pela má-fé daqueles que têm a audácia de corromper o discurso religioso em nome de seus objetivos espúrios de poder teocrático.

Mas 2013 foi o ano em que fomos às ruas e foi o ano em que o papa Francisco começou a instaurar um discurso novo e revolucionário na Igreja Católica. Pessoalmente, não sou dessas que esperam milagres do pontífice, até porque tenho horror a clericalismos e acho imprescindível que os leigos tomem as rédeas da transformação da Igreja. Esse é também o posicionamento do Diversidade Católica como grupo: procuramos ser nós a Igreja que queremos ver no mundo.

O que vem mudando com Francisco, e essa mudança não aparece na imprensa porque é quase impalpável - mas a potência de seu impacto vai na proporção direta de sua sutileza - é o fato de que uma multidão de vozes que por décadas permaneceu em silêncio está atendendo o convite do Papa para o diálogo e se sentindo encorajada a falar - e a falar para se fazer ouvir. E a agir. É uma multidão de gente saindo dos armários, das sacristias, das catacumbas, para despertar os adormecidos, denunciar anticristos, corrigir inconsistências, buscar atitudes mais verdadeiramente evangélicas.

2014 certamente será um ano de muito trabalho, em que continuaremos semeando e, quem sabe, já começaremos a colher os frutos plantados neste ano que findou.

Com amor,

Cris

Continue lendo o artigo na coluna da Majú no iG, aqui.

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