terça-feira, 22 de maio de 2012

A homossexualidade é o novo comunismo?

Marcha da Família com Deus pela Liberdade, 
em 19 de março de 1964, São Paulo (Folha Imagem)

Vitor Angelo, para o Blogay - e nesta ele se superou: :-)

Para uma certa classe média brasileira, o novo inimigo público do país são os homossexuais. Eles são os novos comunistas. E com o mesmo método de deturpação que foi usado pelos reacionários dos anos 60 para apoiar o golpe de 64 e implantar a ditadura militar, eles costumam espalhar falácias, medos aos mais desinformados. Se o comunista antes comia criancinha, o homossexual é hoje quem o faz. Se os comunistas queriam invadir a sua casa conquistada com o suor de seu trabalho, os homossexuais querem invadir as escolas e transformar jovens em gays, estes jovens que foram educados com tanto suor por seus pais. Enfim, a boçalidade não mudou, só mudou para quem ela está sendo direcionada.

Eles são liderados pelos religiosos fundamentalistas e deram o exemplo que o alvo de seu ódio são os gays na Marcha para Jesus 2012, que aconteceu no sábado, 19.

O pastor Silas Malafaia disse: “Quero que os homossexuais sejam livres para fazer o que quiserem. Eles que querem amordaçar a gente”. Na frente de faixas escritas: “Homossexualismo (sic) é pecado”.

Ele também condenou as igrejas inclusivas, aquelas que aceitam os gays. “Não considero essas igrejas evangélicas. É uma tentativa de dar legalidade a um comportamento que a bíblia condena”. Este é o discurso básico dos fundamentalistas, que são chamados letristas, ou aqueles que seguem ao pé da letra. Sua correlação no islamismo são com os chamados xiitas. Não há espaço para metáforas ou parábolas em suas leituras religiosas.

Nestas aspas dadas à reportagem da Folha, o pastor mostra uma grande soberba e prepotência como se sua leitura da Bíblia fosse a única aceita. Se assim fosse, não teríamos tantas vertentes do cristianismo e muito menos tantas igrejas pentecostais, cada uma seguindo a orientação de seu líder.

No Twitter, o cartunista Carlos Latuff escreveu: “Voltei hoje da ‘Marcha pra Jesus’ com a seguinte impressão: Papai do céu é heterossexual. Tivemos hoje uma reedição da Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Ao invés do comunismo, o inimigo agora é o homossexualismo. O Brasil, em algum momento, deverá escolher qual livro seguir. A Constituição ou a Bíblia”.

A descrição é certeira e o militante Willian Righini de Souza [nosso amigo e colaborador assíduo @wrighini] observou: “’Marcha da Família com Deus pela Liberdade’ foi uma marcha religiosa na década de 60 que deu apoio ao Golpe Militar. As igrejas bradavam contra o perigo do comunismo. Hoje o inimigo é a homossexualidade”.

Pois bem: a homossexualidade é o novo comunismo!

32 comentários:

Bruno Linhares disse...

Boa noite.
É necessário discordar do posicionamento do autor do texto, pois no Brasil atual, quem mais apóia o movimento gay é justamente a parcela de políticos simpáticos ao comunismo e socialismo, encabeçados por PT e PSOL.

Uma equipe que pretende ser católica e gay como a de vocês jamais deveria estabelecer um paralelo entre o comunismo e o homossexualismo na condição de vítimas da sociedade, pois o comunismo é terminantemente condenado pela doutrina da Igreja Católica.

É claro que podemos ver, através dos seus textos, que existe uma atmosfera de liberalidade, chegando perto de uma rebeldia com relação à Igreja Católica aqui, e assim este paralelo não estaria lá muito errado mesmo.
Em tempo: de acordo com os constantes ataques do movimento gay à Igreja Católica, pelo menos a idéia central do título do artigo não está de todo errada: o homossexualismo é uma nova empreitada do comunismo para destruir a Igreja Católica.

Donde pode ser concluído que o adjetivo "Católica" que vocês utilizam está mais para o "Católicas" do grupo feminista "Católicas pelo direito de decidir". Para ser mais claro: de católicos não têm nada.


Bruno Linhares

Bruno Linhares disse...

A propósito, escrevi um artigo comentando o texto da seção "Nosso ponto de vista" do site oficial de vocês, www.diversidadecatolica.com.br em meu blog:
http://oandarilho01.wordpress.com/2012/05/11/contra-a-apologia-homossexual-pseudo-catolica/

Bruno Linhares

Equipe Diversidade Católica disse...

Caro Bruno,

Parece-nos que vc parte de um entendimento equivocado do texto no seu comentário. A comparação feita pelo autor é mais simples do que as possibilidades que vc aventou: ele apenas disse que os homossexuais, hoje, ocupam o lugar de "inimigos número 1" dos conservadores e moralistas, de forma análoga à que acontecia com o comunismo nos tempos polarizados da Guerra Fria (no contexto global) e da ditadura militar (em âmbito nacional).

