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domingo, 23 de outubro de 2011

Imanência e transcendência na perfeição divina


Navegando pela internet, um dos membros do DC deparou-se com esta explicação simples e bela, e achamos que valia a pena reproduzir:

"Deus é inexplicável mas é mais próximo a nós do que nós a nós mesmos", como disse S. Agostinho.

Dentro deste principio convém entender os dois conceitos:

A imanência: Deus, sendo necessariamente primeiro Princípio, Causa universal, deve estar presente a tudo o que é, e deve mesmo estar mais presente nos seres do que eles em si mesmos, uma vez que eles não existem e não subsistem senão pelo efeito de um contínuo influxo do poder criador. Devemos, por isso, dizer, com toda a verdade, com S. Paulo, que "em Deus temos a vida, o movimento e o ser".

A imanência não deve ser então imaginada como uma espécie de mistura do Ser divino com as coisas criadas. É necessário concebê-las como um modo de presença espiritual, irredutível às presenças corporais, e por isto mesmo infinitamente mais profunda e mais envolvente.

A transcendência: a imanência divina não deve fazer negligenciar a transcendência, quer dizer a absoluta independência de Deus em relação ao mundo, e o soberano domínio de Deus sobre todo o universo. É então necessário preservar-se de representar a transcendência divina como uma exterioridade espacial e material, como se a absoluta distinção de Deus e do mundo implicasse numa justaposição do mundo e de Deus. A noção de transcendência não significa nada disto, mas essencialmente a independência absoluta, a perfeita asseidade de Deus (ou propriedade de existir necessariamente, por si, a se).

Então, como Deus é Imanente e Transcedente ao mesmo tempo?

A imanência e a transcendência são dois aspectos igualmente inevitáveis de uma noção de Deus conforme ao que exigem a um tempo a experiência e a razão.

Sem a imanência, Deus seria estranho ao universo, e Ele não seria, por conseguinte, nem infinito, nem perfeito: a idéia de Deus se torna contraditória.

Sem transcendência, Deus é idêntico ao universo, e de novo aparece como imperfeito, potencial e em transformação.

A noção de Deus se torna, assim, contraditória; e Deus, por ser Absoluta Perfeição, não se contradiz.

Paz e bem.

- Frei Paulo
Reproduzido daqui

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