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segunda-feira, 7 de outubro de 2013
O sono da razão produz monstros
O documentário Mea Maxima Culpa em exibição no 15º Festival do Rio apresenta de forma contundente muitos dos dilemas que a população LGBT se depara em relação à hierarquia da Igreja.
Isso se dá de forma transversal, porque o tema do documentário é o abuso sexual, particularmente de garotos, mas o filme ajuda a entender melhor porque é tão difícil que a população LGBT seja reconhecida como parte da igreja sem discriminações.
Um bom histórico da questão do abuso sexual é exposto no filme que termina com a renúncia de Bento XVI, a questão que fica é como o papa Francisco vai lidar com a questão do abuso sexual dentro da igreja? A resposta para essa questão pode servir de chave para responder outras questões como, por exemplo, o não reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo, o celibato e a ordenação de mulheres.
O filme denuncia a maneira como a hierarquia da igreja, o direito canônico, o próprio status do Vaticano como nação dificultam o enfrentamento de questões tão sérias como o abuso sexual.
Muitas informações presentes no filme podem chocar e surpreender, a questão principal não é questionar se elas são verdadeiras ou não, a verdadeira questão é que o silêncio, a invisibilidade permitem que situações como o abuso sexual aconteçam, "o sono da razão produz monstros".
A homossexualidade era condenada como sodomia pela Inquisição e a sodomia era um pecado nefando, isto é, o que não pode ser dito. Esse é o histórico da questão LGBT dentro da igreja que até hoje precisa enfrentar a imposição desse silêncio.
O documentário mostra garotos surdos enfrentando o silêncio sobre o abuso sexual que isso sirva de lição para que a população LGBT também enfrente o silêncio que sofre por parte da hierarquia da igreja e cobre do papa Francisco as reformas necessárias. Suas declarações e atitudes em relação à hierarquia demonstram que ele tem boa vontade, rezemos todos por ele.
Mea Maxima Culpa tem sessão dia 19 às 15h50 no Estação Vivo Gávea. O filme não terá exibições no cinema fora do Festival do Rio, mas, a partir de 9 de novembro estará na programação da HBO Brasil.
Resenha: Hugo Nogueira
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Equipe Diversidade Católica