"Católico", Bruno, significa, antes de mais nada, "universal". A mensagem de Cristo é abrangente e inclusiva. Nós, homens, é que a distorcemos e usamos como ferramenta dos nossos poderes mundanos, dos nossos julgamentos, dos nossos moralismos, e a serviço da exclusão.

Nesse sentido, caro irmão, como batizados que somos, como seguidores de Cristo que somos, discípulos dos seus ensinamentos e caminhantes dos caminhos que Ele nos apontou, somos não só cristãos como católicos, sim. Somos filhos amados pelo nosso Pai, somos irmãos de todos os nossos irmãos. Somos membros inalienáveis do corpo de Cristo, da Santa Madre Igreja. E não há ser humano na Terra que possa nos tirar deste lugar, que é nosso. Porque "como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo" (1Cor 12, 12).

Nosso mais fraterno abraço para você.

Equipe Diversidade Católica

Jônatas disse...

É curiosa essa teimosa de alguns grupos em "higienizar" a Igreja Romana. Como já foi dito em outro, ser católico ultrapassa a condição de doutrinólatra, do apego à filagranas da fé. Muitos santos proclamados pela Igreja eram também pecadores, retocáveis. Santo não é quem não tem pecado, mas procura ao máximo ser uma pessoa melhor. Sobre isso há uma pregação do Padre Fábio de Mello no Youtube intitulada "Santidade e perfeição".

Bruno Linhares disse...

De acordo com sua explicação creio que eu tenha compreendido corretamente a simples comparação. O autor, que deve ser esquerdista (como pelo visto é todo gay militante), equipara o homossexualismo ao comunismo na condição de vítimas injustiçadas da sociedade, quando o comunismo jamais foi vítima, mas sim algoz das nações onde se visou implementá-lo, e onde se conseguiu estabelecê-lo como forma de governo.

Tenha em mente que "inclusiva" e "abrangente" não significam incondicional ou irrestrita. Homens e mulheres são admitidos no Reino dos Céus, mas em condição de santidade, e não pervertendo sua própria natureza para deleitar-se com torpezas. O pecador não entra para este Reino com seu pecado, mas somente depois de renunciar a ele.
Como você mesmo disse, são os homens que distorcem a palavra de Deus para satisfazer seus interesses pessoais. É justamente isso que é feito aqui, ao se defender que a bíblia corrobora com o homossexualismo.

E como se não bastasse esta atitude que mais se assemelha ao protestantismo, insistindo em sustentar a alcunha de católicos vocês ainda desconsideram o magistério da Igreja da qual dizem fazer parte, pois desde os primórdios do cristianismo a conduta homossexual foi sempre condenada.

Vocês podem ser batizados na fé católica, é evidente. Uma parte considerável dos protestantes também é. E uma porção maior ainda de praticantes da umbanda, candomblé, macumba, espiritismo kardecista, etc. Isso não faz deles católicos, nem cristãos, pois renegam seu batismo ou pior: agem na contramão do caminho de Cristo. E não se esqueça: "Nem todo aquele que me diz: 'Senhor! Senhor!', entrará no Reino dos Ceus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus." (Mt 7, 21)

Equipe Diversidade Católica disse...

Bom, para nós é uma pena, Bruno, que você tenha essa visão da mensagem cristã. Santidade, para a Igreja, não é perfeição, é disposição para buscar. E o que nos faz santos não são os nossos méritos, mas o Cristo que nos guia. E, a nosso ver, o amor do Pai é, sim, irrestrito e incondicional.

Esperamos, de coração, que você encontre a Paz que Cristo, o Rei da Paz, trouxe para todos nós.

Um abraço fraterno.

Equipe DC

Equipe Diversidade Católica disse...

É, Jônatas, "higienizar" é uma palavra mto boa, que nos lembra esta imagem aqui e a advertência de Mt 23, 23-28 - que, embora pareça severa, acreditamos que deve ser lida em tom profundamente amoroso e compassivo.

Vc está falando deste vídeo aqui? Não conhecíamos, vamos assistir com calma depois.

Beijo imenso e carinhoso.

Equipe DC

Bruno Linhares disse...

Jônatas,
você acha que o processo de canonização é tão simplório e irresponsável que admite qualquer pecador e eleva ao status de santo mesmo o homem mais perdido? Isso demonstra a que conta vocês têm a Igreja Católica. E também não deixa de ser uma confissão da condição de pecador pertinaz em que se encontra todo aquele que acredita poder conciliar as perversões sexuais e a fé católica.

Podemos ter a certeza de que os veneráveis santos católicos somente receberam este status graças a uma profunda conversão e mudança de atitude.
Lembram do episódio da mulher adúltera? Nosso Senhor a perdoou, como a Igreja deseja fazer com os pecadores arrependidos, incluindo os homossexuais, mas pediu que ela NÃO PECASSE MAIS. Precisamos repetir a mesma máxima de sempre: amamos o pecador, MAS NÃO o pecado.

