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sexta-feira, 2 de novembro de 2012
O método histórico-crítico não oferece suporte para condenar os atos homossexuais
Embora o Magistério não tenha confrontado a questão, casais homossexuais monogâmicos, amorosos e comprometidos a confrontaram na prática e testemunham que eles realmente vivenciam a complementariedade afetiva de comunhão por meio dos seus atos homossexuais.
A afirmação de que os atos homossexuais, por definição, não podem contribuir para o bem da pessoa humana parece contradizer as experiências relacionais de casais homossexuais comprometidos e monogâmicos. Embora essa afirmação não mencione estudos científicos para comprovar sua alegação, há uma série de estudos que explicitamente a contradizem.
Estudos empíricos não apenas contestam as afirmações magisteriais de que os atos homossexuais, por definição, são prejudiciais à pessoa humana e aos relacionamentos humanos; esses estudos também contestam as afirmações do Magistério em relação aos efeitos prejudiciais da paternidade homossexual sobre os filhos.
Não é a orientação sexual de pais gays e mães lésbicas que produz resultados negativos em seus filhos, mas a discriminação social em relação a eles gerada por mitos propagados sobre seus pais.
A presente questão, a saber,o efeito de pais e mães homossexuais sobre seus filhos, constitui um caso clássico no qual as ciências sociais claramente levaram a um melhor entendimento da verdade. Há dados científicos abundantes para sustentar a afirmação de que a complementariedade de comunhão e afetiva são evidentes nos relacionamentos homossexuais e que, no caso de pais e mães homossexuais, essas complementariedades facilitam não só a complementariedade parental, mas também a criação positiva dos filhos.
A posição magisterial com respeito à sua afirmação de que atos homossexuais "não procedem de uma genuína complementariedade afetiva e sexual" fica vulnerável à mesma acusação, hipóteses teóricas não substanciadas pela experiência prática.
Parece haver uma desconexão entre a tradição em evolução e o seu uso da Escritura para condenar os atos homossexuais, de um lado, e a sua relativamente recente adoção do método histórico-crítico para interpretar a Escritura, do outro. O método histórico-crítico não oferece suporte às conclusões normativas tradicionais deduzidas da Bíblia sobre essa questão. Esse mesmo método histórico-crítico, quando aplicado ao recente ensinamento magisterial sobre atos homossexuais, revela outra desconexão entre o que estudos empíricos expressam com relação às experiências de casais e pais homossexuais e as afirmações em contrário não substanciadas do Magistério.
SALZMAN, Todd A. e LAWLER, Michael G. A pessoa sexual. Por uma antropologia católica renovada. São Leopoldo, RS: Ed. UNISINOS, 2012.p. 314-319.
Imagem: Logo da campanha Believe Out da Episcopal Church dos Estados Unidos.
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