Imagem daqui
Entretanto, para o teólogo, essa crise deve ser entendida a partir da própria missão da Igreja que deve se desenrolar no seio da sociedade. Em outras palavras, a Igreja não se constitui numa realidade fora da sociedade, mas numa perspectiva relacional. Segundo o autor, as “rápidas e sucessivas mudanças socioculturais, a sociedade pluralista e secularizada, a hegemonia do fator econômico na vida social e familiar, a emergência da subjetividade, a desilusão e a desconfiança diante da capacidade da razão humana, a proximidade das outras religiões, são alguns fatores que transformaram a nossa sociedade e nossas vidas e que inevitavelmente incidem na vida da própria Igreja, visto que sua existência só se justifica enquanto esteja voltada para a sociedade levando-lhe a mensagem e a realidade do Reino de Deus”.
Para que a missão evangelizadora e transformadora frutifique na sociedade, a Igreja deve conhecer bem os interlocutores, levando em conta “suas linguagens, suas deficiências, seus valores, suas preocupações, seus sonhos, seus sofrimentos e suas realizações”. Caso contrário, alerta Miranda, a Igreja “não conseguirá ser uma realidade pertinente e significativa para seus contemporâneos”.
Os desafios contemporâneos não impactam apenas na linguagem da proclamação da fé, mas envolvem também a realidade da Igreja enquanto instituição. Por isso a Igreja deve “mudar para poder ser Igreja, a saber, sinal salvífico que seja, de fato, captado como tal pela sociedade”. Trata-se de uma tarefa exigente, na medida em que as “transformações de mentalidades, de práticas, de hábitos que nos são familiares só se realizam lentamente, mesmo quando pressionadas pelo contexto vital em que nos encontramos”.
Diante do novo contexto de mundo e de Igreja, abrir-se para uma perspectiva de mudança demanda uma maturidade inédita. Isto é, a “atual realidade eclesial pede de nós uma maturidade inédita, uma atitude nova, um posicionamento original, condizentes com a hora presente, já que a história jamais se repete como bem sabemos”. Trata-se, em outras palavras, de uma maturidade que implica a Igreja como um todo. Daí o sentido da maturidade eclesial mencionada por Miranda.
[Leia o artigo "Maturidade Eclesial" na íntegra aqui]
- Luís Carlos Dalla Rosa, para o IHU
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caros leitores,
todos os comentários, dúvidas, sugestões ou críticas são bem-vindos; serão lidos com carinho e atenção e respondidos o mais rápido possível. Respeitamos o ponto de vista de cada um, mesmo quando diferente do nosso; porém, gostaríamos de esclarecer que, em respeito aos colaboradores e demais leitores deste blog, a equipe se reserva o direito de retirar comentários ofensivos ou que estejam em desacordo com o tema do post. Quem insistir em desrespeitar as boas normas de convivência deste blog poderá ser bloqueado.
Para que possamos identificar nossos interlocutores e facilitar o diálogo, não há a possibilidade de comentários anônimos. Pedimos que utilizem uma ID Google ou uma das IDs da opção OpenID - há uma lista de possibilidades e instruções para adquirir uma ID aqui.
Um abraço afetuoso.
Equipe Diversidade Católica