Não há uma idolatria da doutrina. Isso é uma sugestão absurda. A doutrina existe para ser seguida, e isso não significa "apegar-se a ela cegamente". Religião implica em doutrina. Só quem quer um oba-oba, quem deseja que a religião sirva a seus próprios gostos e interesses é capaz de fazer pouco caso das regras, dos mandamentos e diretrizes da doutrina de sua religião.

Não é por acaso que as igrejas protestantes tanto acolhem os gays. Lá eles fazem o que querem com o deus particular deles. Moldam a fé da maneira que mais interessa, excluindo tudo o que é verdadeiro no cristianismo para fazer os seus seguidores se sentirem melhores, mais à vontade. É um verdadeiro utilitarismo religioso.
Por isso não vejo como vocês possam se intitular católicos, pois é incoerente.

Vocês se sentiriam menos "perseguidos" se fundassem uma nova seita protestante homossexual.

Rodolfo Viana disse...

Olá Bruno,

suas palavras são de um teor tão excludente e de um contra discurso cristão tão grande que se eu não for cuidadoso deixo a ira que seu comentário me provoca me tornar tão perverso como vc está sendo. Logo, fico aqui contendo o meu desejo de te devolver a mesma pergunta. Seria você católico? O mesmo católico que lê as "se eu não tivesse o amor de nada valeria", o mesmo católico que lê "vinde a mim todos os pequeninos" e por aí vai...

Então Bruno, do mesmo modo que você é católico com um discurso que pra mim é bem distante de minha vivência e experiência cristã, quem sou eu pra questionar a validade da tua pertença a mesma religião que a minha? Quem me daria esse poder ou direito?

Viva você em paz com sua consciência e nós com a nossa.

Fraterno abraço;

Jônatas disse...

Deus é misericordioso com nossos pecados, conhece nossas limitações e a natureza de cada pessoa. Somente Ele é perfeito. Somos inacabados, livres para buscarmos o aperfeiçoamento e semelhantes a Jesus, mas nunca seremos perfeitos. Quem se julga perfeita já começa a mandar os outros para o inferno, já repararam? Ninguém pode se arrogar uma autoridade divina para julgar as filigranas da fé do próximo que tem sua trajetória de vida e particularidades que somente Deus é capaz de compreender.

Rodolfo Viana disse...

Perfeito Jônatas.

:)

Jônatas disse...

Essa construção mítica de "deuses" aos santos é uma idealização que carece de mais reflexão. Isso também pode ser negligência. Deus é misericordioso com nossos pecados, conhece nossas limitações e a natureza de cada pessoa. Somente Ele é perfeito. Somos inacabados, livres para buscarmos o aperfeiçoamento e semelhantes a Jesus, mas nunca seremos perfeitos. Perfeitos também eram os doutores da lei, os fariseus. Quem se julga perfeito já começa a mandar os outros para o inferno, já repararam? Ninguém pode se arrogar uma autoridade divina para julgar as filigranas da fé do próximo que tem sua trajetória de vida e particularidades que somente Deus é capaz de compreender.

Equipe Diversidade Católica disse...

Queridos,

esse assunto é delicado e os ânimos tendem a se inflamar com facilidade. Pedimos que todos tomemos muito cuidado com a linguagem, para não ultrapassarmos os limites da civilidade aqui, está bem? Vamos tomar cuidado com os adjetivos e tentar manter um diálogo, no mínimo, educado.

Paz e bem

Equipe Diversidade Católica

Jônatas disse...

Cabe perguntar: quem podem ser os "novos" fariseus a quem o próprio Jesus chamou de hipócritas e raça de víboras? (Mateus 23) Esses que admitem suas fragilidades ou os que, perfeitos, tratam de apressar a ida do próximo para o inferno? "Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados, e com a medida com que medis sereis medidos. Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, quando não percebes a trave que está no teu?" (Mateus 7:1-3)

Bruno Linhares disse...

Equipe DC,

acredito que vocês tenham a boa intenção de viver a fé em Jesus Cristo como bons cristãos. Mas não pode ser possível viver esta fé corretamente procedendo com uma adaptação ou reinvenção da mesma, especialmente quando falamos em seguir a Igreja Católica.
É preciso ter humildade de assumir que se deseja compatibilizar o próprio comportamento condenado (o homossexualismo) com a doutrina católica, mas sem fingir que não haja um consenso dentro da doutrina da Igreja, de seu magistério com relação a este caso.
A proposta de vocês é mostrar que é possível ser gay e católico, mas sustentam este ponto de vista desqualificando as diretrizes que a Igreja Católica já expediu para tratar do tema. Simplesmente agem como se soubessem que a Igreja condena, mas como não concordam com esta condenação - e nem se importam com o que a autoridade da igreja diz - , então é perfeitamente possível ser gay e cristão.

Não tem como ser verdadeiro cristianismo o desejo de que "velhos pecados" sejam admitidos como coisa boa, como coisa permitida. Seguir a Cristo significa justamente renegar o pecado.
O problema é que quem é a favor do homossexualismo quer ensinar que isto não é pecado.


Se todo e qualquer comportamento humano pudesse ser aceito como digno, como bom, Deus não teria empreendido Seu plano de salvação.

Equipe Diversidade Católica disse...

Bruno,

respeitamos seu ponto de vista pessoal, mas nosso entendimento do que constitui a pertença à Igreja, o seguimento de Jesus e o plano salvífico de Cristo é diferente do seu.

Paz e bem. :-)

Equipe Diversidade Católica

Bruno Linhares disse...

Rodolfo Viana,

o discurso dos gays é sempre no sentido de os colocar como vítimas de exclusão. Entretanto, são os próprios gays que se excluem. Se colocam à margem da natureza humana, trocando masculino por feminino e vice-versa. Optam por viver uma realidade alternativa. Não é a sociedade que os separa, mas eles próprios que se separam por preferir viver de um modo diferente do normal.

A minha própria preocupação com o nome da Igreja Católica e com a sua unidade, que fica prejudicada quando surge um grupo sectário como este já responde sua pergunta.

O amor é um termo comumente utilizado para se pedir desculpas por várias atitudes incorretas, já notou? Crimes passionais, adultério, incesto.... um ladrão poderia até alegar amor pelos filhos para justificar um assalto. Não vulgarize o amor.

Podemos contestar um ao outro. Eu sei que a Igreja Católica, aquela que tem como chefe e representante de Cristo na Terra o papa, exorta os homossexuais a buscarem a castidade e a reconhecerem que somente a relação entre o homem e a mulher é legítima e natural, e que fora disso o que existe é distorção, para que possam alcançar a cura para este mal espiritual. Isto está confirmado pelos documentos oficiais da Igreja, pelos registros dos escritos dos primeiros padres e pelo discurso dos atuais padres verdadeiramente fiéis ao Magistério.
E quanto à sua concepção de Igreja Católica? Existe alguma opinião oficial que aceite o homossexualismo, ou somente estudos extraoficiais como o do pe. Luiz Correa Lima ou os discursos de padres como o Fabio de Melo?
Entende meu ponto? A doutrina católica é preservada pela autoridade do Magistério da Igreja, em conformidade e em união com o papa. Quando se propõe alguma coisa diferente, ainda que com o intuito de se discutir e encontrar soluções e respostas para os anseios humanos, deve-se admitir que não é um posicionamento oficial da Igreja. Portanto, homossexualismo aceitável dentro da Igreja Católica não existe.

Mas a Igreja não exclui. Ela chama à conformidade. Quem prefere não dar atenção a estas exigências está se excluindo por vontade própria.

Jônatas disse...

Bruno, respeito seu ponto de vista que mostra o desejo de estar inserido nos planos de Deus. Temos isso em comum. Mas também acho que você conhece um pouco da história da Igreja como os documentos dos papas Sisto IV e Calixto III por exemplo que mostram a autorização para a escravidão negra. Mais tarde outros papas revisaram esse ponto de vista, e a Igreja foi fundamental para o processo de abolição. A tradição também está sujeita a revisões, mesmo porque a homossexualidade não é uma doença (e não homossexual"ismo" porque o sufixo era assim utilizado até ser considerada uma patologia ou transtorno - veja o que diz a Organização Mundial da Saúde em post abaixo). Portanto, convido você a conhecer melhor o conteúdo deste blog que pode ser útil na sua abrangência sobre o assunto, assim como tem sido para todos aqui. Um abraço!

Bruno Linhares disse...

Jônatas, você apresentou uam frase que pode ser facilmente mal interpretada:

"Deus é misericordioso com nossos pecados"

Deus jamais admite ou aceita um pecado. Ele é misericordioso _conosco_ em nos perdoar mas não ignora simplesmente o que fazemos. Por isso precisamos nos confessar e nos arrepender dos pecados.

Sim, somos livres para buscarmos os caminhos que julgarmos corretos, o que não garante que andaremos sempre pelos caminhos que levam a Deus. "A mim tudo é permitido, mas nem tudo me convém" (1Cor 6, 12)
E justamente porque podemos compreender de forma errada o que é bom e o que é mau é que Cristo nos deixou sua Igreja, com autoridade para ensinar e preservar, conservar estes ensinamentos. Para ser o norte e a referência para os cristãos. Assim, não basta simplesmente separar-se e afirmar que a bíblia não condena pra valer essa ou aquela conduta, pois esta afirmação pode padecer de interpretação incorreta.
Aí consultamos a Igreja. E quando a consultamos, vemos que ela jamais aceitou certos comportamentos, homossexualismo incluído.

Jônatas disse...

Desculpe-me por me intrometer na resposta ao Bruno, mas a noção de patologia é vista com ressalva no próprio Catecismo da Igreja Católica (2358), uma versão avançada até mesmo para a Organização Mundial de Saúde que somente faria revisão superior em 1993. Olha só que diz o Catecismo (você pode conferir no seu) escrito durante o pontificado de João Paulo II: "Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais I N A T A S. Esta inclinação objetivamente desordenada [que desafia a ordem de união com finalidade procriativa] constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e , se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição". Ademais, não podemos ter uma visão apenas institucional da Igreja (de ecclesia = "abrigo de ovelhas"). Somos todos ovelhas do mesmo abrigo. Mais uma vez deixo um abraço e permanência do convite.

Bruno Linhares disse...

Jônatas,
a OMS apenas serve os interesses de quem deseja fazer as perversões sexuais serem amplamente aceitas pela sociedade de bem. Fazendo o comportamento homossexual aceito, mais facilmente podem chegar até a aceitação da pedofilia, como já foi sugerido no Canadá, por exemplo.

Falando em tradição, devemos então observar que até agora, recentemente, a Igreja reforçou que a conduta homossexual deve ser tratada de forma a não permití-la, mas orientar a quem sofre desta condição para que busque um comportamento compatível com o chamado da fé cristã. A Congregação para a Doutrina da Fé emitiu o documento "Carta aos bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais", de 1986. Este documento foi expedido quando nosso atual papa era o prefeito desta congregação. E vemos que ele não mudou de opinião até hoje.
Em 2003 o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eugênio Sales citou este documento e em 2004 ele também é citado no compêndio da Doutrina Social da Igreja.

A Igreja mantém o seu posicionamento. Quando falo "a Igreja", me refiro àquela parte do Corpo Místico de Cristo que tem autoridade para se dirigir a todos os fiéis católicos, e não a uma parcela genérica.
E de acordo com os rumos atuais do homossexualismo no mundo, podemos perceber que a Igreja não está errada em sua forma de tratar do tema. A militância homossexual é hostil à Igreja Católica. Desrespeita-a sempre que pode, como fizeram em SP na última parada gay, como fizeram recentemente no Ceará, como irei divulgar em meu blog em breve, para citar apenas 2 exemplos.
Quem poderia negar também que a maior parte dos casos de pedofilia cometida por sacerdotes católicos foram casos de relações homossexuais, visto que nesta maioria de casos as vítimas são meninos? É um outro exemplo de como este comportamento desordenado tende a desestabilizar a Igreja, corroendo-a por dentro.

Rodolfo Viana disse...

Bruno,

Vejo que você é bastante atento ao que diz o Magistério da Igreja. Aqui no nosso blog mesmo e em nosso site temos vasto material onde você pode seguir dialogando conosco.

Se você tiver tempo e for tão atento quanto me parece vai rapidamente encontrar alguns axiomas no que você está colocando, neste mesmo material onde você pode endossar sua leitura e engrossar o caldo desde nosso dialogo.

Seria incontáveis os posts e os links a lhe mandar falando do termo “ismo” da palavra “homossexualismo” que há 30 anos atrás se referia a esta condição de todo ser vivo como doença. Acho que o principal axioma que você vem apoiando seu argumento é o fato de sermos doentes e passiveis de cura ou tratamento. Isto não procede nem para a OMS nem para o Magistério da Igreja.

Contando com sua astúcia e inteligência sei que rapidamente vai encontrar as prerrogativas da OMS sobre a homossexualidade que é a mesma do Magistério que segue as congruências estabelecidas no Vaticano II.

Deixo aqui um link que está disponível em “Nosso Testemunho” que discorre sobre o assunto:
http://diversidadecatolica.blogspot.com.br/p/gratuidade-e-incondicionalidade-do-amor.html

Poderia também lhe sugerir uma leitura na Integra de 2 dos mais importantes documentos da Igreja cunhados no Concilio Vaticano II o “DIGNITATIS HUMANAE” e “GAUDIUM ET SPES”.

São aqueles que dizem que “A consciência é a intimidade secreta, o sacrário da pessoa, em que se encontra a sós com Deus e onde lhe ouve intimamente a voz. Na consciência revela-se, de modo admirável, a lei que consiste em amar a Deus e ao próximo.

A fidelidade à própria consciência é o laço mais profundo que une todos os seres humanos entre si, inclusive os cristãos, na busca da verdade e de um solução autêntica para os problemas morais que surgem na vida de cada um e na relação de uns com os outros, na sociedade...

Ninguém seja levado a agir contra a consciência nem impedido de agir de acordo com ela”.

Deixo mais um link e convido a você a seguir o dialogo após estas leituras:

http://www.diversidadecatolica.com.br/bibliografia.php

Assim vai ser possível seguir uma dialética, onde ambos, ao final de um saudável debate terminaremos num ponto de vista distinto daquele onde começamos.

Se é este o seu objetivo, dialogar para se chegar a um ponto distinto do atual, seja sempre bem-vindo. Caso contrario, o tempo é precioso para ambos e não seria prudente perdê-lo.

Fraterno abraço;
Rodolfo Viana
Equipe Diversidade Católica

Bruno Linhares disse...

Exato, Jônatas, as pessoas homossexuais "são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição".
O beato João Paulo II nos diz que a tendência, os desejos homossexuais, que são desordenados, conflitam com o chamado ao cristianismo, geram dificuldades. Por isto a Igreja prega que eles devem buscar dominar estes instintos, optando pela castidade.

Diz-nos o documento da CDF:

"Optar por uma atividade sexual com uma pessoa do mesmo sexo equivale a anular o rico simbolismo e o significado, para não falar dos fins, do desígnio do Criador a respeito da realidade sexual. A atividade homossexual não exprime uma união complementar, capaz de transmitir
a vida e, portanto, contradiz a vocação a uma existência vivida naquela forma de auto-doação que, segundo o evangelho, é a essência mesma da
vida cristã. Não quer dizer que as pessoas homossexuais não sejam
frequentemente generosas e não se doem, mas quando se entregam a uma atividade homossexual, elas reforçam dentro delas mesmas uma inclinação sexual desordenada, caracterizada em si mesma pela auto-complacência." (número 7)

Exortar para a correção não é excluir.

Equipe Diversidade Católica disse...

Rapazes, apenas um esclarecimento com relação ao documento citado pelo Bruno, a "Carta aos bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais", escrita em 1986, e conhecida pelo seu título em latim, Homosexualitatis problema.

Ela afirma que nenhum ser humano é mero homo ou heterossexual, mas é antes de tudo criatura de Deus e, pela graça divina, filho Seu e herdeiro da vida eterna (nº16). Quanto à moral, ela deve se basear na razão humana iluminada pela fé, guiada conscientemente pela intenção de fazer a vontade de Deus, nosso Pai, apoiando-se também nos resultados seguros das ciências (nº2). Embora a Carta se oponha à prática homossexual, ela reconhece que pode haver pessoas com esta tendência em circunstâncias onde a prática é inevitável, e a culpabilidade é nula (nº11). Certamente muitas pessoas estão nesta situação.

Este ensinamento da Igreja jamais deve ser lido sem se levar em conta as mudanças cruciais ocorridas nas últimas décadas, como a superação da leitura da Bíblia ao pé da letra, a despatologização da homossexualidade, a evolução dos direitos humanos, e a proibição de psicoterapias de reversão da orientação sexual. Ignorar estas mudanças, ou minimizar a sua importância, conduz ao erro e a um legalismo opressivo e devastador, e não à liberdade dos filhos de Deus.

Em questões complexas como esta, a consciência da pessoa tem um peso decisivo. O Concílio Vaticano II afirmou o direito de a pessoa agir segundo a norma reta da sua consciência, e o dever de não agir contra ela. Nela está o ‘sacrário da pessoa’, onde Deus está presente e se manifesta. Pela fidelidade à voz da consciência, os cristãos estão unidos aos outros homens no dever de buscar a verdade, e de nela resolver os problemas morais que surgem na vida individual e social (Gaudium et spes, nº16). Portanto, nenhuma palavra externa substitui o juízo e a reflexão da própria consciência. Aí está o caminho de uma fé adulta.

Um abraço fraterno a todos.

Jônatas disse...

É fundamental que não nos apeguemos a generalizações como os cartazes que eram uma pequena parcela entre milhões de pessoas, assim como não podemos falar de católicos, flamenguistas e botafoguenses como um "bloco" homogêneo. Aqueles manifestantes certamente não respeitam o Catolicismo. Nem todos concordam com eles. Quanto a associação que você fez seria o mesmo que dizer que homens e mulheres são todos iguais. Você não está no blog da militância gay, mas de católicos de condição homoafetiva que amam a Igreja. O Catecismo não se refere à homoafetividade como você. Portanto, é sua OPINIÃO. O Papa não mudará uma tradição de uma hora para outra, mas o próprio Catecismo, com o qual o atual teve participação na redação, já demonstra avanços. A Igreja tem uma história muito rica que acumula acertos e desacertos que foram revistos ao longo do tempo. Um deles foi a escravidão. Note que, mesmo no Brasil, perduraram durante muito tempo as irmandades negras e de mulatos dentro dos templos. Foram séculos para diluir uma segregação com apoio do Estado. Não podemos também negligenciar o que diz a Organização Mundial da Saúde sobre o assunto. Isso sim é utilitarismo. Um abraço!

Bruno Linhares disse...

Rodolfo Viana,

A OMS pode ter feito o mundo desconsiderar o caráter patológico da conduta homossexual, mas a significância do sufixo "ismo" como movimento permanece. Ainda mais porque os indivídos que se identificam como homossexuais estabelecem, desta forma, para si uma nomenclatura própria. Elevam-se da condição de seres humanos para a condição de "seres humanos homossexuais", como se o comportamento sexual fosse essencial para identificá-los, para se referir a eles. Como se para interagirmos com estas pessoas tivéssemos que, antes de tudo, reconhecê-los como homossexuais, antes mesmo de reconhecê-los como pessoas, como seres humanos.

Agradeço as indicações. Este trecho que você colou de documento do CV II, que trata da consciência, é mesmo muito sujeito a ambiguidades.
Temos visto muitos exemplos de "obediência a própria consciência" nos abusos e provocações à Igreja Católica atualmente por parte do movimento gay.

Eu tenho lido alguns materiais contidos no site de vocês. Indiquei logo no começo desta conversa uma análise que fiz de um desses textos.

Até uma outra oportunidade.

Paz e Bem

Jônatas disse...

Até mesmo no Catecismo aparece "condição" e "homossexualIDADE", nunca "opção" e "homossexualismo". Um abraço!

Bruno Linhares disse...

Equipe DC,

acredito que seja necessário apresentar o número 11 do referido documento integralmente, pois sua leitura integral revela que a interpretação que você apresentou está equivocada:

"11. Alguns afirmam que a tendência homossexual, em certos casos, não é
fruto de uma opção deliberada e que a pessoa homossexual não tem outra alternativa, sendo obrigada a se comportar de modo homossexual.
Por conseguinte, afirma-se que, em tais casos, ela agiria sem culpa, não
sendo realmente livre.
A este propósito, é necessário referir-se à sábia tradição moral da Igreja, que alerta para as generalizações no julgamento dos casos individuais.
De fato, em um determinado caso, podem ter existido no passado, e podem subsistir ainda, circunstâncias tais que reduzem ou até mesmo eliminam a culpa do indivíduo; outras circunstâncias, ao contrário,
podem agravá-la. Em todo caso, deve-se evitar a presunção infundada e
humilhante de que o comportamento homossexual das pessoas
homossexuais esteja sempre e totalmente submetido à coação e,portanto, seja sem culpa. Na realidade, também às pessoas com tendência homossexual deve ser reconhecida aquela liberdade
fundamental que caracteriza a pessoa humana e lhe confere a sua
particular dignidade. Como em toda conversão do mal, graças a tal
liberdade, o esforço humano, iluminado e sustentado pela graça de Deus,
poderá permitir-lhes evitar a atividade homossexual."

Fica claro, lendo o conteúdo completo, que a Igreja admite que possa ocorrer de uma pessoa adotar o comportamento homossexual por influência, por coerção, e que fosse desta forma exclusivamente, poderia ser considerada sem culpa DE COMPORTAR-SE DESTA FORMA, mas isto não significa que o comportamento homossexual seja aprovado. Justamente por isso o documento frisa, ao final deste número 11:

"Como em toda conversão do mal, graças a tal liberdade, o esforço humano, iluminado e sustentado pela graça de Deus, poderá permitir-lhes evitar a atividade homossexual."

Ou seja, a congregação sustenta que a atividade homossexual é um mal que deve ser evitado.
E como deve ser evitado, deve portanto ser desestimulado, como todo pecado. É o que a Igreja faz, embora creia-se por aqui que algum dia isso possa mudar.

(continua...)

Bruno Linhares disse...

(...continuação)

Olhando para as mudanças que você citou, é preciso também ter a atenção de identificar intenções alheias à missão da Igreja. Conforme eu indiquei acima, descaracterizar a conduta homosseuxal como desordem, como doença, é um meio de transformá-la em moralmente aceitável, e com ela atingir-se a aceitação de outros tipos de comportamentos diferenciados, como pedofilia, zoofilia, incestos e demais atividades sexuais contrários à constituição biológica e social do ser humano.
Não é porque novos paradigmas possam ser traçados que eles necessariamente serão positivos para a humanidade.
A proibição de se tratar psicolo ou psiquiatricamente o comportamento homossexual é também, vale notar, um exercício de autoritarismo, desta vez protagonizado pelo movimento homossexual. Sob a desculpa de evitar abuso ou restrição da liberdade de se ser homossexual, atacam não só os profissionais destas áreas médicas que acreditam numa libertação desta condição reconhecidamente desordenada (ainda que compulsiva e "involuntária") mas também atacam diretamente as pessoas que reconhecem este comportamento como prejudicial e desejam mudar de vida, seja por querer adequar-se à normalidade da sociedade, seja por querer adequar-se à mais correta vivência da fé.
Na ânsia de fazer as pessoas acreditarem que é inevitável ser homossexual e que não se poderia de maneira nenhuma se opor a este comportamento, o movimento gay assume um papel de fiscalizador que entra em contradição com sua mais cara prerrogativa: liberdade.


Por fim, a frase que você usou para concluir aquele comentário testemunha em favor da minha preocupação com a contestação em moldes protestantes da obediência à Igreja, e que infelizmente está pautada em riscos de ambiguidade dos textos do CV II:

"Portanto, nenhuma palavra externa substitui o juízo e a reflexão da própria consciência. Aí está o caminho de uma fé adulta."

Através da crença nesta idéia, fragmenta-se cada vez mais a fé cristã: Um sujeito ali sente-se desobrigado a honrar os santos e passa a dizer que a Igreja Católica é idólatra... outro sujeito acolá incute na própria consciência, baseado na própria leitura da bíblia que é inútil batizar crianças e passa a pregar que o batismo da igreja Católica é herético, só serve pra fazer dinheiro pra Igreja Católica, etc.

Realmente os documentos da Igreja precisam ser observados com muito cuidado.

Rodolfo Viana disse...

Como já lhe dissemos...
Não temos a mesma visão que você insistentemente nos replica
por razões que não me parecem muito lógicas. Não faz muito sentido se visitar um blog com o qual na se concorda com as ideias nele expressas e não se desejar um dialogo, um desejo de ir de um ponto a outro e apenas martelar no mesmo lugar. Para alguém esclarecido isto no mínimo vale uma reflexão do porque se manter ou sair de uma discussão, não acha?

Mais uma vez, já lhe salientamos que não vemos do mesmo ponto de vista que você os mesmo documentos do Magistério. Quem vai julgar minha consciência? Quem tem esse poder?

Então, o que você busca ao nos visitar?

Fica a reflexão.

Fraterno Abraço;
Rodolfo Viana
Equipe Diversidade Católica

Bruno Linhares disse...

Rodolfo Viana,

Fui até onde pude na discussão para registrar, entre outras coisas, este panorama: a interpretação dos documentos do Magistério e dos textos bíblicos que é feita visando apoiar a "diversidade" mas que não se compromete com conceitos fundamentais que não podem ser descartados (como por exemplo o próprio conceito de pecado e a perenidade da Palavra de Deus, que não pode ser "revisada" sem o devido cuidado).

Você tem razão em sugerir o fim da discussão neste tópico, afinal, o objetivo inicial era comentar sobre a comparação infeliz que foi feita no artigo. A argumentação talvez seja mais produtiva sendo diluída nos demais artigos, de acordo com a leitura.

Mesmo assim, um diálogo foi desenvolvido. Quanto a voltar sempre nos mesmos pontos, isto é natural quando os interlocutores estão firmes em suas convicções. É aí que a Verdade, que é única, tem chance de resplandecer. Um dia poderemos chegar lá. Neste blog ou fora dele. Nesta vida ou na outra.

E não. Não julgo você ou um gay em particular. Vocês sempre levam para o lado pessoal. Fica parecendo que quem é contra o ato sexual homossexual descarta a pessoa por inteiro. Qualquer pessoa pode contribuir positivamente para o serviço da Igreja, em suas obras. Mas se o indivíduo reduz-se a si mesmo a uma única dimensão (neste caso, a sexual), acaba-se realmente por "martelar" nesse mesmo ponto.

Até a próxima.

Rodolfo Viana disse...

No mesmo link que em que lhe passei anteriormente (Nosso Testemunho), discorremos com um leitor nos próprios comentários sobre esse mesmo assunto. Se você deseja desenvolvê-lo, lá você encontra uma discussão com pontos bem claros sobre como nos posicionamos.

Bruno, esta Verdade e que é única, ela só pode existir em um lugar que é no mais íntimo do individuo. Por isso, se torna algo um tanto pessoal quando você se coloca de maneira tão convicta de que “este é o certo” e “este é o errado”.
Não há a possibilidade, pelo menos para mim, de se ver de outra forma a questão. Porque minha experiência que relato aqui ela não é teórica, ela não é parte do campo das ideias apenas, ela foi minha. Discutir os documentos da Igreja na faz nenhum sentido pra mim, se não os levo pra uma dimensão pratica e particular. O Vaticano, o Papa, a Igreja discutidas assim se tornam tão impalpáveis, tão distantes em milhas quanto o Estado do Vaticano. A Igreja que discuto é a Igreja vivida por mim, é a assembleia que participo. Isto não há como não ser pessoal.

Bruno, um dia este discurso que você debate comigo me feriu tanto, tanto a minha dimensão humana que é impossível pensá-la de uma maneira apenas filosófica. A Igreja de que falo é a Igreja que tá na minha veia.

Já quanto ser homossexual é parte de tantas coisas em mim e é só algo que me compõe hoje. Um dia no passado pesou, e pesou e muito, como se eu fosse apenas uma genitália, justamente pela aplicação pratica deste seu convicto argumento de Verdade.
Quando você fala “porque os gays...”, “os homossexuais...”, eu penso: “isso não bate como minha dimensão pessoal!” e ela pra mim é o parâmetro, porque se não for tudo fica muito vago, sem prática, vazio e pouco humano.

Aqui conto um pouco da minha história no que tange esta dimensão minha:
http://diversidadecatolica.blogspot.com.br/2011/11/ser-gay-pra-mim-e-uma-bencao.html

E aqui está a historia dos outros humanos com quem partilho minha vivência cristã:
http://diversidadecatolica.blogspot.com.br/search/label/gay%20e%20crist%C3%A3o

Fraterno abraço;
Rodolfo Viana
Equipe Diversidade Católica

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...